segunda-feira, abril 13, 2020

Idade das Trevas

Figuras de uma gravura tosca medieval, mal jambrada e inverossímil, cortada por míopes ferramentas, infernais, apocalípticas, boçais, prenunciadoras da morte, da infâmia, da banalidade, vis, ímpias, enroladas em desonrosos trapos, animados arautos do pandemônio, dançarinos do fim, escória corrosiva da barbárie.

domingo, abril 12, 2020


Na Republicaquara há commodities: café, cana, cannabis, Amélia (bico azul) e Rivoltril. E aquela curva do índice NasDaq é sempre ascendente na mente!

sábado, abril 04, 2020


Na esperança de dotar de método o pessimismo, emerge, com a atual crise, a constatação histórica que o neoliberalismo deu merda. Renovar nossos votos no mercado não trará alento as almas frente ao infortúnio acachapante de uma espécie que se convenceu ser a imagem e semelhança de deus. Há sintomas de descrença no atual nível de desenvolvimento que chegamos. Aquele entusiasmo, aquela vontade, aquele espírito empreendedor, aquele individualismo metodológico se revelou como aspirações vencidas. Não é o fim da história, mas de uma racionalidade tributária da crença pia de almas em vão.

segunda-feira, novembro 25, 2013

A desmificação dos Santos


  A desmificação dos Santos

Semana passada para minha surpresa dei muita risada ao ver alguns petistas protestando em função da prisão de Genuíno, Delubio e Dirceu. Tais militantes acreditam que a mídia brasileira que influenciou pesadamente a decisão do supremo na condenação destes santos que jamais cometeram de fato algum crime, afinal foi toda uma construção daqueles que querem ver o PT fora do poder. Sobre tal fato nem quero discorrer, porque afinal a bancada dos juízes que lá estão não me parece ter cometido tão enganado nas 50 mil páginas analisadas (pasmem) que paciência.
Convivendo com as pessoas temos muita dificuldade de sabermos quem elas são, afinal com o tempo mudam de tal forma que se tornam irreconhecíveis. Não convivi com a corja, mais alguém que não me lembro diz que água só Jesus transforma em vinho, agora de fato vinho ruim em longo prazo vinagre mesmo. O problema é que os fanáticos de plantão acreditam piamente que tudo foi uma grande armação.
Este novo parágrafo dedico aqueles que dizem “mais todos os partidos fazem isso”. Mais afinal o PT era o símbolo da inovação ética que esperávamos para alterar o processo político deste país com a musiquinha cantanda por nós “ Lula lá brilha uma estrela, Lula lá com sinceridade e blá blá blá ....” Fomos enganados? Não, não fomos . Tínhamos envelhecidos pouco e não conhecíamos a história suficientemente. De fato, tivemos foi maus professores de história ou aproveitadores de plantão que ainda tenta tirar proveito porque faz parte da corja. No fundo são como puxa sacos que querem o poder estatal para tirar proveito próprio, por isso, precisam grudar nos grãos com força.  
O que assusta é ver um Chico Buarque mandando cartinha para o Santo Genuíno. Um grupo de ignorantes ficar em frente à cadeia a defender estes sujeitos é inteligível, mais um músico da estirpe do Chico é uma brincadeira de mau gosto. Tal grupinho de protesto desconhecia que não são só os três santos petistas que lá estão presos, mais outras pessoas humanas, com sofrimentos comuns que estão lá pelo mesmo motivo. Mais como o PT sempre tratou as pessoas como número o importante são os porcos do poder como no livro Revolução dos Bichos de George Orwell o restante é número a ser usado. O PT não difere em nada dos outros partidos por tratar o cidadão como número. O Estado é um monstro frio e calculista que burla números para tratar humanos como dados estáticos e a administração petista é um exemplo vivo desta porcaria. 
Nota: não acredito que depois de tanto tempo ainda temos que acreditar nessas reuniões do PT falando em fortificar a esquerda da América Latina, mais não é brincadeira e existe. Eu pessoalmente não acreditava. Devem estar de Brincadeira :
http://revistaforum.com.br/blog/2013/08/lula-abre-foro-de-sao-paulo-pedindo-nova-esquerda-e-cuidado-com-integracao-regional/ 

quinta-feira, novembro 08, 2012

A impossibilidade do discurso não ideológico

Nossos textos estão  escondido o contexto de nossas vidas. Escondermos é algo muito difícil. Nele se revela boa parte daquilo que pensamos e se tomarmos uma coleção deles é possível percebermos a mudança ao longo do pensamento do sujeito.
Se comparmos revistas como a Veja e Carta Capital veremos duas vertentes que se opõem em pensamentos entre os dois principais partidos políticos atuais. Mais elas mesmas se assumem como canais de independência. Nosso olhar tem grandes dificuldades para se soltar das amarras de nosso ideologia e acabamos caindo na armadilha de compararmos algo que fundo não é tão diferente assim. Ambas refletem o discurso de dependência total de uma escolha de linha de pensamento que aos olhos de muitos parecem uma revista séria , entenda aqui como seria a independência discursa, que na verdade é impossível.
Saindo um pouco dos textos jornalísticos e caminhando aos textos literários teremos um pouco mais de trabalho principalmente com autores que estão fora do contexto de nossas épocas. Esses precisarão para vermos o sujeito escondindo ali e até deduzir qual personagem se assemelham mais a ele, estudarmos o contexto da história da época, a vida do autor, seus gostos literários, mais de fato não será tão simples como no texto jornalístico onde o sujeito vive em geral com o rabo preso.
Se tomarmos o poeta Fernando Pessoa e seus heterônimos precisaremos nos aprofundar para compreendermos quem mais se aproxima do sujeito real que é Pessoa. Não que isso tenha alguma importância para sentirmos a beleza de seus textos , mais tão somente para descobrirmos o que há por tras como fazem os botânicos em seu estudo, há beleza já está presente na flor, o que ele faz é tomar ciência do processo de cores, cheiro etc...
Se avaliarmos os partidos políticos no  Brasil hoje veremos que seu discurso fere a própria ideologia inicial do partido.  A sigla petista que teoricamente veio como força dos trabalhadores está no terceiro mandado , tem leis propostas pelo seu partido que já não é mais interessante para aprovação para o atual governo que hoje é poder. Por exemplo as 40 semanais e o fator previdenciário. Suas coligações se dão com forças opostas a classe trabalhadora. Suas coligações tornaram-se um pode tudo , coisa que era impensável .
Siglas como PC do B, PSDB, PSB não corresponde aquilo que denominam. Virou uma sopa de letrinha que nacionalmente em determinado estado se coligam e em outros são adversários. O discurso é vazio e aqueles que tentam carregar as origens em geral são abafados como se estivessem falando sobre fósseis .
O discurso ideológico está em tudo , agora a sua interpretação caberá a amplitude do conhecimento do sujeito pelo objeto tratado.
PIK

sexta-feira, novembro 18, 2011

Valei-me Meu Rosário

O agenciamento dos sentimentos pelos psicotrópicos tem nos feitos, no mínimo, estáveis, para uma realidade liquida, como um barco que não se debate no mar revolto, de uma maresia paralisada no ar, acompanhada, no máximo, de uma náusea doce.

Lembro-me de um slogan de uma empresa farmacêutica: Hoechst, química a serviço da vida. Sempre achei isso o máximo! Hoje, contrariamente à estabilidade propiciada pela ciência, encontrei um livro do Baudelaire, Paraísos Artificiais. Que mesmo apresentando uma natureza caótica, de espaços abissais, de realidades dessemelhantes propiciada pelo o Haxixe, também presta serviço à vida.

Pois é o inverossímil, que algumas vezes, é quem empresta sentido e socorre a realidade, já que a consciência não é uma coisa, o existente não é um utensílio, a objetividade não abarca a totalidade da natureza, as vezes, é fictício dotado de potência pelo imaginário que transgride o factível. Será que era isso que Arthur Bispo do Rosário fazia? Foi o que pensei depois do primeiro capitulo de Paraísos Artificiais e de matar aquela Ponta que sobrou do feriado.

Parece haver uma fronteira tênue entre arte e loucura, assim como Baudelaire e Arthur Bispo do Rosário. A arte pautada pela representação não é uma mimese da realidade ordinária, ela é uma recriação da realidade o que importa na arte não é a verossimilhança, mas sim o que é dessemelhante, o que contrasta, o inverossímil. Possíveis principalmente pela percepção e pela imaginação, binômio este, que sofre alterações significativas com ação de substancias químicas em nosso cérebro.

“Parece extremamente improvável que a humanidade, de um modo geral, jamais seja capaz de passar sem Paraísos Artificiais. A maioria dos homens e mulheres leva uma vida tão sofredora em seus pontos baixos e tão monótona em suas eminências, tão pobre e limitada, que os desejos de fuga, os anseios para superar-se, ainda por uns breves momentos, estão e têm estado sempre entre os principais apetites da alma.”

A realidade pode também ser narcotizante quando a existência não passa de um protocolo.