segunda-feira, abril 30, 2007

Comuna de Paris

A Comuna de Paris foi o primeiro governo operário da história, fundado em 1871 na capital francesa por ocasião da resistência popular ante à invasão alemã. O governo durou oficialmente de 26 de março a 28 de maio, enfrentando não só o invasor alemão como também tropas francesas, pois a Comuna era um movimento de revolta ante ao armistício assinado pelo governo nacional (transferido para Versalhes) após a derrota na Guerra Franco-Prussiana. Os alemães tiveram ainda que libertar militares franceses feitos prisioneiros de guerra, para auxiliar na tomada de Paris.
Precedentes:
A população francesa já havia enfrentado, após a Revolução, uma grande revolta em 1848, responsável por destituir o rei-cidadão Luís Filipe. Após a formação de uma segunda república e o golpe de Napoleão III, a França ainda se envolveu em atritos constantes com a Alemanha, relacionados à sucessão espanhola. (veja Guerra Franco-Prussiana). Com um telegrama falsificado por Otto Von Bismarck, extremamente ofensivo ao povo francês, Napoleão III declara guerra.O exército alemão no entanto estava mais bem preparado, e vence facilmente os franceses. O imperador francês é feito prisioneiro em Sedan ao que se declara novamente a república na capital francesa e se legitima um Governo Provisório de Defesa Nacional para o qual Louis Adolphe Thiers se elege como novo presidente.Enquanto a Italia e Alemanha caminhavam em direçao a unificação da frança, um movimento social emergia: a COMUNA DE PARIS.
O Armisticio e a Comuna:
O Governo Provisório, com sede no Hotel de Ville, iniciou um processo de capitulação da França entregando a maior parte de seu exército permanente bem como suas armas a contragosto da população parisiense. O único contingente agora armado era a Guarda Nacional formado em sua maior parte por operários e alguns membros da pequena burguesia.Convictos na resistência ao exército estrangeiro a Guarda Nacional assaltou o Hotel de Ville e expulsou os membros da assembléia que se instalariam em Versalhes. A administração pública de Paris agora se encontrava nas mãos do Comitê Central da Guarda Nacional que manteria conversações com Versalhes até 18 de março, quando Thiers manda desarmar a Guarda Nacional numa operação sigilosa durante a madrugada daquele dia. Pegos de surpresa, a população parisiense expulsa o contingente de Thiers dando início à independência política de Paris frente à Assembléia de Versalhes culminando com a eleição e a declaração da Comuna em 26 e 28 de março.
Apesar da evidente disposição do povo parisiense em resistir, a Assembléia de Versalhes acabou assinando a paz com os alemães. Num episódio humilhante, Guilherme I, o soberano alemão, foi coroado imperador do Segundo Reich na sala dos espelhos do Palácio de Versalhes.
Realizações da Comuna:
O governo revolucionário foi formado por uma federação de representantes de bairro (a guarda nacional, uma milícia formada por cidadãos comuns). Uma das suas primeiras proclamações foi a "abolição do sistema da escravidão do salário de uma vez por todas". A guarda nacional se misturou aos soldados franceses, que se amotinaram e massacraram seus comandantes. O governo oficial, que ainda existia, fugiu, junto com suas tropas leais, e Paris ficou sem autoridade. O Comitê Central da federação dos bairros ocupou este vácuo, e se instalou na prefeitura. O comitê era formado por Blanquistas, membros da Associação Internacional dos Trabalhadores, Proudhonistas e uma miscelânea de indivíduos não-afiliados politicamente, a maioria trabalhadores braçais, escritores e artistas.
Eleições foram realizadas, mas obedecendo à lógica da democracia direta em todos os níveis da administração pública. A polícia foi abolida e substituída pela guarda nacional. A educação foi secularizada, a previdência social foi instituída, uma comissão de inquérito sobre o governo anterior foi formada, e se decidiu por trabalhar no sentido da abolição da escravidão do salário. Noventa representantes foram eleitos, mas apenas 25 eram trabalhadores, e a maioria foi constituída de pequenos-burgueses. Entretanto, os revolucionários eram maioria. Em semanas, a recém nomeada Comuna de Paris introduziu mais reformas do que todos os governos nos dois séculos anteriores combinados:O trabalho noturno foi abolido;
Oficinas que estavam fechadas foram reabertas para que cooperativas fossem instaladas;
Residências vazias foram desapropriadas e ocupadas;
Em cada residência oficial foi instalado um comitê para organizar a ocupação de moradias;
Todas os descontos em salário foram abolidos;
A jornada de trabalho foi reduzida, e chegou-se a propor a jornada de oito horas;
Os sindicatos foram legalizados;
Instituiu-se a igualdade entre os sexos;
Projetou-se a autogestão das fábricas (mas não foi possível implantá-la);
O monopólio da lei pelos advogados, o juramento judicial e os honorários foram abolidos;
Testamentos, adoções e a contratação de advogados se tornaram gratuitos;
O casamento se tornou gratuito e simplificado;
A pena de morte foi abolida;
O cargo de juiz se tornou eletivo;
O calendário revolucionário foi novamente adotado;
O Estado e a Igreja foram separados; a Igreja deixou de ser subvencionada pelo Estado e os espólios sem herdeiros passaram a ser confiscados pelo Estado;
A educação se tornou gratuita, secular, e compulsória. Escolas noturnas foram criadas e todas as escolas passaram a ser de sexo misto;
Imagens de santos e outros apetrechos religiosos foram derretidos, e sociedades de discussão foram criadas nas Igrejas;
A Igreja de Brea, erigida em memória de um dos homens envolvidos na repressão da Revolução de 1848 foi demolida. O confessionário de Luís XVI e a coluna Vendome também;
A Bandeira Vermelha foi adotada como símbolo da Unidade Federal da Humanidade;
O internacionalismo foi posto em prática: o fato de ser estrangeiro se tornou irrelevante. Os integrantes da Comuna incluíam belgas, italianos, poloneses, húngaros;
Instituiu-se um escritório central de imprensa;
Emitiu-se um apelo à Associação Internacional dos Trabalhadores;
O serviço militar obrigatório e o exército regular foram abolidos;
Todas as finanças foram reorganizadas, incluindo os correios, a assistência pública e os telégrafos;
Havia um plano para a rotação de trabalhadores;
Considerou-se instituir uma Escola Nacional de Serviço Público, da qual a atual ENA francesa é uma cópia;
Os artistas passaram a autogestionar os teatros e editoras;
O salário dos professores foi duplicado.
A Morte da Comuna:
O governo oficial, agora instalado em Versalhes e sob o comando de Thiers, fez a paz com a Alemanha para que tivesse tempo de esmagar a Comuna de Paris. A Alemanha libertou prisioneiros de guerra para compor as forças que o exército francês usaria contra a Comuna. Esta, perdeu terreno rapidamente, pois possuía menos de 15 mil milicianos defendendo a cidade contra 100 mil soldados de Versalhes. Durante a lenta derrota, os revolucionários atearam fogo aos símbolos do Império francês - os prédios administrativos, o palácio do governo - e executaram seus reféns, compostos em sua maioria por clérigos, policiais e juízes. A defesa também sofreu pela incompetência militar dos representantes escolhidos para organizá-la. Ao todo, a Comuna executou 100 pessoas e matou 900 na defesa de Paris. As tropas de Thiers, por outro lado, mataram de 50 a 80 mil parisienses, tanto nos combates quanto nas execuções sumárias que se seguiram. 40 mil pessoas foram presas, e muitas pessoas foram executadas por terem sido confundidas com membros da Comuna. As execuções só pararam por medo de que a quantidade imensa de cadáveres pudesse causar uma epidemia de doenças. Vista pela esquerda a Comuna foi a primeira experiência moderna de um governo realmente popular. Um extraordinário acontecimento histórico resultante da iniciativa de grupos revolucionários e do espontaneísmo político das massas, combinando patriotismo, republicanismo e socialismo, em meio à circunstâncias dramáticas de uma guerra perdida (Franco-Prussiana) e de uma guerra civil em curso.
Jack Bauer/by Wilkipedia

domingo, abril 29, 2007

1 º Open Truco/2007


Imagem do 1 º Open Truco/2007: Teve música, dobradinha, moela, salsicha empanada, e claro, muito Truco e disputas acirradas.


Até a próxima!


J. Capote

quinta-feira, abril 26, 2007

Voltei


ReidaVela

Foto do Dia


ELE MORREU?????

Foto do dia III

Bom, ou é ele que não entendeu nada, ou temos no nosso blog o baluarte da ignorancioa e burrice joseense. Será que ele também não sabe pra quem o Chico fez a música "Levantados do Chão". Ou que também nunca ouviu falar em Curumbiára, Eldorado dos Carajás, nunca teve acesso ao numero de mortos no campo desde início do movimento campesino brasileiro a começar por Palmares.
A estrutura fundiária brasileira é extremamente concentratada desde as capitanias hereditárias, depois pelas sesmarias com seus donatários feudais o que representa até hoje a acumulação primitiva do latifundio brasileiro, pra sua informação caro blogueiro, existe um índice internacional chamado Gine que mede essa tal concentração fundiária em vários países e o Brasil lidera esse indice.
Em nenhum momento da história da humanidade houve propriedades privadas com a extensão das encontradas no Brasil. A soma da área ocupada pelas 27 maiores propriedade privadas no país é igual à superfície total ocupada pelo estado de São Paulo. Aluta pela terra em nosso país é secular e sangrenta e só não correu seu sangue, ainda, é por pura aleatoriedade da sua posição social quu te pôs longe no espaço e no tempo deste conflito.
Para te informar melho devo citar um estudo do governameno federal de 1992 chamado Atlas Fundiário Brasileiro em que o próprio governo na época aferiu que 62,4% dos imóveis rurais cadastrados eram considerados improdutivos.
A reforma agrária não é só uma questão de justiça social, mas sobre tudo uma estratégia de desenvolvimento econômico, fixar o homem no campo, geração e transferencia de renda e tecnologia todos voltados sobre tudo para a agricultura familiar seria uma ótima saída para os problemas no campo e também economicos e sociais brasileiros. Pois isso, a europa já faz ha muito tempo, a reforma agrária européia ocorreu mais ou menos a uns trezentos anos atraz com a revolução francesa que marcou a era moderna, pra você blogueiro devo afirmar que certas partes do campo brasileiro deve viver ainda em uma idade pré moderna pois os ideiais de igualde ainda não cheram lá.
A concentração fundiária no brasil propiciou várias organizações políticas que deixaram legados nefastos como foi com o patriarcalismo dos latifundios canavieiro, a oligarquia cafeieira e nossa atual sociedade qua está firmemnete alicerçada no chamado patrimonialismo o qual você advoga de maneira abjeta e com argumento tão pífios quanto nojentos. Me enoja esse tipo de conduta. Mas penso que é só uma brincadeira de mau gosto.

quarta-feira, abril 25, 2007

Foto do dia II

Caros leitores, o que fazer quando damos liberdade de expressão a todos. O que faz meu caro escritor de plantão essas pessoas a parar o trânsito. Elas estão a chamar a atenção do poder público para um país que nunca teve olhos para realidade nua e crua . Sabe porque você nem eu somos um deles, por pura sorte meu caro, só isso.Por saber disso os apoio e apoiarei todo movimento que reivindique os direitos mínimos da constituinte( trabalho,moradia,salário justo,lazer), este é o mal da pouca informação, seu discursso, ainda que você não o assuma como fascista o é. Tenho um livro em casa chamado A HISTÓRIA DA RIQUEZA DO HOMEM, posso lhe emprestar, porque sou seu amigo e acho que você ainda tem salvação, pois uma pessoa que gosto tanto do Chico Buarque como você merece uma chance. Preste mais atenção nas letras, em suas idéias e verá que é diferente.
Quando somos a favor não quer dizer que gostamos do tipo de vida que eles levam, nem eles gostam, eles não tem opção meu caro. O que quero é que eles tenham a mesma condição de vida que eu e você. Quando for melhor distribuido a riqueza deste país talvez possamos passear mais livre nas praças, andar mais a vontade pelas ruas. Caso não ajudemos de alguma forma, espere meu caro, é barbárie sobre barbárie e eu quero rir porque para mim não é nenhuma novidade.
Tudo é explicável, até mesmo sua conduta a minha e isto está relacionado com o meio em que vivemos, com as escolhas que fazemos, com a nossa liberdade, se é que somos , o que muito desconfio.
A esquerda não está morta, nem a direita , pois entendo como esquerda aqueles que desejam um mundo melhor para todos e isto é inevitável.
Sabe o que ocorre meu caro, é que é impossível sair como os pequenos burgueses no rio sábado de manhã pedindo paz com camisa branca, eles nunca a terão, querendo justiça, eles nunca a terão, simplesmente porque eles não sabem a raiz do problema e se sabem não querem tocar na ferida que eles mesmos causaram. Vai verificar onde os filhos destes camaradas estudam, onde eles trabalham, esse povo de bem. O que é ser de bem neste país se não ser agraciado com um bom emprego e boa familia. Eu quero é a marcha dos miseráveis entrando na copacabana no domingo de "busão" e ferrando essa burguesia, eu quero é dar risada, gargalhar alto quando as crianças esfomeadas vasculhar seus lixos , por que eu quero que todos tenhão o que tenho e nada mais nada menos do que isso, o básico que a constituição de país vergonhoso nos oferta.

Andarilho e sua sombra.

Foto do dia


O Movimento dos MTST(Movimento dos,pasmen, Trabalhadores Sem Teto) interrompem o livre arbitrio de deslocamento da população interrompendo rodovias paulistas(nesta foto, a Castelo Branco).Sera que esses motoristas são culpados e vão resolver seus problemas? Me digam porque se nao sou xenófobo....
By Olhos Verdes
ainda bem que eu não trabalho no jec de sj, tenho certeza que ia sobrar pra mim ir atrás desse Candinho, decerto lá na quebrada do Rio Cumprido, num barraco à beira do barranco, ia perguntar, É aqui que mora o Candinho, É sim, mas não tá aqui não, tá no bar, Tem alguma coisa dele aí que eu possa penhorar, Ah, tem só essa gaiola de passarinho aí, mais nada, Humm, e o passarinho, canta?

terça-feira, abril 24, 2007

A caçamba




Você sabe pra onde vai o entulho que eventualmente você joga na caçamba na frente de sua casa?
Pense nisso quando escrever neste blog!

Romance: Uma Revolução Literária




Ainda que breve, um estudo do romance nos aponta a sua importância e a revolução que trouxe para a literatura moderna: o que atesta também a enorme complexidade que carrega; tornando a missão de delimitar algumas das características básicas que o perfazem, dificílima, por se tratar de um estilo literário em que a subjetividade humana prevalece em um número incontável de facetas, ao tentar “decifrar” a realidade.
Se fosse apenas para citar, enumeraríamos aqui enquanto fruto deste estudo breve, aspectos como: individualismo/subjetivismo, o eu vitorioso, o eu oprimido, sentimentalismo, culto à natureza, a evasão, liberdade artística, etc.Ao Investigarmos alguns fragmentos do teórico russo Mikhail Bakhtin (1895-1975), podemos observar: que “o romance se alimenta do presente vulgar, instável, transitório”. “Ou seja, a sua instabilidade e o sujeito que nele vive o objeto de sua representação”. Para Bakhtin, o romance é um gênero em constante estado de devir, justamente por envolver a tríade homem – espaço – tempo, características estas sim, fundamentais a qualquer estrutura romanesca, bem como a todo universo imaginário que a estruturar. E que tornam árdua qualquer tarefa de, em poucas linhas, procurar características básicas para um estilo literário em constante movimento – até os dias atuais - como o romance.



Nilson Ares




Foto: A arte romântica se opôs ao racionalismo da época da Revoluçao Francesa e de seus ideais, propondo a elevação dos sentimentos acima do pensamento.

Foto do Dia:Jardim Da Morte


São 1.300 Rosas representando o numero de pessoas mortas por violencia na Cidade do Rio de Janeiro.O Manifesto foi feito na sexta -feira ultima,por movimentos populares cariocas de familiares das vitimas.


Jabor.Mainardi 2

Censor

Através da incumbência que eu mesmo me atribuo, tomei a liberdade em extirpar fotos de animais silvestres pulando no blog.
S. Farias

segunda-feira, abril 23, 2007

Vamos São Paulo,Vamos....




Derrota.Imagine se a cada derrota a torcida do São Paulo,decide invadir o campo,atacar os jogadores,e criar a desordem?essa é a visão da torcida adversaria nao-xenofoba,segundo seus seguidores.Ao perder a final da libertadores ano passado lutando pau-a-pau na decisao frente ao Inter no Sul,lamentei e levantei pensando:esse é o começo da conquista do Nacional desse ano(fato que ocorreu)pois a forma como os valentes atletas do time não aceitaram aquela derrota,foi com trabalho e garra de nao desperdiçar aquele grupo vencedor e prospero.o mesmo tenho a dizer agora.o adversario foi melhor,mas o trabalho nao pode ser descontinuado,pois mesmo no campo com resultado adverso nenhum guerreiro tricolor partiu para violencia,menos ainda sua torcida,que estara nessa quarta feira empurrando o time em uma ardua tarefa,a sequencia da Copa Libertadores da América.Vamos manter o habito de vestir a camisa do time(costume abandonado por certo rival da zona leste paulistana,assim como sua honra e glória agora vendidas a magnatas do crime organizado russo)cantar o hino e ter aquele otimismo permanente em cada um de nós,pois o São Paulo F.C é o maior time de futebol das Américas e isso ninguem pode nos tirar......Com Orgulho..




Jabor.Mainardi 2

Nair Bello....


Na semana Passada,o Brasil e São Paulo perderam mais um pedaçinho de sua obra artistica com a morte da atriz Nair Bello,a quem eu ria sempre quando a via em um de seus papeis televisivos,unico meio a qual tinha acesso a sua obra.Acredito que o humor que Nair,assim como de Juca Chaves,Chico Anisio,os primeiros de Jo Soares(pois agora virou um vendedor da classe alta)Mazzaropi,Rogerio Sampaio,Mussum e outros,seja o que a teevisão talvez tenha nos passado de melhor,frente a essas besterices atuais que contaminam os olhos da audiencia de tv aberta,como colunista desse blog,fica minha nota a uma agora sim,verdadeira perda da cultura brasileira.

Jabor.Mainardi 2

Retomada Editorial

Caros amigos leitores e colunistas,

Este blog precisa de uma retomada editorial que possa redefinir sua linha de pensamento, de modo que possa ser mais coerente, que não destoe da sua proposta inicial - que era a de discutir com "propriedade" os mais variados assuntos.
Propriedade no sentido de não se deixar levar por "achismos" e de preferência não cometer "delitos" contra a nossa saudosa e difícil lingua portuguesa.
Disponho-me a contribuir com essas mudanças, que ao meu ver são urgentes e necessárias.
São deixemos o blog perecer agora, justo neste momento de maturidade, de efervescência de idéias e de gente afim de compartilhar seus pensamentos.

Sem mais, reafirmo: contem comigo!

Nilson Ares / todalettra.blogspot.com

RIO.... Vamos salvar o RIO

Bom,como seria bom eu poder nao ter medo de ir ao Rio,Ver o Chico cantar no Rio,Ver Romario no Maraca,Ir ao Corcovado,Ir passear no bondinho,Como a maioria dos meus amigos,,gostaria de conhece o Rio de verdade,,,mas a violencia e a guerra civil(ignorada pelo governo Lula)nao nos da esse deleite.Me surgiu uma idéia....O governo do estado contrata 350 kombis com alto falante por cima,convocando toda populaçao de bem a se retirar em determinado dia na semana seguinte a casa de um parente ou ao cidadao sem essa condiçao,locais cadastrados em distancias proximas,para ser feita uma varredura no municipio.Crente da idéia,todo cidadao de bem ira se retirar nesse dia,dia em que aeronaves dispensarao em torno de 100 ogivas sobre a cidade,destruindo a toda e abaixando a toda,inclusive com seus elementos de ma fé,que nao acreditariam em tal atitude.Depois passa se um rastelo limpando a cidade,ai se recadastraria se todos cidadaos que ali iriam voltar e se recontruiria a cidade aos moldes de sua beleza natural,sem seres quaisquer morando em morros uns pisando a cabeça dos outros e sim uma capital com no maximo 2 milhoes de habitantes,radiando sobre o mapa nacional,pois isso é o que o Rio merece....xenofobo talvez,,rdical demais,,mas gente como o povo carioca(hoje ,na minha visão ,exercendo como nunca sua cidadania)pode mudar seu lar para nós podermos visita-los?

Jabor.mainardi 2

CENSURA EM 2007...Pode Isso ???

ola,notei de alguns colegas certa repudia ao texto escrito na semana passada sobre a federalização do estado de Sao Paulo.Gostei muito ,pois ideais de melhoria para sociedade dificilmente sao debatidos com tanta ferocidade,Ja a rejeiçao do ideal ,tambem nao me incomoda,pois o ambito nacional atual necessita ideais radicais para sua melhoria,ideais radicais que dificilmente sao absorvidos em quaisquer setores da sociedade,mas me assusta e até me surpreende a censura ao texto,pois achava que dentro de uma democracia,ou da democracia do Lula,ideais independente de conotaçã,rotulos ou lideranças,podem ser expostos,divulgados e comentados,mas nunca praticados sem o concenço maior.Gostaria de ver nesse blog(nao bem destinado a cultura,algo que vou pronunciar mais)alguns pequenos ideais de melhoria na nossa sociedade para o bem -estar do semelhante,ou vocês ,como uma torcida de futebol,podem pixar os corajosos que divulgam seus ideiais,e vocês como uma torcida de futebol,assistam sem partcipação real.

Jabor.Mainardi 2

Tomaram de quatro!


Domingo de manhã peguei o jornal e tive o prazer de ler esta manchete: “SÃO PAULO É HUMILHADO E ELIMINADO” (Folha de São Paulo, 22 de abril de 2007).
Enfim o tal do “supertime” do São Paulo foi executado pelo (modesto?) São Caetano, com gol de chapéu e tudo mais... Um sonoro 4 X 1.
André Dias e Ilsinho deram show de atrapalhadas pra delírio de quem não torce por este monte de “bambis” de narizes, a la Rogério Ceni, empinados.
Agora vamos ver o que será do time na Libertadores. É lógico que não vou perder meu precioso tempo assistindo a esses “bundinhas de veludo” jogarem futebol, quero e espero pelo prazer de ver este bando de gente derrotada nos jornais, de degustar de novo a alegria de ver a cara de tristeza de R. Ceni e seu súditos.
Nenhum time é imbatível! E o São Paulo perdeu na hora certa!

Salve azulão, obrigado pelo baile!


Nilson Ares / CONTROLC press

Até a minha tolerância tem limite

vou continuar sentando e tomando cerveja com o Andrezão, mas peraí! o texto dele compromete quem tem nome e tem coisa escrita aqui. Portanto, se esse texto aí da federalização não for tirado do blog, por ele ou por outrém que se ache na posição de mediador, eu vou denunciar mesmo o blog. Nem vou entrar na questão legal, eticamente essa postura é intolerável.

Marcio Elias Santos

domingo, abril 22, 2007

Sem título por que o guarda vem aí

Houve uma reunião com a gerência onde J. questionou seu C., Mas por que os lucros dessa empresa não são distribuidos em partes iguais, já que todos contribuíram na fabricação, Caro J. o bolo tem todo um processo em sua fabricação que faz com que o Ciclano ganhe mais que o fulano, você entende né. Aliás há pessoas que vivem a ciscar feito galinhas olhando para o chão,enquanto outras buscam alçar vôos maiores. Nos meus dias de folgas, que aliás são pouquíssimos, às vezes visito os familiares. Tenho um irmão , diz mamãe, e é o que tenho visto, vive a brincar com um bechano , ora está em seus braços, ora no colo, e um dia desses pasmem, estava sobre sua cabeça servindo de cabelo em frente ao espelho.
J. escutou o discurso, que era ouvido por todos com grande encanto, e tentava encaixar as peças da fala de C.
C. retomou o discurso após uma breve parada para um gole de água, afinal ninguém é de ferro, e perguntou a platéia, Será que respondi a pergunta de nosso amigo, respondi.
Todos se calaram como era de se esperar , como se confirma com o silêncio amarelo, e C. retomou, E senhor tem mais alguma pergunta. J. o olhou pausadamente , observou o poder exercido pela palavra de autoridade de G. e disparou, Não, não tenho, até deseja fazer outra pergunta , mas chego a conclusão que só tenho duas saídas, ou compro um gato ou viro gavião.

O Andarilho e sua sombra

quinta-feira, abril 19, 2007

Minas (muito mais do que) Gerais


Era 2003, domingo, fim de tarde. Eu voltava da casa de um amigo em Santana, e ao atravessar o sinal da avenida Rui Barbosa com a rua Carlos Belmiro, me deparei com um grupo de torcedores alegres, festivos, bêbados, empinhados nos carros que formavam uma fila imensa por toda a avenida, buzinando sem parar, atraindo a atenção dos que passavam nas calçadas.

Esses torcedores vestiam uniformes nas cores azul e branco, e empunhavam bandeiras que exibiam cinco estrelas em forma de cruz, ilustrando um céu azul de fundo, cantando em coro: É campeão, É campeão! O Cruzeiro Esporte Clube, de Belo Horizonte – MG, havia se sagrado campeão brasileiro daquele ano. Toda esta cena que revivi agora me marcou muito desde então. Como pode tanta gente comemorar a vitória de um time de futebol, cujo endereço se encontra lá pela casa dos setecentos quilômetros de distância, em BH?

O bairro de Santana fica numa região muito próxima da SP-50, estrada que dá acesso ao Sul de Minas, e que de onde migraram a maioria dos mineiros com objetivo de conseguir trabalho em São José, aliás, muitos dos pais dos meus amigos. E por isso, devido à concentração de um povo e de seus costumes, a influência deixou de ser apenas geográfica, passando a ser cultural e conquistando também os limites do coração; gerando poetas, barbeiros, carroceiros e metalúrgicos, sem jamais perder a feição da terra de Drummond, Tiradentes e tantos outros brasileiros ilustres, assim como os torcedores do cruzeiro, festivos por aquele dia (merecidamente, porque o time do então técnico Wanderley Luxemburgo voara durante todo o campeonato).

Faço aqui também menção ao “Galo” (Atlético Mineiro) de ídolos como Reinaldo e Éder -quem não se lembra da bomba de Éder, da Copa de 1982 -, mas a tarde era cruzeirense.

Por toda essa impressão histórica, há pouco tempo, passou a fazer parte do calendário festivo da cidade, a Festa do Mineiro, (recebendo em 2004, o grupo 14 Bis) evento que exalta a importância deste povo, do qual todos nós somos um pouco, mas que ainda precisa de ajustes para se tornar um evento muito mais bacana do que oportunista.

Vez por outra, a cidade recebe alguns artistas de Minas, e no último dia 2 foi a vez de Lô Borges - um dos ícones do lendário Clube da Esquina - dar a graça por nossa bandas, se apresentando em Monteiro Lobato, no "Espaço Cultural Beira do Riacho".
Fomos para lá com a missão de conversar com o autor de canções que fizeram história em nossa música como Trem Azul, Paisagem da Janela, Equatorial, entre muitas. Apesar de estar com a voz um pouco cansada, devido à temporada de apresentações, como todo bom mineiro, Lô foi muito receptivo, nos concedendo sua atenção após o show.


Revista: O que você achou do público da região?


Lô Borges: Puxa! O público foi muito legal, todo mundo conhece as músicas, fiquei muito feliz. O pessoal participou pra caramba, e apesar de eu estar com a voz rouca devido a uma seqüência de shows muito longa, foi solidário e cantou para mim, fazendo com que eu pudesse cantar também. Foi um show do público em que eu também cantei...


Revista: Culturalmente como você vê a região do Vale do Paraíba?


Lô Borges: Uma região muito rica culturalmente e que tem um público muito bem informado, que conhece a produção musical do país como um todo, e eu me considero parte disso. O pessoal tem conhecimento da obra de muita gente do Brasil, inclusive este lugar em que toquei, costuma receber vários artistas de estilos diferentes, de outras tendências, o que significa que o publico local gosta da música brasileira, diversificada, da coisa ao vivo. É bem bacana...


Revista: Incluída aí a sua musicalidade, já que nós fazemos fronteira com o Sul de Minas e somos de alguma forma influenciados por esta sonoridade... Deixando-nos bem próximos do som dos mineiros do Clube da Esquina, como Milton Nascimento, Toninho Horta, Vagner Tiso, etc.


Lô Borges: Esse som mineiro se diversifica também, se multiplica em várias tendências. Eu sou um cara que faz música mineira, universal, com informações misturadas do Brasil e do mundo, e eu gosto dessa mistura, de manter “o trem sempre em movimento”, antenado com a novidade, em transição, jamais parado.



"Então eu digo amigo Lô/Como você eu também sou/Sou dessa gente que é demais/Do povo sou Minas Gerais". Nilson Ares


(Entrevista concedida após o show no Espaço Cultural Beira do Riacho em 02/07/2005, e publicada na extinta Revista Fragmentos.)

terça-feira, abril 17, 2007

A mulher do vizinho

Fernando Sabino


Contaram-me que na rua onde mora (ou morava) um conhecido e antipático general de nosso Exército morava (ou mora) também um sueco cujos filhos passavam o dia jogando futebol com bola de meia. Ora, às vezes acontecia cair a bola no carro do general e um dia o general acabou perdendo a paciência, pediu ao delegado do bairro para dar um jeito nos filhos do sueco.

O delegado resolveu passar uma chamada no homem, e intimou-o a comparecer à delegacia.

O sueco era tímido, meio descuidado no vestir e pelo aspecto não parecia ser um importante industrial, dono de grande fabrica de papel (ou coisa parecida), que realmente ele era. Obedecendo a ordem recebida, compareceu em companhia da mulher à delegacia e ouviu calado tudo o que o delegado tinha a dizer-lhe. O delegado tinha a dizer-lhe o seguinte:

— O senhor pensa que só porque o deixaram morar neste país pode logo ir fazendo o que quer? Nunca ouviu falar numa coisa chamada AUTORIDADES CONSTITUÍDAS? Não sabe que tem de conhecer as leis do país? Não sabe que existe uma coisa chamada EXÉRCITO BRASILEIRO que o senhor tem de respeitar? Que negócio é este? Então é ir chegando assim sem mais nem menos e fazendo o que bem entende, como se isso aqui fosse casa da sogra? Eu ensino o senhor a cumprir a lei, ali no duro: dura lex! Seus filhos são uns moleques e outra vez que eu souber que andaram incomodando o general, vai tudo em cana. Morou? Sei como tratar gringos feito o senhor.

Tudo isso com voz pausada, reclinado para trás, sob o olhar de aprovação do escrivão a um canto. O sueco pediu (com delicadeza) licença para se retirar. Foi então que a mulher do sueco interveio:

— Era tudo que o senhor tinha a dizer a meu marido?

O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevimento.

— Pois então fique sabendo que eu também sei tratar tipos como o senhor. Meu marido não e gringo nem meus filhos são moleques. Se por acaso incomodaram o general ele que viesse falar comigo, pois o senhor também está nos incomodando. E fique sabendo que sou brasileira, sou prima de um major do Exército, sobrinha de um coronel, E FILHA DE UM GENERAL! Morou?

Estarrecido, o delegado só teve forças para engolir em seco e balbuciar humildemente:

— Da ativa, minha senhora?

E ante a confirmação, voltou-se para o escrivão, erguendo os braços desalentado:

— Da ativa, Motinha! Sai dessa...


Texto extraído do livro "Fernando Sabino - Obra Reunida - Vol.01", Editora Nova Aguiar - Rio de Janeiro, 1996, pág. 872
.

Control C and Control V by Piquitito.

domingo, abril 15, 2007



Informe: Conheça o Instituto Mamulengo Social

O Instituto Mamulengo Social é uma OSC (Organização da Sociedade Civil) que atua nas áreas de educação, cultura e social.
Através de seu know-how em Educação, trabalha valores e conceitos desde a primeira infância, respeitando os princípios indispensáveis e indissociáveis de educar e cuidar, tendo a arte como principal ferramenta na implantação de suas ações.
Atualmente estende o seu trabalho para 10.000 atendidos entre crianças, adolescentes e adultos no Vale do Paraíba, Litoral Norte e Interior; em parceria com secretarias de Educação, Desenvolvimento Social e Cultura dos municípios do estado de São Paulo.


Para saber mais, acesse: http://www.institutomamulengo.com.br


Nilson Ares / CONTROL C press

sexta-feira, abril 13, 2007

êta dia abençoado

sexta-feira 13 dia do azarado
azarado?
porque?
se todo "santo dia"
tomamos no rabo
o cabeça de bagre que instituiu tal data
não morava no brasil
com certeza
se nã ia ter que comemorar todo "santo dia"
aliás
devido tal lenda
justamente nesse dia ficamos mais espertos com tudo que pode nôs acontecer
chegando ao final do dia perfeitamente inteiros
sem nenhum arranhão
sendo assim deviamos rever tal postura de preconceito a essa data
e
abençoala
tá certo
fui!!!

o homem do bigode encardido

só e ausente de tudo estou
não por escolha
por seleção
os melhores estão de joelhos
mas eu não
eu sou aquele que causa
o nojo
o desprezo
o desconforto
que as almas salvas pela fé tem diante do bizarro
eu sou "O homem do bigode encardido"

(AMIL RASEC,5000A.C)

Procura-se "Candinho"

Bar do Silvinho, rua Monteiro Lobato, às 21:45 do dia 12 de abril do ano de 2007 da nossa era cristã.

Nilson Ares / CONTROL C press

domingo, abril 08, 2007

Penso que nossa cidade é frutifera para a criação de uma música que una o regional e a música cosmopolita( entenda aqui os vários tipos de músicas existentes).Mas por quê? Ora, temos uma gama imensa de pessoas de várias regiões do Brasil que trouxe culturas diferentes para nossa cidade e a partir disso penso ser capaz de jogar num panelão e fazer uma grande mistura. Não é mais possível ficar nesse regionalismo que já ultrapassa , pelo menos o meu gosto, para algo inovador, afinal a arte é inovodora.
Qual é nossa identidade ? O que queremos que nos identifique?

Sei lá

Piquitito.

quarta-feira, abril 04, 2007

Contigencias

É...
Pelo que parece Ana Maria parou mesmo com tudo. Consta que foi logo após que ela teve aquela visão de Santa Barbara. Aquela, em que a santa apareceu a ela dizendo: Ana Maria, sua cadela, quando você vai parar de dar pra todo mundo minha filha?
Ana Maria começou com essa mania após ter pego Belelém, seu ex-namorado, com um travesti.
Belelém, negro, cabelo estilo black, carioca, que em meados da década de 70, deixou a Barra, a Barra do Piraí para trabalhar em uma montadora na região, e passou os últimos dias de vida como contraventor vendendo jogo do bicho. Fumava com tanta graça, classe e donaire que tinha seus de dedos de proctologista amarelados pela nicotina.
Quem deram a noticia de sua morte, sobre a cidade, foram as estatísticas que a quantificara sob o numero de crimes torpes ocorridos naquele período. As estatísticas cuidam para que não haja nomes, de sorte, não distinguiremos alguns entes entre vida e morte. Mas a noticia, sob a cidade, era a de que ele fora morto atrás de um posto de gasolina por golpes de cano de ferro, tijolo, vergalhões, e outros materiais de construção.
Ainda o lembro como contraventor, vendendo borboletas, cobras ou camelos no centro da cidade. Me lembrou um texto ( se não me engano o nome era alguma coisa parecida como The Fauna of Mirror) em que autor classificava os animais como os que se dividem em: a) pertencentes ao imperador, b) embalsamados, c) domesticados, d) leitões, e) sereias, f) fabulosos, g) cães em liberdade, h) incluídos na presente classificação, i) que se agitam como loucos, j) inumeráveis, k) desenhados com um pincel muito fino de pêlo de camelo, l) etcetera, m) que de longe parecem moscas" todos presos dentro do espelho de sua casa.
Essa parece ser a verdadeira taxionomia dos sujeitos desse lugar. Assim como o principal suspeito da morte de Belelém, o irmão de Salete, aquela que fez um churrasco de vigília para o milésimo gol do Romário. O seu irmão era o... Joaquim Preto. Tido com sujeito muito culto pois orava em línguas, sobre tudo nos dialetos bantus e ioruba.
O Joaquim Preto era muito amigo do filho do sacristão chamado Zé da Vó, é este mesmo sacristão que namora firme com Ana Maria. Sim, Zé da Vó, que nunca matou ninguém, não é adultero, contraventor, ou prevaricador, hoje ainda tem, por enquanto, em suas mãos, as ultimas poltronas do ônibus para excursão à visita do Papa em Aparecida. E promete que não cobrará ágio se houver aumento da demanda.
Isso se a dualidade emergente entre o real e o semântico desse lugar e dos que vivem nele, não se alterar.

segunda-feira, abril 02, 2007

CONTO: ALUÍZIO E O FÁRMACO – PARTE FINAL


Eis que o boi pergunta bem baixinho, nervosa e surdamente ao seu ouvido: -A droga! Trouxeste?


Não demorou, quando este nosso obstinado companheiro de viagem, pareou os dois, o boi velho e o novo, numa pesada campanha de certificação de seu experimento. Para o boi velho aplicou devidamente a droga, de início, em sua dose mínima, já para o boi novo aplicou-lhe o fármaco sem o seu principio ativo, apenas o placebo, um comprimido inócuo, e deu início as suas observações. Reparou que o boi novo, com toda sua robustez de um Bumba meu Boi galante, mantinha-se no mesmo patamar, mas o boi velho - o boi velho! Este estava totalmente diferente. Tinha ganhado um viço, remoçado, não ficava mais só deitado, suas lantejoulas brilhavam mais, certa vez até, com seu chifre, chegou a levantar a saia de uma rapariga que passava despreocupada em frente à casa de Aluízio.
Mas, como manda a orientação metodológica, Aluízio teve que trocar a droga. Para o boi velho passou a dar-lhe o placebo, comprimidos totalmente inócuos, e para o boi novo o fármaco em si, com toda substância e propriedade da droga; daí as constatações começaram a tomar força de lei, o que eram hipóteses estavam se transformando em teorias. Aluízio monitorava seu corpo de prova, e as constatações eram cabais, a começar pela constatação de que seu corpo de prova era um boi e que reagia ao fármaco, era uma estrutura percebida de uma só vez pelas cores, suas partes, sua cara, seu rabo e seu lombo, seu porte e tamanho, seu cheiro, seu ruído, seus movimentos que decompunham a luz da tarde em suas lantejoulas, tudo em conjunto. O boi não era um feixe de qualidades isoladas, não era tão pouco um mosaico de estímulos exteriores e nem uma idéia. Era exatamente, um boi. E que não fosse surpresa, pois já era previsto metodologicamente na troca das drogas, era um boi que começava a ter terríveis crises de abstinência, febres e alucinações, que teve seu ápice quando Aluízio ao visitá-lo no meio da noite, eis que o boi pergunta bem baixinho, nervosa e surdamente ao seu ouvido:
-A droga! Trouxeste?
Neste ínterim, os acontecimentos estavam adiantados na vila de Pilão Arcado e a ciência de Aluízio estava aquém deles. A começar pelo o boi novo, que em uma dessas maravilhosas tardes ensolaradas de domingo, foi vitimado por um choque anafilático em decorrência do estado avançado da alergia à luz que fatalmente o levou ao óbito. Sem contar também, o caso de Adalgisa, linda meretriz de dezenove anos que fez sexo, não por dinheiro, com Venâncio, um setuagenário; que segundo ela, o fez por compaixão a decrepitude do velho. Fleury, um dos poucos que conseguiram auferir alguns ganhos com o garimpo, e que até o momento vivia do serviço da divida que muitos em Pilão Arcado tinham para com ele, decretou anistia a todos seus endividados, com a intenção de reverter a importância em questão para o financiamento de obras que ajudariam a construir o futuro inequívoco de Pilão Arcado. Seu vigário, também decretou o fim da cobrança do dízimo, da penitência para os pecadores, considerou a possibilidade de deus também ser mulher, abriu a porta da igreja para outras religiões falando em ecumenismo e implementou um sistema participativo e auto gestivo da administração da paróquia.
Definitivamente a síndrome dos bons pensamentos havia se abatido como uma peste na vila de Pilão Arcado, não era mais preciso a lei, a norma, o direito, não havia mais litígio, o homem era bom por natureza, todos os objetos não representavam mais tensão entre si, pelo menos até o momento de vigência da ação do fármaco. E que Aluízio não tinha intenção de ficar para ver seu fim e nem de uma vila que nunca existiu, pois me lembro muito bem do que ele disse naquele dia de vazante do fartura:
- Às vezes sou feliz, às vezes sou deus, às vezes corro triste a me refugiar em meus objetos vazios, me inebrio com alguns deles, quando faz frio, desenho o sol no vidro da janela com o sangue desenganado que o ventrículo fibrilado exortou, e se existe mistério algum no universo são os objetos que existem para mim, o mundo todo também existe de fato, mas só de fato, e não em substância, e como me vejo nele num reflexo translúcido, sinto-me como uma metáfora de mim mesmo, assim como todos os outros, mas com a diferença, de que eles não sabem que o são: Uma metáfora, uma alegoria, uma parábola da existência.
E aproveitando naquele mês a vazante, foi visto pela ultima vez trasladando para a outra margem, a mulher, o boi...

FIM

Texto: Alexandre Marques, o Coronel

Revisão / Edição: Nilson Ares