sábado, outubro 31, 2009

mar

é como se o mar
tivesse passado por nós
molhando nossos pés ligeiros
por um novo deitar na areia

ainda não passou
e eu espero novas águas
que pulsem nas ondas do mar
transbordando nossa casa

águas, águas. passem

quinta-feira, outubro 29, 2009

Livre arbítrio e Liberdade



Aparentemente essas palavras soam como sendo a mesma coisa, entretanto, as definições aqui serão discutidas a partir da visão crista e da filosofia existencialista de Sartre.

O livre arbítrio é usado pelo cristianismo. Diante das possibilidades que oferece a sua ética do sujeito escolher entre o certo e o errado. Desta forma, temos uma tábula de valores pré-estabelecidos onde não existe, se assim podemos dizer, uma via aberta a ser escolhida.

Há normalmente para o cristão o chamado peso de consciência pela escolha diferente daquilo que foi determinado pela lei descrita numa tabula.

Por outro lado, a liberdade supõe a não existência de uma tábula a ser seguida, de uma ética pré-estabelecida. Não há uma essência de valores, o que se apresenta é minha existência diante de um mundo sem sentido e que caberá a mim dar sentido a ele. Eu farei as escolhas que determinará a minha sorte nesta existência aberta de possibilidades.

Para Sartre o mundo que se apresenta foi uma escolha da soma de escolhas individuais e que sempre o indivíduo está apto a dizer um não para a realidade que lhe apresenta e sendo responsável por tais escolhas.

A liberdade é também responsabilidade, não no sentido que conhecemos sobre aquela velha frase que ouvimos “você deve ser responsável”, mas que somos, segundo Sartre, sempre responsáveis pelas nossas escolhas e não posso culpar o outro pelas tragédias que ocorrem em função do caminho que escolhi.

Desta forma, enquanto eu tenho no livre arbítrio a possibilidade de negar um código de ética pré-estabelecido, na liberdade eu tenho sempre um caminho aberto para escolhas. Enquanto a negação da primeira produz o peso na consciência, como popularmente é falado, o segundo normalmente gera angustia diante do mundo de abertas possibilidades que homem tem de enfrentar diante das escolhas que terá que fazer.

Hemerson

Nota: o texto “ O existencialismo é um humanismo pode ser baixado e lido no endereço abaixo:

http://www.pdf-search-engine.com/o-existencialismo-%C3%A9-um-humanismo-pdf.html

quarta-feira, outubro 28, 2009

Cinema e Meio Ambiente: e eu com isso?


Quem tem acompanhado a mostra planet.move em São José dos Campos, tem percebido uma tônica central nos filmes exibidos: a possibilidade de se fazer deste meio uma poderosa ferramenta de mobilização em prol das causas ambientais.
Ter uma câmera direcionada para o registro de atividades ambientais ilegais e para com os relatos dos flagelados destas é possibilitar um maior eco dos abusos cometidos ao nosso habitat, ou seja, da ameaça a vida em nosso planeta.
As mensagens são claras: o que vem acontecendo e quem são os responsáveis pelas mudanças climáticas, pelas mudanças nas paisagens naturais, pela diminuição do poder do Estado, pelo descaso a comunidades que não podem mais manter seus costumes e modos de vida ancestrais, pelas mentiras de empresas que ganham milhões mantendo um falso marketing ambiental, pela globalização como fábula, pelos males dos transgênicos e pelo derrubar da floresta amazônica?
Quantas informações transmitidas!
Sabemos que cada registro releva o olhar de quem registra e como e o que quer transmitir. Tudo é intencional! Tudo tem posicionamento político! Tudo é afirmado com ênfase!
E, acredito: tem que ser assim! Não dá mais para ficarmos imparciais, ou como se diz na linguagem popular: “ficar em cima do muro”.
Os filmes denunciam. Citam nomes, fornecem dados e localizações geográficas.
Sim. E nos rasgam! Nos emocionam e nos fazem chorar pela dor de nossos pares.
Nesta sexta-feira, será exibido o filme “Nas Terras do Bem-Virá”, produção brasileira do diretor Alexandre Rampazzo. Acredito que seja o filme mais tocante da mostra. O filme relata a saga dos milhares de nordestinos que, sem opção de sobreviverem no sertão, buscam trabalho nas fazendas do sul do Pará, se tornando escravos de dívidas impagáveis.
Quando assisti este filme, repensei minha existência. Será que este problema, apesar se sua distância, em todos os sentidos, também não é um problema meu? O que eu, como joseense, funcionário público nesta rica cidade pertencente ao sul maravilha tem a ver com isso?
O que eu tenho a ver com a questão da escravidão ainda vigente, de modo camuflada, no meu país? O que eu tenho a ver com a questão da posse de terra na Amazônia? O que eu tenho a ver com a derrubada da floresta?
Difícil pergunta que deve ser respondida não só por mim. O driblar, o se esquivar destas espinhosas questões não só devem nos incomodar, como devem nos fazer tirar da nossa situação de acomodados.
Ao mudarmos tais paradigmas, podemos correr risco sim! Talvez o pior deles que é ser taxado de intrometidos. No filme “Nas Terras do Bem-Virá” há relatos de fazendeiros que se perguntam o que uma americana, a missionária Dorothy Stang, veio fazer na Amazônia. É chocante o relato de defesa, pelo advogado dos executores da morte de Dorothy: “Ela já esperava isso, aliás, ela já esperava isso desde que ela saiu de lá da terra dela, dos Estados Unidos. Se ela veio para cá promover invasão, ela está colocando em risco a sua própria integridade física. Ela colabora para o crime. É a colaboração da vítima para o crime”.
Quem sabe a verdadeira história, sabe que ela não promoveu invasão nenhuma. Aliás ela ajudou a ocupar terras que o INCRA já haviam sido demarcadas para reforma agrária.
Mas sua defesa não vem acaso agora, ela não precisa que ninguém a defenda, mesmo porque, na época em que ela precisava de proteção, a negaram. O que defendo aqui neste texto é a vida! E vida no coletivo! A vida da humanidade, do planeta Terra!
Pequenos passos são os meus: promover uma mostra de filmes e escrever este texto. Ainda estou muito longe de colocar minha vida em risco. Mas, sei que já incomodo. E incomodo a incomodados que preferem ficar em casa a assistir um filme que seja, de uma mostra de nove filmes ambientais.
Que ecoe as vozes deste filmes para a vida seja promovida. Este é a mensagem central de todos os filmes exibidos nesta mostra. É o cuidado dos idealizadores de cada filme para com o planeta.
Como diz Leonardo Boff: “Tudo o que existe e vive precisa ser cuidado para continuar a existir e a viver - uma planta, um animal, uma criança, um idoso, o planeta Terra.”

Luciano Rodolfo de Moura Machado
Educador Ambiental

As exibições da mostra planet.move estão ocorrendo no auditório do CEDEMP. Quinta (29/10) e sexta-feira (30/10) às 19h. Rua Tsunessaburo Makiguti, 157 - Floradas de São José. Maiores Informações: 3909-4516. Entrada Gratuita.

Debate : Essência

Como fui nomeado Ombudsman deste blog, encaminho post do leitor Anônimo. Mas recomendo fortemente que este compareça em nosso escritório para acareação, nesta sexta feira as 19h30. Para daí sim, ver a essência de um debate.

Segundo o Houaiss:
Debate
Exposição de razões em defesa de uma opinião ou contra um argumento, ordem, decisão etc.
Essência
Aquilo que é o mais básico, o mais central, a mais importante característica de um ser ou de algo, que lhe confere uma identidade, um caráter distintivo.
_____________________________________________________________________________
A busca do equilíbrio (tentei, inclusive, encontrá-lo no titulo do post, procurando a simetria) e da sobriedade deve ser a essência do debate. Em respeito ao debate a defesa de princípios e/ou opiniões deve ocorrer de maneira clara, lógica e concisa; em forma de argumentação e contraposição.
O oposto é parte fundamental no debate. Tão necessário quanto o objeto.
Quem perde com debates rasteiros somos nós. E o próprio debate.
Cordialmente.
Anônimo

terça-feira, outubro 27, 2009

O Chute da Bola

Sempre quiz ser professora, nunca soube explicar porque. Queria ser e pronto.
Porém nos últimos dias a corda apertou: cirurgias de última hora, pressão, curso em outra cidade, trabalho em outra, casa em outra...tudo resultou em muito cansaço e acabei adoecendo.
Existe uma lenda que conta que pessoas doente pensam mais, observam com mais cautela. Pois é, acabei descobrindo porque eu virei professora. Porque eu acredito, porque eu ainda acredito. Acredito que as pessoas podem fazer diferença na sua vida e acredito que eu posso ajudar essas pessoas a serem boas. Não vou fazer toda diferença, mas sei que faço.
Meu aluno me viu com os olhos pesados de tanto chorar, por debaixo dos ocúlos escuros. Perguntou se eu estava chorando e expliquei que sim, minha amiga na mesa de cirurgia me fez chorar, mas gostaria de ficar em silêncio. Ele me deu uma banana (fruta) e desde desse dia abraça mais os amigos e amigas.

No outro dia, assisti a Lista de Schindler com eles. Risos. Parei, conversei. Outra cena. Parei conversei. No fim, muitos choraram na cena final das pedras. Detalhe, eu chorei no filme anterior, O Pianista. Não aguentei a cena da lata! Sem medo, eles choraram com a vida da guerra.
Depois de tudo isso resolvi, que para descontrair, íriamos jogar bola. Inclusive me lembrei do comuna ex professor que já jogou bola comigo e alunos, nesses dias 'vamos dar uma parada porque a pressão está demais'.
Durante o jogo, sem time, meninos e meninas, compreendi definitivamente que era por isso que eu dava aula, facilidade da felicidade. Fui chutar a bola, chutei o chão, dividi bola, dei cotovelada no estilo Leonardo, fiz gol sem querer no gol adversário. Fazia tempo que não ria tanto e cada risada minha era motivo de mais risadas dos meus alunos, que esqueceram até da hora de ir embora.

Entendo tudo isso aí que vocês discutem, governo, superfaturamento, ecologia, pontes sem fim, kioto, extinção, começo, queimadas, alíquotas, icm, acm, pmdb, psdb, bundinhas de veludo, água tônica vesus infarto do miocardio, tudo isso aí e um pouco mais.

'Eu fico com a pureza das respostas das criancas:
É a vida! É bonita e é bonita!'

segunda-feira, outubro 26, 2009

Antes tarde do que nunca

Dia 07 de outubro de 2006 tivemos início desde blog. Naquele época meu grande amigo Alê ainda sem acesso me enviou aquele que foi o primeiro texto :" Carona com Derrida e Benjamin ". De lá para cá tivemos algumas baixas, alguns se foram, outros vieram e cá estamos mais vivos do que nunca.
Espero que a vida deste blog seja longa e faça alguma diferença para quem leia , afinal se "ao entrarmos em um rio e dele saírmos já não somos mais os mesmos assim como o rio", imaginem após a leitura.

Abraço a todos e divulguem , comentem , critiquem o Comunapiraquara

Hemerson.

Nota: Talvez devessemos pensar na organização de uma festa

domingo, outubro 25, 2009

Viaduto Talim


84 milhões de reais.

Como me disse o carissímo colaborador Alê Marques na sexta ultima, seriam em torno de 1000 propriedades desabitadas(isso a um custo de aproximadamente R$90.000,00 cada) lançando o mesmo numero de familias no mercado imobiliario da cidade, aos turistas, diga-se São José dos Campos.

Ou ao colega socialista "anos 2000" S.Farias, uma boa parcela de pagamento de FGTS aos demitidos da São Bento ou uma parcela importante de aquisição no valor do terreno do Pinheirinho, para se municipalizar e urbanizar a area e todos os moradores(invasores!) de lá.

Para mim seria interessante usar o valor para desapropriar alguma fazenda alguma fazenda na região norte, tipo aquelas perto do Luso, para viabilizar a construção de um autódromo internacional na cidade. Com certeza traria mais visibilidade, empreendimentos e riqueza a cidade.

Gostos a parte, é lamentavél engolir uma porcaria de obra daquela sem objetivo algum!Motoristas, pedestres, assaltantes, estudantes, mendingos, amimais silvestres, todos, sem excessão prejudicados por uma estranha obra sem vislumbramento de facilitação nenhuma ao municipio.


Ao contrário do governo Lula e de varias administrações municipais petistas, inclusive a última aqui, o partido do atual prefeito desde a eleição de Emanuel em 1996, nunca enfrentou uma grande investigação de conhecimento público e popular por suspeitas de desvio de recursos e corrupção em obras públicas.

Perante a inércia visual, fisica, não funcional e óbvia de tal obra até ao contexto do mais simples cidadão que seja, seria interessante os vereadores e colaboradores de oposição ao governo, junto ao ministério público averiguar a transparência dos recursos municipais em tal obra.

Seria muito bom aos idealizadores e aos construtores.

No caso, só nós da população se estrepavam(pra não ser indelicado..) , com um belo elefante branco a nos entreter e deixar-nos falando sozinhos na volta da zona sul ao centro em horários de pico semanais.

Objeto: Multidões


Não importa o partido a que se pertença - escreve Baudelaire em 1851- é impossível não ficar emocionado com o espetáculo dessa multidão doentia, que traga a poeira das fábricas, inspira partículas de algodão, que se deixa penetrar pelo alvaiade, pelo mercúrio e todos os venenos usados na fabricação de obras-primas... Essa multidão se consome pelas maravilhas, as quais, não obstante, a Terra lhe deve. Sente borbulhar em suas veias um sangue púrpura e lança um olhar demorado e carregado de tristeza à luz do Sol e às sombras dos grandes parques”

Benjamim. Walter. Charles Baudelaire: Um lírico no auge do Capitalismo. ED. Brasiliense 1989.


Ao Jorge Pessotto, nosso Flanêur Joseeense.

sábado, outubro 24, 2009

Saudades do Brasil

Não tem mais moça na janela,
Aquela ladeira já não é a mesma,
A praça perdeu a poesia,
O paralelepípedo virou asfalto,
O samba virou rock,
A banda aposentou,
Substituíram as casas dos nossos avós
Por prédios e condomínios,
As sombras dos arranha-céus
Cobriram as velhas Igrejas,
A vila de pescadores a beira mar
Foi transformada num ressort 5 estrelas
O velho cinema foi demolido
Trocaram as palmeiras por pinheiros,
A noite não tem mais estrelas,
As meretrizes viraram empresárias
E até o pecado foi banalizado

Os poetas ficaram sem boteco
O tédio ficou estressado
O tempo
Perdeu a memória
Só sobrou uma saudade
Que não se aninha neste mundo

sexta-feira, outubro 23, 2009

Clima e Uso da Terra


O Brasil ocupa o terceiro lugar em projetos de MDL(Mecanismo de Desenvolvimento Limpo) com 8% do total, atrás da China e Índia, respectivamente cada uma com 37% e 27%, o que é muito pouco. Boa parte do percentual das iniciativas brasileiras encontra-se na área de energia.
China e Índia também têm boa parte de suas iniciativas na área de energia, e por motivos óbvios, ambas têm matriz energética suja, ou em outras palavras, fóssil. O que não é o caso do Brasil que sua matriz energética é 45% limpa, duas vezes mais do que é recomendado pelo IPCC.
Mas isso não quer dizer que o Brasil não detenha uma parcela significativa na emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE), pelo contrário, nosso país colabora intensamente com emissões de GEE, mas no inventário que está sendo elaborado sobre a participação do Brasil, e que o MCT ainda não finalizou, já se sabe que a principal fonte não são as indústrias e nem nossa matriz energética, mas sim o desmatamento. Que além de emitir CO2 principal Gás de Efeito Estufa, acaba com o que se chama de Sinks, ou sumidouros de carbono, já que a floresta durante seu desenvolvimento fixa carbono na biomassa através da fotossíntese.
E por que se desmata? Simplesmente devido a pressão das commodities que empurram a fronteira agrícola para áreas de vegetação nativa, como o cerrado e a Amazônia. O principal problema dos GEE´s no Brasil está relacionado ao uso da terra. Já existe dentro do MDL (Mecanisno de Desenvolvimento Limpo) um modelo de atuação para controlar e promover adicionalidade1 na questão de uso da terra que é o LULUCF(Land use, Land Use Change and Florestry), que é Uso da Terra, Mudança de Uso da Terra e Florestamento. Porém existem poucos desses no Brasil, devido ao tempo que se leva para sua implementação, comprovação de adcionalidade e transferência de tecnologia.
O que o governo brasileiro vai levar a Copenhague é o REDD (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação), também se trata de um projeto de mudança de uso da terra, porém gerando créditos para as florestas já em pé, evitando seu desmatamento e degradação. O que por um lado é muito importante, pois impulsiona uma economia florestal, sobre tudo no tocante a serviços ambientais da floresta, como contenção de perda de solo, percolação da água, ciclagem de nutrientes, fibras, medicamentos etc..
Mas por outro lado, projetos que envolvem uso e mudança de uso da terra trazem com eles sérios riscos de vazamento de carbono (Leakage). Vazamento de carbono corresponde ao aumento de emissões de gases de efeito estufa que ocorra fora do limite da atividade de projeto do MDL e que, ao mesmo tempo, seja mensurável e atribuível à atividade de projeto. Projetos de MDL que limitam acesso a terras, alimentos, fibras, combustíveis e recursos madeireiros sem oferecerer alternativas, podem resultar em vazamento ou fuga de carbono, enquanto as pessoas procuram pelo suprimento de suas necessidades em outros lugares emitindo carbono nessas localidades.
Outro problema com o REDD, é que pelo fato de Brasil ter uma extensa área de florestas pode gerar uma sobre-oferta do crédito de carbono, fazendo com que o seu preço caia no mercado inviabilizando o processo de redução dos GEE. É preciso que se crie dentro do REDD políticas de garantia de preço, uma vez que a commodity agrícola tem o seu preço atrativo ao investidor, e a commodity de carbono precisa ser competitiva neste mercado. A solução para o passivo ambiental climático no Brasil está ligada ao uso e a mudança uso da terra em nosso país.

1. Adicionalidade: é a demonstração de como as atividades de projeto reduzem emissões de gases de feito estufa, além do que ocorreria na ausência da atividade de projeto do MDL registrado.


Vista verso Seven

O novo lançamento do Microsoft provavelmente será um sucesso e um real substituto do XP a longo prazo, principalmente quando todos poderem provar esta nova plataforma.
Tive a oportunidade de instalá-lo como sugerido por um amigo e realmente me surpreendi.
Quando foi lançado o Vista a exigência básica era um processador poderoso para que o programa pudesse processar rapidamente as informações , pois muitos que compraram um computador básico com processador celeron, por exemplo, tinha dificuldade para rodar o basic home , que por sinal tinha várias limitações.
Algumas empresas testaram e a maioria preferiu ficar com o plataforma XP que apesar das qualidades sempre exigiu que o sujeito guardasse os danados drivers de placa mãe e vídeo e outras coisinhas mais.
Para minha surpresa instalei uma versão do Seven que um amigo me passou e realmente o danado parece que veio para ficar. Trouxe com sua instalação todos os drives , abriu rapidamente como se espera de um bom programa e sendo instalado num superado celeron.
Segundo a microsoft ele inclusive rodará no brinquedinho de 10 polegadas que estão vendendo por aí com o pequeno processador Atom da Intel feito para os chamamados NETBOOKS.
Não entrarei nos detalhes porque quem tiver a oportunidade de instalá-lo verá que além das inovações dos gráficos que são bastante úteis, como abrir várias janelas e quando passamos sobre elas abrem e fecham quando passamos para outra com simples correr do mouse, funciona com a ótima velocidade do XP, entretanto, sem exigir um hiper processador.
Desta forma, acredito que morrerá o Vista, que parece que nasceu condenado a morte e está realmente vindo o grande substituto do XP.
Logicamente que a velocidade das coisas são rápidas e teremos num futuro o wireless completo e touch screen substituindo nossos dedinhos e cada vez mais estaremos inserido dentro deste ciberespaço e nosso base material nos facilitará cada vez mais isso.
Hemerson

quinta-feira, outubro 22, 2009


Cine Eco - planet.move
19:00h - Sempre!

Quinta-feira (22/10)
O Planeta [80min – Direção: Michael Stenberg, Linus Torell, Johan Söderberg – Suécia, Noruega, Dinamarca, 2006]
Sexta-feira (23/10)
Herança [26min – Direção: Carolina Berger – Brasil, 2007]
A Grande Liquidação [95min – Direção: Florian Opitz – Alemanha, 2006]
Segunda-feira (26/10)
Urubus têm Asas [16min – Direção: Marcos Negrão e André Rangel – Brasil, 2007]
Entre a Meia-Noite e o Canto do Galo [66 min – Direção: Nadja Drost – Canadá, 2005]
Terça-feira (27/10)
Os Homens do Lago [12min – Direção: Aaron I. Naar – Bolívia/Estados Unidos, 2007]
Encontro com Milton Santos [90min – Direção: Sílvio Tendler – Brasil, 2006]
Quinta-feira (29/10)
Vida sem Controle [95min – Direção: Bertram Verhaag, Gabriele Kröber – Alemanha, 2004]
Sexta-feira (30/10)
Nas Terras do Bem–Virá [110min – Direção: Alexandre Rampazzo – Brasil, 2007]

Cine Eco



Mostra planet.move O Cine Eco, uma iniciativa da Secretaria de Meio Ambiente (SEMEA), tem como proposta ser um espaço de debate sobre o meio ambiente. Através da exibição de curtas e longas metragens, especialmente alternativos, pretende despertar a sensibilidade e a discussão junto às causas ambientais mais urgentes.Inaugurando este projeto, a SEMEA traz para São José dos Campos a mostra planet.move. Ela reúne produções nacionais e internacionais e tem como objetivo a conscientização sócio-ambiental, por meio da exibição de filmes com as seguintes temáticas: mudança climática, globalização e seus impactos ecológicos, perda da biodiversidade, entre outras.Estas exibições ocorrerão em parceria com a ECOMOVE, ONG alemã, que tem como objetivo distribuir internacionalmente material audiovisual ambiental. O projeto é apoiado pelo Ministério do Meio-Ambiente da Alemanha e já ocorreu em diversas regiões e cidades do Brasil, incluindo várias capitais.Após as exibições ocorrerá um debate com o público presente. Sinopses em http://www.planet-move.com.br/


De 22 a 30 de outubro

As exibições e debates ocorrerão no auditório do CEDEMP. Rua Tsunessaburo Makiguti, 157 - Floradas de São José (ao lado do Cephas). Favor chegar com antecedência, pois os assentos são limitados. Informações: 3909-4500


A ilusão e a vitrine



Quando criança na casa de meus avôs, onde fui criado, era uma briga por espaço, espaço para tudo. Para o banho, na mesa do almoço, nas divisões de tarefas domésticas, no armário, na sapateira, enfim, éramos em 12 pessoas, tem base?
Devido à quantidade de pessoas, meu avô (que chamo de Pai), funcionário da Prefeitura, com o orçamento exprimido, nos presenteava uma vez por mês após o almoço de domingo, com dois queijos Minas e uma barra de goiabada cascão. Era alegria geral. Minha avó então repartia em doze fatias e cada um se deliciava com o doce.
Aparentemente, éramos felizes e satisfeitos, não havia quem não quisesse a sobremesa.
O tempo passou, como histórico que é, minha avó já não está entre nós, mas aquele gesto, aquela ação eu nunca esqueci.
Hoje , vinte anos se passaram, e após o almoço, às vezes, procuro um doce, entro nas padarias da vida, e aí é o problema.
Tortas, bombas, beijinhos, brigadeiros, quindins cocadas, pés de moleque, Maria moles, ambrosias, sorvetes, bolos, balas, cremes e tudo que vai sacarose.
E então o que comer?
A questão não é escolher um doce, é negar todo o resto, e correr o risco de se arrepender, caso o confeiteiro não estivesse bem no dia.
Saudade mesmo é da sobremesa na casa de minha avó.

Prata Preta

quarta-feira, outubro 21, 2009

The Wall

Há vinte anos, logo pela manhã após o café, faltando poucos minutos para pegar o caminho da escola, eu corria até ao alpendre de minha casa e lá ficava até os últimos instantes, no mais das vezes me atrasando para aula. A culpa era do jornal que pontualmente era entregue as seis, e que eu o lia na sanha de absorver a força de cada golpe de marreta, martelos, paus, contra a um muro que não vi ser construído, mas que assisti sua queda. E que mesmo dentro do meu parco entendimento da época sabia que era um divisor de águas.
Parece que foi ontem que as duas Alemanhas se reencontraram, que o muro de Berlin ruiu e com ele todo espectro ideológico do socialismo real e da bipolaridade mundial. Como pré adolescente vi a tudo isso bestificado. Mas hoje, depois desses vinte anos, vejo que seus desdobramentos são ainda mais inauditos.
A queda do Muro simbolizou o triunfo do Capitalismo, fez com que alguns vaticinassem o fim da história (como Fukuyama) por considerar que as contradições já se haviam superadas com o triunfalismo da democracia liberal ocidental e a dialética estava sob os escombros do Muro, mas como já dizia Maiakovski: o mar da história é agitado!
De fato, a versão habilita para o liberalismo global arrebentou a cerca no peito. O neo-liberalismo de Reagan e Thatcher surgiu como panacéia para o atraso das economias do leste e também do sul, vide a America Latina neste período. A desregulamentação dos mercados de capitais, a política do Estado mínimo, as privatizações nos trouxeram crises econômicas subseqüentes na década de 90, a crise da Malásia, Rússia, Argentina, México.. A função auto reguladora do mercado, e a sua mão invisível, como bem teorizou Adam Smith não foram capazes de contornar tal situação.
Sem contar as forças intra estatais que também pressionavam os Estados, as contestações não viam só de fora, forças de dentro do próprio Estado também o faziam, como insurgência de minorias culturais e étnicas.
Após a queda do muro o desemprego na Alemanha aumentou, o Neonazismo surgiu. O centralismo militar do leste se esfacelou e as minorias éticas, sobre tudo nos Balcãs, deram um outro contorno geopolítico no leste europeu banhado de sangue. Os preceitos Ilustrados do Iluminismo que fundaram o Estado Moderno, a democracia e o próprio liberalismo já não serviam mais como referência já que tanto o Estado, a democracia e a economia estavam em crise.
A America Latina também entrou neste clico, reabilbitando um movimento adormecido desde o inicio do século passado, o zapatismo no México, que fez uma oposição feroz ao NAFTA, no celebre confronto em Chiapas no início da década de 90.
A crise do neoliberalismo econômico vem se estendendo desde a queda do Muro de Berlin até os dias de hoje, com crises cada vez mais agudas. Há vinte anos a queda do muro foi em Berlin, hoje o muro que ruiu foi outro, em outro lugar, mas com a mesma magnitude, o muro foi Wall Street, que veio trazer outro contorno geopolítico colocando em cena países como Brasil, India e China. Desde há vinte anos, vejo os desdobramentos da queda do muro com o mesmo espanto e perplexidade dos meus quatorze anos de idade. Porém, hoje, muito mais pela frieza desta tela do que pelo minutos passados no alpendre de casa.


sexta-feira, outubro 16, 2009

MEU TIO E OS RELÓGIOS


Meu tio apreciava os relógios. Interessava-se por vários modelos, tamanhos e mostradores; em especial os de caixa quadrada, dourada e com pulseira de couro. Admirava quando um de nós chegava em casa com um modelo novo no pulso.
Perdi a conta de quantos Technos, Champions, Citizens e Orients, entre outros deixaram os olhos de meu tio brilhantes, fazendo-o arrancar elogios, na maioria das vezes sinceros, outras vezes nem tanto, mas, apenas para não desapontar os sobrinhos.
Pelo pulso do meu tio, durante os seus 57 anos de vida, inúmeros relógios passaram e deixaram saudade, lembraram momentos, sua juventude, sua maturidade e sua efêmera velhice. A Bossa nova e a Jovem Guarda, principalmente Roberto Carlos, embalaram a juventude do meu tio, que ao lembrar de algum relógio que usara, logo projetava do passado os lugares que freqüentou, os (poucos) amigos que teve , e as mulheres, claro...
Era muita história que eu passava tardes ouvindo ele contar, sentado à calçada, num fim de semana qualquer.
O curioso era que meu querido tio não ligava muito para o tempo, não pensava no futuro, em ter mulher, filhos, carros, etc. estas coisas pequenas para uns, fundamentais para outros (não vem ao caso aqui discutir). Meu tio não estava nem aí para o dia de amanhã, embora ele nunca tivesse declarado algo sobre isso.
Os relógios apareciam junto com os empregos que conseguia e iam embora quando ele se desempregava também, e a preço de banana; ao vendê-los aos “roleiros” que ficavam durante a semana parados em frente à igreja matriz, no centro da cidade.
Metalúrgico, vigilante, servente de pedreiro, ajudante-geral... Deve haver mais funções registradas em sua carteira de trabalho; a memória me falha, mas a lembrança mais nítida é a de sempre ter um relógio ou não a enfeitar seu braço, nos momentos de alegria e tristeza.
José Francisco ou Tio Né como o chamávamos (Nenê era seu apelido de infância), amava a beleza dos relógios, se pudesse tê-los-ia todos; os do mundo inteiro, principalmente os suíços.
Tio Né ignorava a supremacia do tempo, o passar dos anos, as rugas, as dores que vão nos levando sem percebermos.
Um belo dia o tempo parou para o meu tio e ele estava sem relógio, era domingo, 5 de abril de 2009, data dos meus trinta e cinco anos.
Como fazia todo domingo, ele voltava da banca de jornal próxima à nossa casa, e trazia notícias fresquinhas do “São Paulo” dele, do meu “Corinthians”, mas não deu tempo... Tempo para chegar em casa e nos contar (a mim, a meu pai e meu irmão).
Não havia mais tempo, muito menos relógio...


Valeu Tio! Muita Saudade...

(Para José Francisco Ferreira)

quinta-feira, outubro 15, 2009

Aerostação

Montaram-no no meio da sala, o velame era colorido com desenhos tirados da televisão. Tinha um Perna Longa estampado bem em cima e a armação era de uma barraca antiga de acampamento, as crianças estavam tão convictas da sorte do engenho que se mostravam realmente dispostas a não ver defeito algum. Não media mais que dois metros quadrados, mas os meninos tinham certeza que poderiam alçar vôo passar pela janela, o portão e ganhar as ruas.
Amarraram com um barbante as pontas do velame na caixa de brinquedos, como se fosse um pequeno cesto e quando já a bordo dele se sentiram os gênios da aerostação, só faltava a chama que os fariam mais leves que o ar. Apagaram as luzes de toda casa, tatearam como dois ceguinhos pelos móveis, até que um deles pegou a lanterna do pai e a acendeu dentro do balão. No mesmo instante o velame inflou. Seguraram firme no cesto que começou a balançar, e que por sorte, e prudência dos meninos, estava ancorado no sofá.
Um deles tratou logo de soltar a amarração que prendia o balão para que pudessem alçar vôo, mesmo sabendo dos perigos de um vôo noturno, o que estava dentro cesto com a lanterna acesa alimentando o velame de luz, chegou até a pensar em deixar um bilhete aos pais dizendo que fariam apenas um vôo experimental e que em breve voltariam. Mas a ansiedade, a felicidade, o nervosismo, a alegria de estarem decolando com um balão da sala de casa, era tanta que não conseguiram atinar mais em nada.
O balão foi levantando lentamente do chão da sala, foi ganhando uma certa altitude até chegar ao teto, que coincidentemente passou a ser seu teto de vôo, sobrevoaram toda a sala, foram para cozinha, passaram pelo quarto dos pais e os puderam ouvir lá em baixo roncando, chegaram a lavanderia e a janela entre aberta deixou entrar um pouco de luz do poste da rua.
Essa pouca luz vinda de fora foi o suficiente para o balão perder o prumo. Começou a rodopiar e as crianças se seguravam a cada reflexo de luz, mas era em vão. O que segurava a lanterna a aproximou ainda mais no velame na intenção de uma fuga daquela tormenta, de repente se formou uma nuvem de luz parada no ar que se aproximava do balão, como se fosse uma culumbus nimbus luminosa.
Os fótons dessa nuvem atacavam violentamente o velame, era um jorro feroz de cores que os desenhos animados feitos no tecido filtravam, deixando passar ora o verde, o vermelho, o amarelo ou quando não, o branco, na impossibilidade de conter a cheia de todas as cores. A cabeça das crianças já estava em maresia, as luzes e sua refração nos desenhos animados provocavam uma náusea doce.
Pensaram em chamar pelos pais, mas os golpes que as luzes davam no balão e a náuse doce dos desenhos impossibilitaram de proferir qualquer palavra. Foi uma noite em que ficaram a deriva do lume do balão, com lufadas de fótons que os empurravam contra a parede da sala e os arrastavam até ao banheiro, ida e volta. No dia seguinte quando os pais levantaram, a tenda do Perna Longa jazia surrada debaixo da mesa da cozinha e logo mais a frente, as crianças, com seus corpos exaustos e lanhados pela luz, dormiam no sofá.
Para Gabriel

quinta-feira, outubro 08, 2009

Peixe podre


E hoje, depois de ter tomado muita chuva na cacunda na grande capital desvairada, atrás do prejuízo e de outras coisas, meu pensamento saracoteava uma imensidão de ideias para complementar coluna contumaz do comuna mais assíduo. Não que esta necessite complemento, mas me senti livre depois de tanto tempo sem escrever nada. Ainda, ter passado dos trinta e ainda continuar “vermelhinho” (sic). Este rótulo tem me custado muito também e busco a cada dia tirar a carapuça que já não me serve. É importante ouvirmos os ruidosos e contrários de plantão para analisarmos questões que nos passam despercebidos, ou não. O problema é assumir a “responsabilidade do festival” enquanto outros se esquivam e preferem não assinar.

Convenhamos que a questão de investimentos de vultuoso porte no Brasil está na ordem no planejamento estratégico. Esses fundos citados terão que garantir e sustentar a fluidez dos recursos investidos e a responsabilidade fiscal em todas as grandes obras, principalmente as do PAC. Dia desses ouvi que o espetáculo do crescimento está lastreado em endividamento público e este legado será a herança para outros governos. Hoje, com as PPPs não acredito que isso aconteça, sendo que o interesse não é somente o de reeleição e sim de continuidade do desenvolvimento em bases sustentáveis no Brasil, que além de tudo isso ainda recebeu a tarja de capitão da América Latina, com o desinteresse estadunidense na região.

Para não me estender, lembremo-nos ainda que este ano é o ano em que o compromisso global com as questões dos gases do efeito estufa está na cabeça das agendas de praticamente todas as partes economicamente desenvolvidas e em dezembro na mesma Copenhagen haverá a reunião envolvendo questões ambientais – basicamente compromissos e acordos globais para mitigação e adaptação em relação às emissões - lastreadas por outras questões sociais e econômicas : precedente histórico similar somente na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano no Rio em 1992.

As partes como China UE e EUA vêm no decorrer deste ano se comprometendo no combate às emissões de gases estufa com metas em longo prazo, tais como: redução da quantidade de enxofre no diesel e gasolina; veículos híbridos e com movidos a energia limpa e com materiais leves e menos impactantes no ciclo de vida; câmbios de tecnologias na base da indústria, principalmente a China, dependente do carvão mineral como nenhum outro; subsídios de tecnologias limpas em países em desenvolvimento, entre outras metas, que a meu ver não passam de obrigação e de uma tendência de mercado, adotando tais posturas para atender demanda dos consumidores mais exigentes, porque não conscientes nesses países. O Brasil se comprometeu em outros tempos em parar com o desmatamento em larga escala e por esses dias foi dito que desmatamento zero é utopia. Vá lá que a meta exigida do Brasil em dezembro será de floresta tropical de pé, e isso já é e será uma “commodity” ainda mais estratégica após a conferência.

No meu entendimento, as questões cruciais relatadas em “post” anterior estão nesta vanguarda, qual será o caminho da sustentabilidade com todo esse trabalho “sujo” a se fazer? TAV, pré-sal, copa, olimpíada, usinas hidrelétricas e termoelétricas, forças armadas, rodovias, aeroportos...bláhhh. São muito os motivos para se ter em mente que não daremos fôlegos de tudo, nem com o apoio global...oxalá eu esteja errado.

Para concluir, as duas usinas hidrelétricas do Rio Madeira, parte do PAC em relação a geração de energia, com PPPs no circuito, estão de vento em popa e gastando mais do que era estimado. Os projetos das usinas hidrelétricas são fruto de extensa complexidade calculista e foge ao meu parco conhecimento, só sei que os estudos de índices pluviométricos das regiões afetadas levam em consideração muitos anos de geração, ciência e engenharia pura mermão, com modelos que fazem a previsão sem contar com as mudanças climáticas.

Somente no primeiro desvio do curso do Rio Madeira para obras da tomada d`água foram 10 toneladas de peixe pro saco...e que saco! Quantas espécies podem ter se extinguido? Para a outra grande usina esperada, Belo Monte no Xingú, estima-se um investimento necessário de US$ 30 bilhões e o impacto causado será de ordem estratosférica. Como exemplo, estima-se que será necessária a movimentação de solos equivalente a primeira fase do canal do Panamá, maior obra civil que se tem notícia. Vejamos, movimentar tanta terra e tanto impacto para gerar energia é menos danoso que fuçar em áreas mais que profundas e sacar petróleo e gás? Ainda teremos a matriz energética mais limpa do mundo? Ou seja, o “plano B” citado por notório comuna é a gente pensar outro patamar de consumo que seja sustentado pelo que está aí...ou qualquer outra ideia que nos venha na próxima reunião do escritório, que ultimamente anda bem várzea.

Samuel Farias

Tudo depende de mim?

“O que faço para sustentar meu desejo por esta que se entregou a mim desde o primeiro momento? Perguntam os rapazes de hoje que, por angústia e vingança, transformam suas amadas em grandes mães assexuadas.
A linha divisória entre homens e mulheres, pelo visto, perdeu sua fixidez, trazendo mobilidade e liberdade para ambas as partes. Se o falo não é um pênis e sim um significante, seu manejo está franqueado a homens e mulheres. Só que, ao insistir em sustentar a equação pênis=falo, os homens acabam por se colocar em uma posição muito mais frágil do que as mulheres. Estas recém-descobriram, por conta da própria psicanálise, que o órgão masculino só possui o valor fálico que lhe conferirem.”
Maria Rita Kehl O Estado de São Paulo / Caderno 2 / 20/10/09

A rainha não é só rainha por hereditariedade, mas sim pelo que fazemos dela no tabuleiro.

quarta-feira, outubro 07, 2009

Patriotismo


Sem a patriotice típica de copas do mundo e olimpíadas, que será ainda mais exacerbada em nosso país por motivos óbvios daqui pra frente, devemos dizer que o Brasil vem gozando de uma reputação internacional sem precedentes na sua história.
O choro copioso do nosso rei Pelé e do Presidente Lula após o anuncio da escolha de nosso país como sede do evento reverberou na opinião publica brasileira como balsamo, isso que faz o atual presidente tão próximo das massas; falar coloquialmente ou “errado”, dizer que toma uns goles, chorar em público abraçado a um ícone da paixão nacional, isso tudo leva a popularidade às alturas.
Ainda mais agora, que justiça seja feita, o país comprovou ter indicadores macro econômicos realmente sólidos. A ultima crise internacional ainda ecoa pelo mundo e alguns países como o Brasil, já se encontram fora de risco mesmo sendo o último a ter entrado nela. O COI soube reconhecer isso, mas sobre tudo, reconhecer a capacidade de investimento que o país tem não só para gerir sua economia, mas também para empreender esforços na construção da infra estrutura necessária a um país sede da copa do mundo e dos jogos olímpicos.
O Brasil goza de uma macro economia sólida justamente por que vem contrariando o receituário neoliberal, forjado desde o final dos anos 70, de Margareth Tatcher e Ronald Reagen de desregulamentação dos mercados, do estado mínimo e o fim do Welfera State, que tem se tornado exemplo pelo mundo. O próprio Obama anunciou um plano para a saúde pública dos EUA de 900 bi de dólares, trata-se de ma intervenção do Estado considerável na economia(depois de ter praticamente estatizado a GM), mas seu principal argumento foi que este valor é menor do que o gasto com as guerras do Afeganistão e Iraque.
O Brasil segue firme com a ala desenvolvimentista, contrariamente a governos passados notóriamente monetaristas, é nesse sentido que temos que voltar os nossos olhos, por exemplo ao BNDES um banco brasileiro cujo o ativo é maior que o próprio BID, a nossas reservas internacionais que há oito anos eram deficitárias e que hoje são superavitárias assim como o saldo da balança comercial; contrariamente, estão as dívidas publicas e externas, o Brasil de tomador de empréstimos hoje é credor do FMI, rebaixou o seu superávit primário pois encontrou espaço para isso.
Agora surgem os fundos garantidores, serão vários, um deles o fundo garantidor naval, fundo garantidor de investimentos, fundo para programa minha casa minha vida, já que até sub prime no Brasil vai poder ter casa própria, pois haverá um fundo garantidor que irá avalizar essas compras, para que se houver alguma crise não contaminará o programa e a economia.
Isso por que houve um aumento da demanda, e toda vez que a demanda é maior que a capacidade instalada da industria a inflação aumenta. Então como aumentar a capacidade instalada da indústria já que para atender tal demanda as indústrias teriam que financiar um montante maior que seu ativo? Para isso que o governo federal cria o fundo garantidor, para financiar o pré-sal, as olimpíadas, e o mercado imobiliário. Pois quando acontecer alguma merda na economia global, o Brasil mais uma vez tenha robustez para não se curvar.
Agora só falta um desfecho negociável no caso Zelaya, os caças supersônicos, submarinos nucleares, cadeira no conselho de segurança da ONU e o Brasil se reafirmará como uma potencia regional. Vejo a olimpíada e a copa neste contexto e não o das bandeirinhas e fitinhas amarradas nos carros.

terça-feira, outubro 06, 2009

Desafios para o professor na era do conhecimento

Por Nilson Ares

O atual contexto da educação, em que novas tecnologias se fazem presentes cada vez mais no dia-a-dia dos alunos, com a acelerada popularização da Internet, a redução de custos para a aquisição de computadores, novos modelos de celulares com câmeras, filmadoras e tocadores de MP3, entre outros gadgets, demanda por um professor mais preparado para trabalhar em sala de aula, com o propósito de ensinar utilizando as ferramentas presentes na vida dos alunos como o chat, o e-mail, as redes sociais, os blogs, etc.
O professor precisa estar familiarizado com estas novas tecnologias, e compreender que a técnica sempre esteve presente no desenvolvimento humano desde que o homem passou a transformar a natureza através do trabalho para tornar possível sua sobrevivência; perceber que se trata de mais um estágio evolutivo, que inserido no contexto da atual era do conhecimento, obviamente vai refletir na educação e na cultura de maneira intrínseca e indissociável.
Ao mesmo tempo em que vemos a arquitetura do ciberespaço se expandido e absorvendo nossas práticas sociais, possibilitando interação e interatividade em tempo real com pessoas e máquinas respectivamente, observamos de forma gritante a resistência de velhos problemas. Conforme a distinção que faz a professora Magda (2009) entre alfabetização e letramento, temos: alfabetização: ação de ensinar/aprender a ler e a escrever; e letramento: estado ou condição de quem não apenas sabe ler e escrever, mas cultiva e exerce as práticas sociais que usam a escrita. (p.47).
Neste ambiente de alfabetização tecnológica, percebemos que o aluno passa horas do seu dia conectado, interagindo com colegas, exposto a uma sobrecarga de informação sem necessariamente estar construindo o seu saber associado ao letramento; entendido aqui como resultado da utilização da língua que extrapola o fim atribuído à comunicação para se legitimar na qualificação da informação convertida em conhecimento agregado.
Portanto, o professor é o responsável pelo crivo das informações ao utilizar tais recursos eletrônicos somados a outras inovações educativas institucionalizadas de modo a sincronizar o senso comum à experimentação científica para o ensino de língua. Torna se premissa estar aberto a inovações, abandonar seu modo cartesiano de pensar e entender esta mudança de referência de mundo, permanente e em movimento, qual na poesia de Gilberto Gil: “Quem não vem no cordel da banda larga / Vai viver sem saber que mundo é o seu”.

Referências

SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte, Autêntica Editora, 3ª Edição, 2009.
http://letras.terra.com.br/gilberto-gil/1067973/. Acesso em: outubro de 2009.

domingo, outubro 04, 2009

Elogio a miséria


Qual é graça desgraça que há no riso do bangela.
Zeca Baleiro



Há miséria só é bonita em fotografia preto e branco.Os homens tem completa paixão e compaixão após os goles de vinhos e uísque tomados numa exposição fotográfica de Salgado. Tenho náusea da miséria. Ela nunca foi e será bonita e tão somente é aos olhos apaixonados dos revolucionários de leitura marxista que aos 40 acabam como executivo de qualquer merda.
Vocês virão a mim e dirão " Mas tais fotos tem o poder de sensibilizar os homens ".
Oxalá tivesse.Se as crianças reais das praças públicas tomando banho nos chafariz não nós sensibiza , por que tais fotos fariam. Bobagem.
Sejamos francos meu caros ouvintes, o que buscamos nestas fotos é o prazer estético, não me venha com aquela história " você viu o olhar triste daqueles homens a trabalhar com minério de carvão", não me cause mais náusea que eu possa suportar.
Não tenham esperança que tais fotografias mudarão o mundo ou farão vocês melhores.Não me digam " É que para não aconteça mais ". Novamente. Bobagem.
O que gostamos no fundo é de batermos papo sobre o assunto para saciar o ego da nossa intelectualidade e parecermos mais sensibilizados.
Não tenho mais condição de falar meus caros, sinto náuseas insustentáveis. Não tenham pena . Ninguém tem.

Hemerson

sexta-feira, outubro 02, 2009

Henri Cartier Bresson


Em conversa sobre fotografia com nosso mais novo Comuna, Serginho Arpoador, e agora de frente com as agências de noticia na tela do meu PC, preciso dizer: há crises demais fabricadas nos jornais, que nos assalta a falta de certeza ao ponto de se invejar o seu excesso no paraíso dos homens bomba. Acreditar? É o que faz os crentes os seres mais imprudentes da criação, pois há quem diga ser o ateísmo uma conduta muito mais ética do que o teísmo. Todavia, jornais, cinema, tabacaria, revistas vê-se essa história, protagonizada por uma humanidade que cultiva a fé abjeta e devassa em deus, no progresso, na verdade, na imunização de doenças, na filiação de deus e na luz dos homens, criando uma história ilusória, que faz parecer que o mundo tenha sido criado há poucos minutos. No fim era verbo. No início do mundo era outra coisa, a voz imperativa que ordena que Faça-se reverbera na rotina que se faz, do instantâneo e do fugaz. Antecipar e esses momentos, capturá-los e congelá-los para posteridade é uma virtude de poucos.
Dentre esses poucos estão Robert Capa e Henri Cartier Bresson dois grandes fotógrafos que souberam cultivar este talento, e fundaram uma agência de foto jornalismo, a Magnum, captando de cada um de nós a fé, os deuses, as guerras, o cotidiano, os amores, as doenças... Capa assim como Bresson, foi fotógrafo de guerra, esteve em vários fronts na 2ª Guerra, se notabilizou ainda mais pela cobertura do desembarque das tropas americanas na Normandia, que se celebrizou como o Dia D. Uma das belas tomadas de campo de batalha do cinema feita por Spilberg no Resgate do Soldado Ryan foi baseada nas fotos de Capa por conta da cobertura do desembarque.
Bresson também sofreu as agruras de nossa modernidade, sendo confinado num campo de concentração na 2ª Guerra e dado como morto. Anos mais tarde numa exposição póstuma de sua fotos no MoMA em NY, apareceu causando espécie no público.
Sendo a fotografia uma forma de gravura a duração e fruição da imagem de Bresson e Capa é diferente do que se tem hoje, a instantaneidade torna a imagem fugaz, agora não mais na sua captação mas na sua fruição. As imagens vem ao meu computador e ali ficam, o impacto das torre gêmeas caindo é diferente do impacto de uma foto do Dia D, ou alguma outra do Bresson. Isso por que talvez as novas máquinas de hoje se distinguem dos velhos ícones futuristas. Como dizia Jameson “a modernidade foi marcada por imagens de máquinas, a pós-modernidade é marcada por maquinas de imagens”. Hoje elas são fontes de reprodução e não mais de ‘produção’ e nem parecem mais como sólidos no espaço. O gabinete de um computador dificilmente incorpora ou manifesta suas energias específicas da mesma maneira que a forma de uma asa ou de uma chaminé, isso também deva acontecer com a fotografia.
Franz Kafka em seu conto sobre aviação chamado Os Aeroplanos de Braskem, reproduziu com maestria a energia específica incorporada pelas asas daquelas aeronaves, no só no físico como no imaginário que tal tecnologia suscitava; hoje qual é a narrativa que reproduza a energia de um meio tão fluido que não encontra representação numa forma específica, mas que nem por isso deixa de suscitar o imaginário?