sexta-feira, dezembro 28, 2007

nossos, nós todos e a janela

Vida noturna
Aldir Blanc

Acendo um cigarro molhado de chuva até os ossos
E alguém me pede fogo - é um dos nossos
Eu sigo na chuva de mão no bolso e sorrio
Eu estou de bem comigo e isto é difícil
Eu tenho no bolso uma cartaUma estúpida esponja de pó-de-arroz
E um retrato meu e dela
Que vale muito mais do que nós dois
Eu disse ao garçom que quero que ela morra
Olho as luas gêmeas dos faróisE assobio, somos todos sós
Mas hoje eu estou de bem comigo
E isso é difícilAh, vida noturnaEu sou a borboleta mais vadia
Na doce flor da tua hipocrisia

terça-feira, dezembro 18, 2007

Esqueça as lembranças!

Como se a gente nunca tivesse se encontrado, foi assim.
Passei meu cartão no leitor da roleta, agradeci ao cobrador e te avistei lá no fundo do ônibus vazio, disfarçando seu olhar para a janela, simulando o distanciamento de quem já tinha me visto.
Nem parecia você. Um tanto mais gorda (e eu também), um tanto mais séria, de cabelos um tanto mais pintados de um negro artificial que nem reluzia ante os raios de um sol escaldante daquela fatídica tarde.
Em questão de segundos, raciocinei: "também nem vou olhar". E fui em direção ao assento do ônibus, numa frieza siberiana, com uma naturalidade de paisagem de calendário; porém me aterrorizou o fato de eu não estar de óculos escuros, para que eu pudesse dar mais originalidade ao meu gesto.
Foi que então sentei um tanto atrás de você, e um tanto de lembranças me assaltaram por um momento, talvez como os fantasmas que te assombravam, quando ainda estávamos juntos - aquelas histórias mal resolvidas que as mulheres carregam adiante e às vezes, sempre...
Mas pensei comigo: deixa pra lá, esqueça as lembranças!

Nilson Ares

quarta-feira, dezembro 12, 2007

Por que o ano pode representar alguma coisa?


Para os obesos
"Ano que vêm começo o regime"
Para as putas
"Ano que vêm para com essa vida de puta"
Para os caloteiros
" Ano que vêm começo sem contas"
Para os religiosos
"Ano que vêm serei uma pessoa melhor"
Para os ociosos
"Ano que vêm procuro trampo, afinal já estamos no final do ano"
Para os noivos
"Ano que vêm casamos"
Para mim
Corinthiano de coração,
" Ano que vêm seremos campeão "

Tito, o Frei

segunda-feira, dezembro 10, 2007

UBÍQUO


NO PRINCÍPIO
ERA O VERBO
E O VERBO ERA DEUS
E O VERBO ESTAVA COM DEUS
( JO 1:1)
E O VERBO SE FEZ CARNE E HABITOU ENTRE NÓS.
(JO 1:14)