quinta-feira, fevereiro 26, 2009

Por um doce qualquer


Olhávamos tudo aquilo

Grande ilusão

Sonhávamos...

Besteiras

Alimentávamos...

natimortos

O apito enferrujou

As crianças já invadiram o alambrado

Pisoteando todas as flores

E ninguém observou

O obsoleto goleiro


quarta-feira, fevereiro 18, 2009

Só a Antropofagia nos Une


Esta metafórica frase do título acima proferida por um baluarte do modernismo brasileiro, neste mês, trasladou da metáfora para seu sentido literal.
Chegou-me a noticia, com o deley natural de quem não assiste muita televisão, que membros de uma etnia indígena, os culinas, no interior da Amazônia mataram com aproximadamente 80 facadas um jovem e, ao que os indícios levam crer, comeram algumas partes de seu corpo.
O fato vem gerando controvérsias, para Funai, já não existe a prática de antropofagia no Brasil contemporâneo. Outros sustentam que o ritual antropofágico tenha se incubado na memória das etnias, nos mitos e valores guerreiros e que agora tenha sido posto em prática, o que parece inverossímil. Mas o fato é que as populações ameríndias, o que não é privilégio só do Brasil, fizeram deste ritual uma prática contumaz. Tomamos os exemplos como os do Bispo Sardinha e de Hans Staden.
Dessa maneira, se caso sendo um ritual de antropofagia adaptado a nossa contemporaneidade, até onde iriam os limites do relativismo cultural para julgar esse homicídio dentro da especificidade da etnia em questão, levando-se em conta seu contexto cultural e antropológico? Como já houve casos de infanticídios, em que índios matavam seus filhos ao nascerem com problemas congênitos, por julgarem que nenhum índio pode depender de outro para viver.
Porém, por outro lado, se se tratar de um homicídio qualificado, com vilipendio de cadáver, como enquadrar tal etnia no código penal? Ao que parece, mais uma vez Oswald de Andrade tem razão. Já que agora, tal ato antropofágico polariza o código moderno da sociedade contemporânea brasileira com o contexto de etnias que remontam a pré-modernidade de nossa organização. A população ameríndia que para esse mesmo código durante muito tempo se constituiu como uma forma imperfeita de humanidade revela-se num tribalismo que avilta a morada da alma do cristão.
Mas essa celeuma é mais uma ação que se aproveita de fato bizarro para enquadra a população indígena em seu estereotipo de selvagens. Já posso ver tais selvagens à frente do juiz, com uma parede ao fundo e um crucifixo pendurado dando legitimidade à sentença.







domingo, fevereiro 15, 2009

Véspera de Jogo




Ola meus caros e feliz ano novo(sim, só agora ou se preferirem depois do carnaval!).


Estou lendo essas chatas colunas colunas no começo do ano e só me interesso mais por elas pelo apimentado debate nos posts de comentários, principalmente pela indiferença do Piqui ao modo e ao que os outros escrevem, mas isso é outro assunto...

Em véspera de um primeiro São Paulo e Corinthians no ano todos que saboream o futebol se munem de informações e argumentos para o antes, o durante e principalmente o depois. Talvez por isso e não pela estréia ou não de Ronaldo ou se o Ceni vai jogar o futebol ainda é fantastico para nós mesmo de uma forma peculiar.

Fico enojado quando ligo a TV pela manhã e vejo aqueles estádios lindos no estrangeiro com aquelas placas de publicidade de marcas "vultosas" e 22 brancos europeus jogando "Porra Nenhuma", afinal os estrangeiros, socialmente escurraçados no exterior(principalmente latinos ou de cor)são que valorizam tanto aquele espetaculo.

Acho que devemos sim valorizar nosso futebol tupiniquim discutindo sobre isso nos bares, frequentando os estádios, vendo jogos na casa dos colegas, vestindo o uniforme do time e não simplesmente excluindo isso do nosso dia a dia como alguns fazem dizendo que não se acrescenta nada ao seu auto-ego.

Literatura, Música, Cinema e Futebol tem o mesmo poder auto-denominante, folclórico, lirico e cultural em qualquer discussão. Com certeza todos sabem que todas andam juntas mas não a tratam como tal.

Talvez essa discriminação dos que se julgam e que se acham mais intelectuais e indiferente a ele não só empobrecem e minimizam o esporte mais querido do povo, como também a todos os outros elementos que o acompanham na estrutura cultural da sociedade.

Que a segunda-feira seja terrivél para os corinthianos....ou os são-paulinos.

terça-feira, fevereiro 10, 2009

Por que o professor concursado torna-se lesma e a provinha classificatória


É fato que o professor concursado tem os seus méritos, afinal ficou à frente de muitos num concurso muito bem elaborado com questões bem interessantes.Estas provas são feitas por especialistas de cada área que propõe perguntas bastante inteligente.
Mas o que acontece quando este indivíduo faz depois de concursado, em geral fica parado no tempo a justificar sua desatualização pelo fato dos baixos salários e que os alunos são umas pragas e governo é um tremendo de um filho da puta.
Há verdades nas afirmações acima , mas não na totalidade, principalmente no que tange o salário e o governo.
Há muitos professores de condições econômicas menos abastada que demonstram maior domínio do conteúdo e interesse em não despejar sua insatisfação no alunado ao contrário de alguns que parecem que pararam no tempo. Usam o livro de 10 anos atrás , aqueles que vem com a resposta para que ele não corra o risco de cometer erros.Passam filmes sem conteúdo para que as aulas passem tranquilas e serenas e coloca seus queridos filhos nas escolas particulares, afinal, o estado é uma merda , isto mesmo tal como o trabalho que ele faz. Mas a culpa é do governo.
Reivindicarmos salários, denunciarmos o descaso governamental , explicarmos aos pais e alunos nossa indignação são fatos justos. Mas venhamos e convenhamos grudar no estado como uma lesma e ficar enganando a criançada e a juventude que muito precisa do auxílio de alguém que poderia mostrar uma luz no final do túnel, isto é coisa de sacana que presta um deserviço para que seja mantida a merda que aí está.
Em suma , não quero aqui defender o estado que pouco investe na educação, mas que tem um povo que não sabe para que veio, isso tem.

Provinha classifatória:

"O que há de se esperar de alguém que tanto tempo leciona, que como o vinho tornou-se melhor, mas não ocorreu tornou-se vinagre".

O governo cometeu um grande erro nesta provinha: dia da semana, conteúdo duvidoso, professor aplicando avaliação para professor.
O sindicato pede concurso,justo também, mas o que acontece é que muitas disciplinas tem 8,6,2,1 aulas pingadas e por isso sempre se fez necessário o ACT. Mas o que mais assusta na APEOESP é defender somente o tempo de serviço e nem colocar uma melhor prova. Por quê? para defender professores que aí estão e agora foi revelado pelo estado que muitos zeraram a prova naquilo que foi baseado no ano que passou, coitado da molecada.
Numa empresa a preocupação da qualidade é dela e do sindicato a reivindicação e manutenção dos direitos, mas no caso da APEOESP que é o sindicato da educação, não é somente pelos direitos dos professores, mas também pela qualidade do ensino .
Nesta prova houve um grande medo de velhos professores ACT´s ficarem sem aula por causa da provinha e não somente pela questão legal .


Hemerson

terça-feira, fevereiro 03, 2009

A questão da qualidade textual

Meu professor da faculdade , o saudoso Marcos, conhecedor de quase tudo, foi alvo de uma pergunta comum aos intelectuais da literatura " Professor, os livros do Paulo Coelho realmente não prestam?". Qual seria a resposta mais esperada , "péssimo". Com muita propriedade naquilo que fala, disse que a questão não está no que se conta, mais como se conta, a história nem é o principal fator. A mim, pareceu a melhor resposta que ouvi até hoje e remete sempre ao livro Noites Brancas de Dostoievski, ou ainda a poesia o Bicho de Manuel Bandeira que apesar da singeleza presente , causa realmente espanto.

Hemerson