segunda-feira, julho 28, 2008

Mais um, menos um e o relógio

Onde trançarei minhas pernas a não ser nas suas.
E quando o meu silêncio chegar para ouvir sua voz,
Dentro do seu desespero, do seu engano.
Trarei flores para lembrar do nosso belo amor,
Ou mesmo para enterrá-lo num futuro próximo.

quarta-feira, julho 23, 2008

BOSSANOSSA



Motivado por tanta bossa me coloco a disposição das palavras,
E quantos 50 anos me foram necessários pra descobrir aos meus 24 parvos anos
O significado de tanta poesia, de tanta melodia, de tanta cadência e de tanta tristeza...
E quantos segundos me valeram pra notar em ti as curvas dos passeios de Copacabana
Que em teus seios, o Corcovado se fez palpável relevo,
Que no azul do mar me arrefeço e no verde tenso de teus olhos que reconheço.
Oh luminosidade ímpar que tem o dia em tua pele amarela com gotas de Sol, que sabor intransigente de sal carrega em teus pêlos dourados do dia, suor...
Tanta divindade só pode ser inspirada pelos braços abertos do Redentor, ou será só meu amor, que já beato de ti tornou-se cego fanático, proprietário dessa dor.
Por ti pequena é que agradeço, meus dias são outros, depois de tanta bossa.
Obrigado João Gilberto por essa dama de seis cordas,
Obrigado Vinícius por essa poesia, pela pluralidade,
por tanta literacia.Obrigado ao Tom dessa melodia. É muita bossa.






segunda-feira, julho 21, 2008

A fé e a morte

Há algumas biografias que constam que alguns ateus no final de suas vidas ansiavam por acreditar em algo que aliviasse suas vidas. Bem, talvez isso seja um mito contato principalmente por alguns religiosos que colocam tais posições para atormentar aos fracos, mas vamos considerar as vias de fato.

Será que as pessoas que possuem fé em outra vida não acabando tendo uma vida mais tranqüila do que aqueles que não acreditam? Vejamos.

Imaginem as pessoas que acreditam piamente em outra vida a ponto de acreditar que a morte é uma simples passagem de uma vida a outra. Mesmo depois de milhões de anos, com milhares de religiões, acreditam na relação pessoal com Deus, que ele possue os ouvidos abertos para lhes ouvirem em qualquer momento, em qualquer lugar, em qualquer hora: onipresente, onisciente e os todos entes metafísicos que os teóricos religiosos falam por aí.

A fé então não é burra, ela é alimento para não enlouquecer o homem em sua velhice, pois enquanto ele está em sua juventude a morte pode vir repentinamente, por uma doença inesperada, mas não está no plano de seus pensamentos. Já na velhice ela parece querer bater a porta com freqüência e nesta hora parece que a fé é o sustentáculo para aliviar a dor do fim. Na esperança daquilo que não foi registrado em cartório.

Assim, o ateísmo é um ato de coragem, pois ele enfrenta a nulidade do ser previamente, pois sabe que a vida é uma só.

Hemerson

Etcétera


E a comida? Veio de moto! As flores pelo telefone, aquelas mesmas, que não murcharão ante o acaso de fatos sem narrativa postos no mundo numa profusão de simultaneidade. Como de um banqueiro que foi preso agora, de um ataque especulativo internacional neste exato momento, da cura de alguma doença a poucas horas, de uma ação terrorista ao vivo, de um tufão na Ásia nesta tarde, de reféns libertados, de ameaças de guerras, da ação a distancia, da colaboração de cada um realizando ações triviais, em repetições exaustivas, que quando se vê em nada têm de aterrador porém imprescindíveis para levar a cabo as atrocidades cotidianas que parecem não fazer sentido. Pois os movimentos são elementares, mas os resultados estão na proporção Giga ou Tera para a veiculação que difunde idéias de realidade e verdade.

O que outrora fora marcado por imagens de máquinas, agora, tem a marca indelével das máquinas de imagens. Em que se sucedem flash que a memória não retém, apenas deixa passar criando um universo imagético em que a comida sempre está quente e as flores não murcham, já que não há tempo para tanto. O Futurismo que parecia uma elucubração estética do início do século passado vaticinou na contemporaneidade a maquina, a velocidade e a violência. O Presente perpétuo, um porvir de tantas realidades e futuro, telégrafo, 14 Bis, Concorde, e o cone de Mach em que nossa dimensão simbólica passará quando passar o trem Bala por aqui.

Quando passar o cigano de Macondo trazendo suas novidades para os nossos Cem Anos de Solidão, para esse lugar sem onde, e essa história sem quando, onde a multidão é hostil, o privado é claustrofóbico e a ágorafobia mora no público, onde vento é de poupa, e julgam haver alguma lanterna na proa, onde o moto é perpétuo e as crianças hiperativas, onde o imperativo é a motricidade tresloucada dos ansiosos, onde a sintaxe é a pressa quando o signo é a velocidade. Etc..

quinta-feira, julho 17, 2008

Keynes X Smith

Nas ultimas semanas sofrendo reflexo ainda de eventos do começo deste ano, a economia estadunidense sinalizou combalidamente com uma crise no mercado imobiliário. O que andou tirando o sono de muitos investidores norte americanos e de outras partes do mundo, que tinham depositado esperanças duradoras no boom do mercado de títulos imobiliário estadunidense.
Começaram dizendo que a culpa é dos “subprimes”. Aqueles que não têm condições declaráveis de arcar com a divida e mesmo assim as contraem. Isso por que o mercado de credito imobiliário dos EUA, passava por uma grande onda de liquidez, ou em outras palavras, sobrava dinhiero pra empréstimos. E como os subprimes pagam as maiores taxas de juros justamente por não terem condições declaráveis de pagamento da divida, isso encheu os olhos dos credores que disponibilizaram cada vez mais dinheiro para terem maior retorno com a taxa de juro paga pelos subprimes, criando títulos da divida que poderiam ser comercializados endossados no mercado de credito doméstico e internacional. Mas quando os subprimes amedrontados por uma crise do petróleo deixam de pagar uma hipoteca, aí roda todo mundo, dentro e fora dos EUA.
O que mais me intrigou neste caso é que o governo dos EUA correu solicitamente a socorrer os bancos norte americanos comprando boa parte dos títulos que os subprimes não pagaram.
Mas que coisa linda não? A Meca do liberalismo econômico de onde saiu a cartilha do neoliberalismo Latino Americano, que se convencionou a chamar até pelo nome de “Consenso de Washington”. Cartilha esta que empurrou goela a baixo de países como o Brasil o receituário neoliberal, de um Estado mínimo, com cada vez menos intervenção na economia, colocando as privatizações como a panacéia dos problemas econômicos latino americanos. Evocando a mão invisível do mercado, reabilitando o liberalismo de Adam Smith para o capital global com a roupagem de “neo”.
Fazendo todos crer que a racionalidade técnica da economia de mercado segue leis naturais, como as da física, dotando o mercado de uma natureza auto-gestora e que portanto, não necessitaria de nenhum órgão que o regulasse ou que interviesse.
Hoje os EUA viram que não é bem assim, pelo menos não como eles queriam nos fazer acreditar. As leis naturais do mercado não corrigem todas as suas distorções. E aqueles que enalteciam essas leis são os mesmos que enxovalhavam o Keynisianismo, as idéias de Keynes que era justamente de um Estado que tivesse uma intervenção maior na economia, o Welfare State o Estado do Bem estar social.
E o irônico é que toda vez que o liberalismo entra em crise quem o socorre é o Keynisianismo, foi assim em 1929, e está sendo assim agora que o Estado dos EUA está socorrendo o mercado comprando os títulos subprime.


quarta-feira, julho 09, 2008

A merda do cão

Hoje estive passeando com meu cão. Ele tem uma simpatia imensa por mim e eu por ele. Qual seria o motivo dele ter esse amor incondicional por mim e ter o hábito de deixar-me de consciência pesada quando não o levo para fazer o seu coco diário.
Ele tem seus momentos de ódio quando não chego a tempo para levá-lo para suas necessidades e assim caga na escada , próximo a porta para mostrar sua indignação . Chamo-lhe , faço cheirar suas fezes, um cascudinho de leve e digo " aqui nunca mais ".
Talvez você acha cruel caro leitor, mas ele não guarda rancor e sabe porque levou o cascudinho e sabe fazer aquela cara sartreniana que comove o mundo e me leva a pensar na existência, aliás, será que o maldito pensa nisso.
O danado corre da morte, aliás, tenho o hábito de caminhar sem coleira com ele, para ele dar um role. Legal, tudo bem, quando porém vê uma cadela, sai que nem doido e não obedece, a razão foi para o beleleu. Numas dessas levou uma carrada , que o jogou para escanteio . Deste dia em diante ele não atravessa mais a rua, só pega cadela que está à frente ou atrás.
Desculpe os devaneios. Será que o bicho pensa, ou não atravessar mais a rua é só um ato behavorista do desgraçado. Será que pensa na morte . Eu penso e tenho calafrios , não é viadagem não meu amigo, prometeram um céu pra mim, e pensar que ele não existe é foda. Fiquei a pensar nisso por que a Baleia do Graciliano Ramos foi para o céu e eu tenho dificuldade de entender isso.



terça-feira, julho 08, 2008

As meninas

Na minha adolescência conheci muitos meninos que hoje são homens. Uns seguem a vida, casam, tem filhos, trabalham, enfim, tudo que se espera de um homem. Outros não cresceram e nunca vão crescer, assim acho. Acho ainda que alguns deles se crescerem irão fazer com que parte do meu chão desabe. Machista, eu? Não, respeito acima de tudo a natureza de cada um.
Essas pessoas de que falo são homens que amam a simplicidade de a cada dia ficar com uma mulher.
Impossível, não existe simplicidade em ficar cada dia com uma mulher, diriam alguns. Mas para esses homens existe.
O maior medo da população feminina em geral e de grande parte da população masculina é ficar sozinho, para estes homens isso sim é normal, a solidão de poder ter a quem eles quiserem ou não ter.
Um desses amigos, por exemplo, sai com meninas que cobram, caro por serviços sexuais. Ele paga? Não. Ele é tão especial, tão legal, atencioso, carinhoso, utiliza tanto tais serviços que elas ligam pra ele, depois de muito trabalho, para sair. Pagam baladas, motéis, jantares. Ele faz a felicidade delas e nunca fica realmente sozinho.
Ele tem namoradas, sempre está namorando, mas namora a idéia mais do que a mulher.
Normalmente as namoradas dele são lindas, inteligentes, tem idéias revolucionárias, sabem o que querem da vida e como chegar lá. Mulher perfeita até para mim, que sou mulher e amo homens, mas para esse camarada, são apenas uma bengala social.
Então ele me confidenciou, estava namorando fazia um tempo e não tinha saído com outras mulheres. Senti um certo desconforto na cadeira por alguns segundos. Não acho que sair com outras mulheres namorando está correto, mas nenhuma das mulheres que ele namorou eram ignorantes que não sabiam onde estavam amarrando o burro, somos de cidade pequena. Na minha simples opinião, tais namoradas sabiam ser simples bengalas e gostavam. Algumas até, acredito ficaram com ele na esperança de dar um jeito na situação, mas não é possível que elas não perceberam que não estavam obtendo resultados. Recuso-me a acreditar que elas não percebiam nada. Mas enfim, uma apareceu, uma dessas que segurou toda a vontade dele de conhecer e trepar todas as mulheres do mundo que cederem as suas falas prontas.
Porém, menos de uma semana depois, outra revelação, ele tinha sim, naquele fim de semana, saído com outra mulher, não com uma, mas com duas. Daí descobri que tanta fidelidade por parte de quem não era fiel se deu pela falta de opção; como a cidade é pequena ele ficou com medo de ser pego. Então resolveu curtir a tal da fidelidade, porém, viajou. A oportunidade pulou no colo dele. Hoje está feliz, descobriu que não estava traindo a namorada, mas estava se traindo, e parou com isso. Nunca mais vai cometer tal traição.

segunda-feira, julho 07, 2008

Volta ao Circo – parte II

Motivado pela finalíssima da Taça Santander Libertadores da América, me prontifiquei a escrever sobre minhas últimas experiências futebolísticas e ao elaborar o texto, ainda no pensamento percebi que não podia lavrar sobre esse esporte como eu gostaria. A favor da nova moda do fair play, noto que ultimamente a máxima do futebol tem sido o carrinho por traz, sem bola, na maldade. Logo pensei em trocar de modalidade, porém tentando preservar a essência das coisas: passei a freqüentar jogos de futsal.
E comecei muito bem, indo a final da Taça dos Campeões da Vanguarda/Gamaia. Sábado de Sol e tudo aquilo que já lemos aqui por advento do relato da Sra. Maria, simplesmente. Contudo o que não ficou muito claro para mim é que mesmo trocando de modalidade esportiva a pancadaria generalizada se fez presente novamente. Então, após a barbárie apresentada resolvi dar uma nova chance a mim mesmo, indo assistir a mais um confronto na esperança de acompanhar um jogo limpo, sem confusões.
Terça a noite, frio tão intenso quando a dor que carregava no peito, remorsos profissionais, chagas familiares, abismos na personalidade e outros assuntos que nesse momento não merecem destaque. O fato é que toda essa gelidez me encaminhou para o templo sagrado do imediatismo gastronômico: pra livrar-me de tanta amargura fui me entupir de fritura, me sentir mais leve, comendo um delicioso lanche do Mc Donald’s cito a Avenida Nove de Julho, no coração do centro burguês joseense. Saí com cara e sentimento de culpa e resolvi caminha um pouco pra diminuir minha penalidade. Acontece que de saída do local, quando o que queria era apenas caminhar um pouco pra não me sentir tão mal assim, deparei-me com uma movimentação fora do normal na porta do Ginásio Tennis Club – que também merece o destaque de ter assíduos freqüentadores da alta classe da cidade de São José dos Campos. Era a finalíssima do Campeonato Metropolitano de Futsal do Estado de São Paulo, São José dos Campos contra São Caetano do Sul. Confesso que me perguntei por que São José estaria nessa disputa, uma vez que não faz parte da região metropolitana de São Paulo, contudo, os espasmos estomacais por conta da alimentação efetuada a pouco eram tão grandes que resolvi esquecer o caso.
Paro na bilheteria e percebo que a venda dos ingressos havia acabado. Um kg de alimento pra ajudar a pessoas de baixa renda a permanecerem na baixa renda e assim poder manter a alta burguesia dominante, freqüentando os clubes centrais e assim por diante. Enfim, o bilheteiro, já ausente de suas atribuições, não sei por que cargas d’água (aliás imagino que seja pela linda cor dos olhos verdes da Srta que me acompanhava) me cedeu então dois ingressos, uma vez que não possuía ali, de improviso sequer 500 gramas de fubá pra ajudar quem precisa.
Entrei no exato segundo em que o juiz apitava o início da partida. Dessa vez o contingente policial era elevado e até revistado fui, mas o ingresso que ganhei ninguém pediu. Escolhi um lugar perto da torcida Mancha Azul, um nome um tanto quanto sugestivo, aliás provavelmente o sócio fundador é palmeirense, não?
Ginásio lotado e permaneço na arquibancada dos de pé. Sim, pois havia duas arquibancadas. Uma, de torcedores que permaneceram o jogo todo sentados, aquela torcida que não aparecia nas filmagens da ESPN, torcedores daquela faixa da sociedade, mais abastada de recursos financeiros, também conhecida como ricos; e outra, onde me encontrava, bem a vista das câmeras de TV, composta pelos pobres coitados, junto a “Torcida Organizada (e quanto a isso tenho minhas dúvidas, pois cantavam hinos sem rima e sem ritmo, mostrando a desorganização) Mancha Azul”, repito, de pé!
O início da partida é preocupante, pois equipe do ABC abre o placar e por uns dez minutos a defesa se fecha numa retranca digna de equipe paraguaia. Mas o toque de bola e a movimentação da equipe do Vale fura o bloqueio do Azulão construindo um placar de 3 x 1 ainda na primeira etapa. O primeiro gol da Águia sai numa bica que não deixou a bola sequer ficar dentro do gol. O segundo gol não foi muito diferente do primeiro, mas o terceiro foi memorável, pois nasceu de uma roubada de bola do goleiro de linha do time (verdadeiramente) metropolitano. A pelota foi rolada, conduzida vagarosamente ao gol.
No intervalo a hora do circo: crianças invadem a quadra e começam um jogo um tanto quanto estranho: Um goleiro e uns vinte garotos de todas as idades, jogando uns contra os outros, assim mesmo, sem lógica de equipe, o que na minha infância era chamado de “cada um por si”. A diferença é que jogávamos assim quando havia apenas três ou quatro amigos apenas, mas num rachão de vinte moleques. Tava difícil entender a lógica do jogo. Do outro lado da quadra, um cidadão de mais ou menos uns 150 kg cantava números de canhotos de ingresso e sorteava camisetas, bonés e outras prendas aos torcedores fanáticos. Vale lembrar que a maioria dos ingressos sorteados era da arquibancada dos sentados. Não que haja alguma relação, mas é uma coincidência consideravelmente duvidosa, não?
Volta do intervalo, algumas alterações, jogadas mais fortes, jogadores mais cansados, tiros a gol de qualquer ponto da quadra, atletas se estirando no assoalho para salvar os lances de gol, goleiro joseense aclamado e cogitado a seleção brasileira (claro que apenas pela torcida da Mancha), e outras coisinhas típicas. São José vence a partida por 5 x 2 e ao final a torcida invade a quadra, aclamando o time e super contente pela vitória, mas parece que faltou algo, uma insuficiência qualquer que não conseguia detectar, mas logo me lembrei: não houve quebra pau!!!
Já de saída do ginásio me peguei pensando, um pouco triste confesso, mas também investigava porque estaria assim, tão desolado, pois meu time acabara de ser campeão... Acho que foi a indigestão agregada a falta de violência mesmo, afinal já tinha me acostumado com o pseudo estado romano onde o sangue rolado à cabeças quieta o ímpeto pela sede de violência. Mas é bom esclarecer que não me convenceram de que o fair play é a solução, ao contrário creio deva haver outras partidas em que o sangue cale o ímpeto. Essa foi só pra tirar a má impressão mesmo.
Revisado e editado por Maria, simplesmente

sábado, julho 05, 2008

Ato do Descuido da Prosa

2k de vírgulas
300g de interrogações
50g de travessões
2 colheres de sopa de reticências
½ copo de pontos finais

E formamos uma hipótese

sexta-feira, julho 04, 2008

Príncepe Palhaço





A noite passando através das faixas iluminadas da estrada me lembravam, que apesar de exausto não poderia dormir ainda, estava próximo...
Muitos diálogos depois, quase sempre na direção correta o lugar havia despontado atrás de um muro frio e sem muita cor. Aliás, a penumbra da noite fazia com que a alacridade ficasse escondida.
Deparamo-nos logo com um animal exterior a essa vida conhecida, muitos metros de altura, começava a fantasiar e a viver meu mundo de faz de conta.
E a cada relance o novo, a possibilidade de ser algo que não me lembrava mais, que há tempos não havia pensado existir, enfim, um solapar de idéias adormecidas acontecendo a cada segundo e segundo depois.
A companhia não poderia ser melhor, pois duvido exista algo tão perfeito quanto aquele verde fresca a flores de nome amores. O andar perde o ritmo e me vejo embalado pelo devaneio momentaneamente sóbrio, tudo é fantástico, irreal.
Num lance de vista o oriente e seus sabores, que sempre me conquistavam enquanto ainda habitava o mundo comum, mas agora, na imaterialidade do sentir os sabores muitos mais pueris se misturavam com sensações de mundo jamais percebidas, um sensoriamento jamais registrado, uma infinidade de sensibilidades motoras e muito chão quando se quer voar.
Começo lento, sem o que pensar, com a mente vazia dos fardos comuns, das mazelas d’alma. Sigo silencioso, sigo a espreita, que surpresas me serão apresentadas assim, aqui ou ali?
Um movimento parece ocorrer a poucos metros de onde plainava a dois e aterrizo livre e calmo para a conferência do momento.
Toda aquela música, entorpecente, viva de espírito, combinando minha atmosfera fria e luminosa com vibrações harmônicas multicoloridas resultaram na experiência pública mais avassaladora que já tive.
Os beijos, os cabelos úmidos, a deusa minha e a única vontade de ser fantasia, de ser irreal, de ser príncipe palhaço de meu próprio reino. E quando nessa hora chamei por meu Pai para que me concedesse a graça de me tornar tudo o queria ser aquela noite, entoei a voz transpassando a lona circense que me cobria do relendo:
– Pai, me ensina a ser príncipe do meu próprio reino, Pai, me ensina ser palhaço?!
– Isso não se ensina seu bosta!
E na mais estranha sensação pensava eu que de volta ao mundo real estaria, sem saber que acabara de ascender de mãos dadas ao sétimo céu.

terça-feira, julho 01, 2008

O rádio

Sou viciado por notícias no rádio. Minha mulher acha que lembro mania do seu avô, fazer o que,cada um com suas idiossincrasias.O fato é que não tenho muita paciência para o jornalismo de televisão. A noticia é cortada de maneira brusca sem que as noticias sejam terminadas.No rádio, normalmente temos uma entrevista que chega a ter longos minutos que mais parece uma pequena palestra a determinado assunto.
As noticias são discutidas por pessoas capacitadas e a elas são dadas o tempo necessário para que o discurso seja terminado.
É bom lembrar aqui que num tempo distante as novelas eram narradas e fico pensado como as pessoas ficavam a imaginar as cenas assim como imaginamos quando estamos lendo um livro.
Tive a oportunidade de ouvir uma narração dos gols da copa de 1958 e confesso que fiquei muito emocionado, pois imaginei o que isso representou para uma população que tinha como objeto de entretenimento e informação tal meio de comunicação.
Quando estou a falar de rádio aqui meus amigos, não é de FM não , é daquelas que chiam e para que melhore você precisa virar a posição do rádio.
Até quando meu radinho de pilha irá permanecer não sei, mas é próvavel que dure mais do que eu.

Hemerson

Mandaca!!!!!!!!

Caros(as), gostaria de saber qual foi a intenção do Paulo Markun (Presidente da TV Cultura), de colocar a apresentadora Willian Witte Fibe como apresentadora do Roda Viva.

É muito feio o que foi falar, mas tenho a impressão que ela não gosta do Brasil, e além disso é muito pedante.

Alguém viu a entrevista com o Miguel Wisnik, o que foi aquilo?

O que sabe ela e eu de música?

Ou de futebol?

Saudades do Paulo Markun, Herótodo e do Cunha Jr.

abraços