terça-feira, junho 22, 2010

SARAVÁ SARAMAGO!

"Provavelmente está feito de suspiros o silêncio que precede o silêncio do mundo."

"Todos os dicionários juntos não contêm nem metade dos termos de que precisaríamos para nos entendermos uns aos outros"

terça-feira, junho 15, 2010

Quem é o inimigo, quem é você? Parte II: O fim da era Gutenberg.

No Brasil recentemente, muito se falou do retrocesso em termos de liberdade de imprensa. Na diminuição desta e suas maléficas consequências. Seguindo caminho parecido, alguns países têm adotado a cerceamento, a extinção não só da tal liberdade de imprensa, como também toda e qualquer amostra de livre expressão. Casos como do Irã, China são os mais visíveis, mesmo porque as ações destes governos, sejam tanto para bem, como para o mal sempre se transformam em análise geopolítica e coisas do tipo, virando subsídio nas mãos dos debatedores de plantão. Obedecendo o mesmo percurso, na américa do sul, a figura central nesta temática tem sido, ninguém mais, ninguém menos, do que ele, justamente, este que você está pensando. Hugo Cháves. Líder vitalício do Reinado Venezuelano, e da Revolução Bolivariana. Dito isto em razão deste ter fechado o último canal ou emissora de televisão livre do seu país. _ pobre país ter um líder deste.
Diante dessa onde de proibições, de cerceamento da liberdade de expressão e comunicação. O mundo pensa, ai que saudade da Bahia, não, dá américa, terra da liberdade. E para sua surpresa se depara com um processo parecido, mas sutil, belíssimo. Nesse sentido a crônica do filósofo Olavo de Carvalho, escrita no último dia 14/06/2010, vira um balde de água fria, nos corações mais democráticos. Texto este que revela outra maneira de ditadura, forma mais eficaz do ato autoritário. Em seu texto, Carvalho fala da criação do site StopBigMedia, financiado pelo famoso George Soros, que segundo o autor, site este que professa a destruição das grandes empresas de jornalismo, _ coisa boa ou ruim?, com a criação de uma super agência puro sangue estatal. Tal ação do governo americano, mostra algo mais interessante do que a simples exposição do poder nu. Deixando no ar o espectro do poder mais inteligente, maquiavélico, mais atuante e eficiente. O que representaria a mão invisível do mal.
A participação do governo Obama, numa nova agência desse porte, e com esse tipo de parceiro, expõe o caminho pelo qual as novas ditaduras democráticas agem ou vão agir. Revelando também o fato do feitiço ter virado contra o feiticeiro. Isso em razão de durante boa parte do século XX, governos e ações governa mentais, ficarem submetidos a lobistas, condicionados às grandes agências produtoras, criadoras de informação. No mundo toda a produção de informação esteve e está nas mãos de menos de uma dezena de grandes agências (francesas, americanas, italianas, inglesas). No presente momento parece que os governos, não mais querem negociar favores, querem aplicar a receita aprendida, e do jeito que bem entenderem, e contra quem entenderem merecedores. Logo, logo, chineses, venezuelanos, russos, _ se já não fazem isso, vão também adotar tais práticas, contribuindo ainda mais para a ignorância local e mundial. E esse negócio de ficar bloqueando site disso e daquilo, vai aos poucos se tornar história para ninar criancinha.
O século XXI mal se iniciou e promete acontecimentos à matrix, em 3, 4, 5, quem sabe quantos d´s, o que torna o palco principal uma grande rinha de galos, com esporas pontiagudas, prontas para fazer jorrar sangue. E aos poucos a figura do velho cidadão Keynes, vai dando lugar aos cidadãos, Qu-e-mmm?

segunda-feira, junho 14, 2010

1° pESsoa: Painel Psiquiátrico

... desde que enveredara pela seara intelectualista. O caminho da existência fora percorrido do instante inicial até o derradeiro. Em sentinela. Forma franca de encarar a vida fora a eleita. Tornando parte inerente do espírito em desabafo. Frente a realidade, sem meias palavras ou não me toques, assim a existência era tratada. A toda crise do/no existir. Com travas pronta para a tíbia alheia... copos e Copos de Nietzsche no desjejum. Fazendo-se forçoso para a batalha que iniciava-se com o nascer do sol. Destes muitos goles nasciam toda a esperança. Coisa que tornava o amanhecer menos denso. Menos gravitacional. No transcorrer das horas, dos dias, das rotinas. Doses cavalares de Sartre injetadas diretamente nas artérias, espécie de absinto para manter o órgão vital em pulsação. os edifícios assim foram construídos, com tal rejunte e argamassa. A fortaleza humana sendo arquitetada no devir, entre pedras e areias. Num disformismo dos traços. O inferno dos outros, ficando nos outros. Maneira estável de manter o banker intocado e inabalado. ... noites de discussões acaloradas, bebidas e otras cositas mas. Apanágio da existência.
... Ledo engano! A vida é um moinho! Disse Cartola, o divino. Engano que acabara por se transmutar em engodo. Constatado pela oxidação vagarosa da benfazeja zona de conforto. Corroída pelos dias. Iniciado tal processo não se sabia quando. Processo de ruinificação de estruturas que até pouco tempo. Pareciam inaruináveis. Todo um organismo revelando não imune, tornando ineficaz o método eleito. Manhãs nietzschenianas não mais eram suficientes, o alimento não mais bastara. não mais protegia. E aos poucos o alvorecer fizera-se opressor. o despertar do relógio. Bip. bip, bip... e toda imunologia era contaminada pela peçonha das horas, dos lares, dos lugares, dos convívios. Adeus misantropia!! adeus,a-de-ussss. Calcificação começara a tomar conta de todo vaso sanguineo. Endurecimento dos músculos. Aos poucos diminuíra o pulsar, o batimento. doses Atomísticas sartristas foram adotadas em desespero e sobrepujadas pelos demônios alheios, que sorrateiramente habitavam a morada do pai. Entregando-a de mão beijada ao padrasto. judas, juda - i - mis- mo. Tapa na cara. Ossos ficando descalcificados.
... conclusão derradeira: Sintomatologia: Decrepitude. Início: unhas dos pés alquebradas. em corrosão. dente amarelentos. Olhos opacos. Pele sem brilho. Cabeça baixa. Intelecto amorfo. Passivo, Desatento, desatino. Desalinho.
... painel da vida: pintura com retrato do Nava na parede da sala. Casa empoeirada. louças na pia. num canto qualquer uma poltrona. Sujeito, sujeira, esparramado. boca aberta. Ar denso, quase palpável. resquício da embriaguEz. televisão ligada. Sábado, Domingo. Dores de cabeça. A vida sendo um infinito feliz ano velho. à espera do apertar do gatilho. do chumbo final.

quarta-feira, junho 09, 2010

Quem é o inimigo, quem é você?


Equívocos, equívocos, equívocos! De equívocos são feitos nossos grandes males.
Há certo tempo atrás, havia sido postado um texto que tratava de certa maneira da ideia de Estado-Nação, sua ainda necessária existência e do seu revigoramento, diante do novo tempo que se apresenta. Na época, o referido texto, não pedia uma discussão aprofundada sobre o(s) método(s) de ação desses mesmos Estados-Nacionais, não havia uma análise acerca desta temática.
Diante desta necessidade, este "opúsculo", tenta modestamente pensar a prática política do Estado-Nação, que diga-se de passagem, nunca deixou de existir, mas que por artimanhas, escondia-se atrás da névoa, inebriante, denominada mercado.
Faz algum tempo, o governo do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad vem sendo alvo da força e pressão da chamada "comunidade" internacional, contrários a política deste país de enriquecimento de urânio, alegando fins beligerantes do país dos aiatolás, o que parecia até certo ponto, preocupação justa e acertada. Mas diante do fracasso dos esforços diplomáticos, não por causa dos iranianos, que isso fique claro, mas sim do eixo do mal, ocidental, a questão muda de figura, revelando a face autoritária dos Estados-Nacionais, envolvidos no debate. Nesse sentido a votação aberta pelo Conselho de Segurança do ONU, que tem como objetivo sanções contra, agora não só ao governo iraniano, mas contra o povo "persa", torna clara a necessidade de se pensar novas horizontalidades e novas verticalidades, no que diz respeito às decisões tomadas, a propalada Demo/Cracia que todo o mundo ocidental está submetido. Democracia esta, ridícula, sequestrada, de poucos, para poucos e contra muitos.
Os eventos dos três ou dois últimos anos, revelam a necessidade de se pensar o novo contexto geopolítico em que a população mundial está inserida. As nova relações e ações do governo russo, por exemplo, tanto no leste europeu, quanto no mundo, sua didatura parlamentar, as ações da China pós-maoísta, que tem em tubo de ensaio, um novo capitalismo, cujo êxito, baseia-se na amálgama da política de mercado, do autoritarismo político e na "escravidão" proletarizada, à inglesa ( no auge da 1° revolução industrial). Estes são apenas alguns aspectos da nova "des-ordem" mundial.
Diante do que foi exposto, com brevidade, cabe a todos que estão atentos, denunciar, seja de que maneira for, apontar, a face do mal contida no(s) Estados-Nacionais, no século XXI. Isso em virtude de considerar que desses equívocos, exposição da força e da truculência política, da ação dos podres poderes, nascerem os grandes males para a humanidade.
Como havia dito, parafraseado, no texto anteriormente postado e esquecido, o século XXI, é e será um século com bestas há muito conhecidas.

terça-feira, junho 08, 2010

Ninguém morre de véspera, mas...

Caros amigos leitores e colunistas deste blog,

Nos encontramos às vésperas de mais um grande evento global para o esporte que mais amamos, cujos fundamentos já vêm impregnados em nosso dna, o futebol.
Criado por ingleses, o futebol chegou ao Brasil por intermédio de Charles Miller e desde então faz parte de nossa vida, a ponto de nos tornarmos potência mundial vencedora de cinco edições de copas do mundo até hoje.
Daí é que quando chega época de mundial, sempre questionamos a qualidade do elenco atual escolhido pelo treinador do momento, neste caso, Dunga.
Dunga já teve nome de era (fracasso na copa de 90), já foi símbolo de raça (tetra de 94) e agora treina nossos canarinhos em busca de mais uma glória para eternizá-los em nossos álbuns de figurinhas.
Bem, é claro que estaremos lá na hora, local e razão para torcermos pela seleção. Sim, com uma cervejinha vai bem, com os amigos melhor ainda (um dos meus tem HDTV em casa, vamos todos para lá e o convidamos também...)
Onde eu quero chegar é que nosso pequeno notável comandante não levou Adriano nem Ronaldinho Gaúcho para a África do Sul, o que para mim foi um erro. Adriano mesmo em má fase tem experiência em copas, ele optou por Grafite que jogou, sei lá 20 minutos em toda a preparação até agora. Para Ronaldinho ele escolheu Júlio Baptista como reserva de Kaká, será que vai dar certo? Tenho minhas dúvidas.
Já a defesa é sólida com Lúcio, Juan, Maicon... o que muito se comparou com 94, com o pragmatismo de Parreira; mas e para os volantes Mauro Silva e o próprio Dunga, temos jogadores parecidos no meio de contenção?
Em 94 tínhamos Bebeto e Romário, e o segundo voltava ao meio do campo para buscar a bola e partir em direção ao gol, carregando o time nas costas. Que saudade do baixinho!
Hoje, temos Kaká (que não fez nada em 2006) ainda lesionado para a criação, Robinho que tentou recuperar seu futebol no Santos, mas foi ofuscado pelo brilhantismo de Neymar e Ganso, e Luís Fabiano, este sim ainda em grande fase, mas também vindo de lesão.
Sei não, podem me xingar, mas acho que esta copa será dos hermanos: Messi, Higuain, Milito, Tevez, DiMaria, etc.
Acho que dá Argentina.

A Cidade Sem Serifa

Acesso a Zona Sul – Pista 3, saída para Dutra, proibido estacionar... A convenção é o instrumento mais usado (pra não dizer fundamental) na orientação do homem, quando não são convencionados por símbolos e signos são escritos de maneira mais clara e objetiva possível, e essa objetividade não está só no seu conteúdo mas também na própria fonte em que se apresenta a letra.
Toda convenção pressupõe certa racionalização, e as fontes utilizadas pelas letras para dar este tipo de informação dentro da cidade, destinada para quem está em trânsito, são totalmente desprovidas de detalhes, de desenhos mais rebuscados, de serifa. De maneira que num golpe de vista pode-se saber o significado da palavra, não se chega a ler toda a palavra letra por letra, na verdade, pela forma da palavra já se infere o seu significado. As palavras têm formas, e suas formas já são conteúdo. Com o perdão da digressão, isso é um pouco poesia concreta, os concretistas decompunham e colavam palavras inferindo em outros sentidos pela sua forma e sonoridade.
Esses textos esquemáticos permeiam a cidade, e São José se utiliza deles. Voltando da casa de um amigo na noite de ontem vim dialogando com eles (os textos), criando um discurso surdo que é destinado a cada pessoa em particular, sem precisar parar, sair do carro, somente como passante. Textos autoexplicativos, como se estivesse numa máquina de autoatendimento bancário, que ao inserir um cartão se obtém uma série de perguntas e respostas objetivas: saque, consulta, pagamentos etc.. A cidade é uma máquina e o diálogo com ela é objetivo, inclusive o espaço urbano é fruto de uma excessiva objetivação, que se transfere pro discurso urbano até se chegar a sua raiz sintática, ao ponto de racionalizar o próprio signo no afã de aumentar a eficiência da comunicação, do diálogo entre o passante e a passagem.
A construção do discurso urbano segue o mesmo critérios de eficiência, supondo uma uniformidade. E o que torna a uniformidade uma suposição é a cacofonia, a polissemia dos que vivem a cidade sem serifa. Chega-se a escutar um ruído de fundo, um interdiscurso; mesmo na noite fria de ontem, quando já não havia mais viva alma nas ruas.