terça-feira, outubro 31, 2006

Ciência

Minha ciência conta com tecnologia precária
Para converter a fluidez torrencial da arte em poesia,
A escrita.
Transita à velocidade da saliva
Num nanosegundo em que o paladar processa o sabor.

Provocando arritmia num coração
Disparando versos a cada descompasso
Expelindo a palavra como dos poros, o suor
Um sopro de vida.

Um vendaval interior
Que não se exaure de lembrar o beijo
O gosto da saliva...

Como se frisasse do tempo,
Um momento
Uma pausa constante
Desesperadamente tentando parar a vida.

Num esforço em vão
Que se desgasta
Ávido por superar a precisão do tempo.
Mas o tempo sinaliza com a indiferença de quem não volta,
De quem não pára

E que já passou...

(2003/Nilson Ares - Todos os direitos reservados)
Caros (as) , a vontade, o desejo, é às vezes tão impertinente que veja só a Maria Joana.

Maria Joana , Séc. XVII , Pará, fez uma mandinga, para o amado desejado.


“Fulano, com dois te vejo, com cinco te mando, com dez te amarro, o sangue te bebo, o coração te parto. Fulano, juro-te por esta cruz de Deus que tu andarás atrás de mim assim como a alma anda atrás da luz, que tu para baixos vires, em casa estares e vires por onde quer que estiveres, não poderás comer, nem beber, nem dormir, nem sossegar sem comigo vires estar e falar.”


Revista Nossa História Ano 1 n 1 Novembro de 2003

“Brasil de todos os pecados”


Vale a pena ser lida, a matéria é muito boa.


Abraços

Charles


Obs: São Bayardo está realizando suas obras, e só semana que vem ele estará presente.

segunda-feira, outubro 30, 2006

Na Sala de Espera

A tarde cheira a alecrim.
O difícil é aguardar nesse salão médico para ser atendida depois de cinco mulheres considerando que cada uma aproveita para contar sua “novela” como diz a doutora, em uma média de quarenta e cinco minutos cada uma.

Mais uma vez surge no meu dia a oportunidade de exercitar a paciência.
Já não é agradável saber que entrando naquela sala provavelmente irei escancarar as pernas abertas e deixar um bico de pato penetrar minha vagina; em seguida suportar o toque do dedo da doutora e depois ouvir sabe-se lá o que dela.

O exercício de ser mulher se dá também nestes exames doloridos que nos submetemos no mínimo duas vezes por ano – a mamografia por exemplo é uma agressão fudida aos seios: Homem, imagine suas bolas sendo achatadas até virar uma massa lisa de pastel, imaginou? Nem pensar né. Mas é isso mesmo, nós mulheres sofremos para manter nossos órgãos em bom andamento e, como se todos esses desconfortos não bastassem, nos submetemos com prazer aos banhos de cremes nos cabelos, permanentes, unhas e uma infinidade de subterfúgios para continuarmos belas por fora.
Pensando bem, até que merecemos tanto sofrimento não é?
Se fomos condenadas a sofrer para manter o colo do útero, as mamas,
os hormônios e todos afins fisiológicos belos, porque não sofrer para manter a aparência?

Semana passada a manicure quase aleijou meu dedão do pé. Nunca tinha passado por isso, fiquei indignada com o buraco e a quantidade de sangue que ela arrancou do meu dedo apenas para cumprir o padrão de estética dela. Absurdo. Estou até hoje sem usar calçado fechado. Tomei muita chuva e frio no pé. Isso é vida? O quê que há?

Uns maridos mal encarados esperam suas damas serem atendidas; enquanto isso eles olham sem nenhum constrangimento para as que também aguardam na sala.
E eu aqui me consumindo até chegar a minha vez.
A Malhação corre solta na tv, quem não está folheando revistas velhas está com o olhar fixo na telinha – achei uma revista Cláudia de mil novecentos e noventa e cinco que traz uma reportagem sobre gravidez após a menopausa – me chamou a atenção.
Opa, mais uma mulher foi chamada pela gentil e suave enfermeira de setenta e poucas primaveras, um doce de mulher; aliás eu só estou suportando esta longa espera porque eu adoro conversar com a doutora Terezinha de setenta e três anos que me acolhe antes de tudo em seu coração, sinto uma enorme segurança emocional quando a vejo; bem, é
só aguardar mais quarenta e cinco minutos...

A galera já está ficando bicuda, é boca que torce, estômago que ronca, unha que vai na boca, pés que balançam, esmaltes que são arrancados das unhas, chicletes que rolam pra lá e pra cá, e os maridos mal encarados emplacando seus olhares por debaixo das páginas não lidas das Vejas, Isto É, Automóvel, Caras, Exame...
Puta que pariu!

Meus exames estão aqui do meu lado. O que será que eles apontam nos meus seios, no colo do meu útero? Eles estão prontos há trinta dias, até então eu não me preocupei com estas respostas mas esse tempo de espera é cruel, pois me faz pensar o que vim fazer aqui, portanto haja paciência.
É o segundo propagandista que implora ser atendido. Porra que merda!
Sei que é o trabalho dele, mas ninguém que espera por tantos motivos merece um profissional desses a essa hora.

Eu quero saber também porque a minha chiquinha arde tanto e porque o meu clitóris é tão sensível quanto um bicho da seda. Sinto um fogo queimando minha vagina quando ela recebe o chicão do meu namorado, mas esse fogo nem extintor de incêndio apaga, acredito que vou precisar de umas pomadas mesmo e, se não der bons resultados vou apelar para mais sexo.
Você é que sabe chiquinha, o que você prefere? Pomadinha ou porradinha? Uma de cada vez né, eu sabia...
Eu juro que saindo daqui, vou beijar muito para compensar o ardor na bunda de tanto esperar. Deus me ajude a não dormir aqui.
Cheguei as dezesseis horas e quarenta minutos e fui atendida as .....

-Olhos Verdes-

domingo, outubro 29, 2006

O meu candidato perdeu

Caríssimos! Ó eu errado aí de novo escrevendo em dia que não é o meu,contrariando as recomendações desse que é o "Chair Man" o "CEO" desse blog.
Mas devo dizer que estou com o meu "TCAS" (Trafic Colition Avoid Sistem) desligado, por que todo final de semana faço alguns loads na aviônica do meu cérebro e não tenho tempo de escrever, mas podem ficar sossegados, por que colido mas não derrubo e nem mato cento e poucos de uma vez.
Mas eu queria dizer hoje que voltei nele sim, mas não para vê-lo ganhar, ver a sua vitória! Mas pra ver a derrota, a derrota dessa classe média branca, dessa classe média tacanha,católica, decadente que me enoja profundamente!!!!!!


By Coronel Dentes

Visita ao francisca Júlia


Corria como louco entre as árvores da floresta e ele me perseguia.O suor escorria sobre a testa até chegar aos meus olhos.Minha cara de espanto poderia ser percebida por uma câmera qualquer de cinema, até porque era cinematográfica a cena.Minhas pernas ainda estavam firmes ,mas com dificuldade para correr.
Era de manhã quando resolvi visitar meu amigo no centro clínico de reabilitação Franscisca Júlia, poeta parnasiana que acabou louca, mas isso não vem ao caso.Meu amigo apesar de ter parentes, eles não o visitavam, não gostavam muito do ambiente, o que não impediu de colocá-lo lá para retirar mais um porra louca do meio social que sabemos precisar de pessoas normais.
Quando entrei pela portaria às 10:00 da manhã Raul já me esperava vislumbrado e antes mesmo que o cumprimentasse ele me perguntou, Trouxe cigarros, estou louco para fumar.Meus amigos, vocês sabem o que é ficar sem cigarro, mas no hospício é muito pior.
Sentamos debaixo de uma árvore e Raul contava que tinha piorado muito, pois mesmo estando calmo o pessoal gostava de dar umas pílulas amargas e agora ele não conseguia ficar sem as danadas.Às vezes as pílulas acabavam e os internos antigos ficavam muito nervosos e para acalmar eles davam um choquinho, o tal sossega nenê.
Neste momento vejo um interno vindo sobre mim com uma faca brilhando, dessas que cortam bem carne para churrasco, nem penso e como instinto corro.Não imaginava que tinha tanta habilidade nas pernas e me lembrava quando corria ainda criança nas peladas de futebol.
Atrás de nós vinham os homens de roupão branco, que parece ser aqueles que aplicam as injeções para fazer nenê dormir, pedindo para o sujeito parar. O filho da mãe não parava e não dava trégua.Minhas pernas já não estavam tão fortes e comecei a pensar como deve ser a faca entrando no coração. O que será que sentimos.Minhas pernas fraquejavam.O coração parecia querer sair pela boca.Quem já correu da policia sabe o que é isso. Caio e fico pálido ao mesmo tempo. Pensei, às vezes pensamos rápido, vou morrer.
O figura para em minha frente e me fita rindo como um louco desvairado e não para. Penso comigo - Será que ele não vai me matar.Ele continua rindo com a faca brilhando em sua mão.Os homens de roupão branco estão chegando.O interno me olha e dá a mim a faca e diz: Agora é a sua vez.

By Hemerson

sexta-feira, outubro 27, 2006

Os Vagabundos Iluminados

Usei o título em português de um livro de Jack Kerouac para nomear este simples pensamento. Inclusive, ótima leitura para quem busca entender o período estadunidense nomeado na literatura e na música de “beatnik”. Os EUA passavam por um momento de identificação no pós-guerra, o consumismo e o “new american way of life” prosperavam entre a classe média e na massa, no meio deles houveram muitos loucos que contrariavam isso tudo e proferiram em poesia e música toda as insatisfações desse mundo novo, onde tudo já tinha um valor mercadológico. Hoje, não temos talvez pessoas como esses para ditar sem querer um novo segmento na literatura, ou até temos e não sei onde estão, ou quem sabe, alguns desses estão aqui no blog. Quero o tempo livre para estar com os meus e para aqui continuar a escrever, seguir o caminho para me encontrar. Hoje temos (parecem que muitos não têm) as mesmas insatisfações com a sociedade disforme e precisamos externá-las sempre que possível. Às vezes isso não pode ser feito somente dentro de casa com a família e tem que ser nas ruas de minha cidade, no centro inóspito que não é feito para as pessoas e sim para os veículos.
O grito contido causa ainda mais angústia.
O grande problema é quando a gente pensa que é um “dharma bum” (mesmo assalariado) e se exalta, invade o espaço lugar nenhum dos veículos brilhantes dos abastados e somos insultados por um semi-analfabeto guarda municipal que tem autoridade numa cidade como a nossa. Estou esperando a sua Coronel...

Samuel Farias

* O título original do livro é The Dharma Bums

quinta-feira, outubro 26, 2006

Amsterdam

Holanda...mais precisamente Amsterdam, uma das cidades interessantes, que visitei na Europa. Os holandeses parecem simpáticos e gentis.
Existem mictórios para homens no meio da rua, abertos. Além disso, a tem ruas estreitas, simpáticas e muita história. A cidade é organizada e limpa. Merce uma crônica com mais vagar.
Os museus, os canais, as ruas lotadas de bicicleta fazem de Amsterdam um lugar que merece ser visitado.

Descrever Amsterdam... Uma cidade, onde regras são muito diferentes de qualquer outra cidade do mundo. Algumas drogas são legais aqui. No entanto, a liberação dos tóxicos e o Red Light District não passaram alguma imagem depressiva da cidade. O Museu do Sexo e as prostitutas dispostas em vitrines, para as ruas, com as luzes neon são curiosidades, totalmente diferentes na vida das cidades em nosso país. No centro de Amsterdam, quando passamos a olhar pelas janelas, admirando a novidade, elas se aproximam, simpatico e docemente e sorriem, acenam. Parecem ter um ship, porque estão sensíveis a qualquer aproximar dos passantes.
A prostituição aqui é restrita a esta área da cidade, de maneira organizada e encarada como uma profissão qualquer. Portanto, só se deparam com esta realidade as pessoas que se dirigem ao Red Light District.
Você não encontra prostitutas e muito menos drogados em cada canto da cidade, como se costumam imaginar.
Ė incrível liberar a prostituição sem a putaria. Nada é libidinoso. As mulheres ficam nas vitrinas, paradas, sem provocar tanto, dão uma piscada de olho, não tem alguma trilha Sonora. São mulheres para vários gostos: orientais, ocidentais, louras, morenas, brevelinas, baixinhas, altas, magras, gordinhas, gordonas, coroas, jovens… e trajes sumários. Ninguém nu, o máximo permitido é calcinha e sutien.
As garotas de Amsterdam merecem um capítulo especial, todavia não pude fotografá-las, nem entrevistá-las, que seria muito interessante.
Entretanto é quinta-feira, meu dia de postar no Blog do Comuna. O tempo urge. Valeu, Cumpade Hemerson. Dito e feito.


terça-feira, outubro 24, 2006

A Evolução da Informação

O mundo informado e seus paradoxos.

Inacreditavelmente, a chamada Era da Informação nos apresenta um efeito oposto do que se afirma em sua expressão. Sabemos mais fatos do que nunca, mas ainda continuamos mal informados.
O que certamente Gutemberg não imaginava há quinhentos anos, quando instituiu por meio dos tipos móveis, a palavra impressa, difundindo pelos séculos a informação, superando a obsolescência da oralidade.
Surgiram os primeiros livros depois da bíblia, um século e meio depois, o primeiro jornal e a partir de então, a distribuição da informação foi avassaladora, a multiplicação veloz chegando cada vez mais aos receptores, ouvintes, leitores, enfim aos que ansiosos esperavam por uma notícia de qualquer natureza.
Os meios de informação e de comunicação eram relativamente limitados, mas foram se aprimorando com a escola americana de jornalismo definindo notícia como resposta a seis perguntas: o quê? quem? quando? onde? como? e por quê? (Regra de Kipling)Pronto, era estar informado. Lia e ouvia-se fatos. Bastava a superficialidade de um simples relato, que os americanos embutiram no conceito acadêmico de notícia.
Com a revolução da eletrônica, os meios de “comunicação instantânea” transformaram o mundo num grande mercado, levando ao fenômeno da globalização. A trajetória da modernização tornou os meios de comunicação onipresentes pela instantaneidade e oniscientes pela ilusão dos que acreditam estar sendo bem informados, sabendo da verdade.
Mas o grande paradoxo é o excesso de oferta de informações que homem algum consegue processar. Rádio, televisão, cabo, Internet, diários, semanários, livros de momento (como os de auto-ajuda, por exemplo) todos compartilhando do bombardeio, sufocando o ser humano, contribuindo para a sua coisificação.
E neste ambiente o jornalismo foge pela saída da nota ligeira e superficial, de fatos apenas. Com opiniões adjetivadas fungindo do contexto. O indivíduo sabe cada vez menos do supérfluo e ainda se inspira nos juízos à que foi submetido para formar uma opinião que sustentará o seu pensar. Estamos criando sociedades preconceituosas e extremistas, vítimas do efêmero, instantâneo, sensacional.
É função do jornalismo auxiliar o indivíduo se encontrar no meio desta barbárie da informação, na confusão em que vive. Utilizando da melhor forma, todas as ferramentas disponíveis, as quais não podemos ignorar sua eficiência. Fazendo com que seja realmente informado e não tenha apenas a ilusão de que o está sendo.

Nilson Ares

Do eu para o São

Do Eu para o São

Andei observando como muda a pronúncia de acordo com a idade. Eu mesmo era Charlinho, e ainda continuo sendo para os amigos íntimos, porém alguns menores já me chamam de tio, as senhoras me chamam de Sr. ,as Sras me chamam de Charles, a vida me chama de Charles, o espelho depende, às vezes de Tcharles, Charles, ou Charlinho,
Na brincadeira minha cachorra me chamada de Tcharlie, minha avó sempre de Charles, agora encontrei o Xâie, algo diferente dentro de mim. Xaxá, nunca pegou.
Outro dia visitei meu avô, e ele virou Seu Lima, será que eu vou virar Seu Charles. Vou me canonizar, e mudar de nome, quero uma imagem minha em algum altar de igreja ou até mesmo em nome de rua, o importante, é que vou virar Santo.
Andei lendo sobre São Dimitri, na Igreja de Santa Sofia em Istambul.Igreja maluca aquela , pertencia ao Império Bizantino, ai os turcos foram lá invadiram e criaram quatro pilares para anunciar os momentos das preces dos muçulmanos.
Já pensou São Bayardo, na igreja de Santa Sofia?

Dou início agora as Obras de São Bayardo

Obras de São Bayardo

· Iniciou um encontro entre Xanana Gusmão e Policarpo Quaresma, para juntos alfabetizar o Timor Leste.
· Utilizou recursos do Valerioduto para sanear e dar infra-estrutura ao mangue seco (Santos).
· Confiscou todas as contas do Maluf, comprou tudo em bala para a festa de Cosme-Damião.
· Elegeu para a Arquidiocese de Aparecida o pintor Caribé.
· Fundou uma escola , tendo como diretor Francisco Férrer (Italiano /líder anarquista no Brasil, responsável pela primeira escola anarquista, entre 1912 à 1916 em Sta Catarina).-
· Convenceu os sem terras a virarem sem teto. (êxodo rural)
· Comprou um roseiral inteiro e jogou tudo no mar no dia 2/2, dia de Iemanjá.
· Colocou em uma mesa, lúcifer, Deus, Shiva de três cabeças e Marcelo Mastroiani, para discutir o roteiro do filme Nosferatu, é claro que quem dirigiu foi Deus.
· Solicitou junto à prefeitura de seu bairro o Fumacê, para no próximo verão para não sofrermos das intempéries da vida, ou do mosquito, e também para não corrermos para o açougue da vila industrial, para sermos tratados de malária, sendo que estamos apenas dengosos, (abraços para o Sandrinho).
· Fundou em Brasiléia (Acre) um centro de estudos ufológicos, e questionou o não-reconhecimento de plutão, como planeta.
· Trabalhou na acareação dos corpos dos Mamonas Assassinas na Serra da Cantareira.
· Atravessou numa bóia de Havana á Flórida, e conseguiu ser beneficiado pela lei seca, injuriando o Fidel
· Reencarnou na figura do 8º Buda e impediu que Mao invadisse o Tibet.
· Foi ator coadjuvante no filme “os sete gatinhos” de Neville de Almeida, juntamente com Regina Casé, na qual ganhou o Urso de Prata, (Berlim), pela pré-dispoição nos momentos de “choque” do filme.
· Percorreu 3 mil km, entre o Suriname até o Monte Santo (Canudos), onde lá iniciou sua cruzada patriótica contra monarquia, juntamente com seu discípulo Antônio Conselheiro.
· Participou do festival de águas claras (1972), como baterista do Tunai.
· Trabalhador como estivador no porto de são Sebastião, na ocasião levantou estudos sobre o impacto ambiental da Petrobrás no meio ambiente.
· Decifrou o PI .
· Confiscou todos os bens de Ronaldo Caiado e enviou aos sem terras.
· Ajudou no processo de pacificação entre os índios cinta-larga e os garimpeiro em Serra Dourada.
· Foi em carne e osso o boi garantido na festa de Parintins.
· Foi churrasqueiro na festa de N.S.Guadalupe (México), assando gafanhotos e escorpiões.
· Foi caricaturista no jornal O Malho, denunciando as falcatruas do governo de Rodrigues Alves.
· Trabalhou no IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional), e descobriu que o presente que o FHC doou ao Silvio Berlusconi, pertencia ao acervo, tombado pela Unesco.

Para relatar todas as obras, ficaremos dias e meses.

Aguarde na próxima edição, as andanças e milagres, realizados por São Bayardo.

Abraços


Rei da Vela

segunda-feira, outubro 23, 2006

Relatos de um passado recente

Se perder entre
o real e o faz
de conta
é perder-se de
si m(esmo).


Praça Urinária (Praça da República)

Mais uma viagem está chegando ao fim. Percorremos aproximadamente 120km. (Sanja/Sampa)
A selva de pedra está começando pôr sua cara de fora. São seis horas da matina.

Muita ferragem, vidro, concreto, escapamento de carro, gente pra lá e pra cá.
Pronto. Chegamos na Praça urinária; gente ordinária e extraordinária passam pela mesma calçada fria e molhada. O céu cinzento desaba umas gotinhas finas.É suportável.
O cafezinho do lado direito da calçada. Aquela gente que tem medo de gente está por aqui também; e mais, gente que faz mal pra gente.
Olhos remelentos, cabelos atrapalhados, cara suja, bunda cagada; enfrenta de frente um palácio não sei do que, com mais gente de olhos tratados, pescoço engravatado, cabelos cheirosos e arrumados, rosto lavado e encremado, bumbum aprumado, e muita consciência pesada. São Paulo cheira cocô. Chegamos na Casa Santa de Misericórdia no bairro Santa Cecília.

Entra gente. Gente sai.
Chega gente.Gente vai.
Tudo chega, Tudo parte,
Sinto-me um encarte.
Passado eu ia ...Presente eu fui ...Futuro não sei.

3º andar
E a gente chegando.

Semblantes tristes, olhares pensantes e amarelados.
Rostos sofridos, marcados pelo tempo e pela dor. Humanos desumanos, desleixo e descaso.
Homens caindo da vida, ambiente sufocado. Quem não cai levanta o outro.
Criança chora, mãe acalma. A dor é tanta que seu choro não tem força.

E gente chegando.

Os bancos estão cheios com o depósito humano; (banco por definição é para se depositar algo).
Uns riem, outros consolam, outros lamentam. Arrasta corpo, arrasta...
Quanta pergunta na cabeça. Que ignorância!
O “primeiro mundo” (deptº de neurologia com relação aos outros) está calmo, apesar.

E gente chegando.

A corrida é rápida, não dá tempo pra pensar, vacilou perdeu a vez.
Jurados de vida, é assim que os vejo.
A idade não importa, todos ficam esperando depois da primeira
porta.

E gente chegando.

A mais contente saiu faz tempo, sorriso nos lábios e esperança no olhar; seu diagnóstico foi considerado bom. Cada um tem sua história e quer contar para qualquer um. Falar é uma necessidade.
Trocando informações, se consegue até melhorar a qualidade de vida.
“Uma injeção na perna que incomoda tanto pode ser substituída por uma na barriga, incomoda menos”. (Joseli).
Muleta, cadeira de rodas, carrinho de mão, conversa, conversa...
Homens e mulheres de branco correndo de um corredor para outro com “demie-vies” em suas mãos.
Não vejo sangue, só sinto.
O chão da escada está forrado do ser.
Vozes.
Laboratório gigante.
O ar está pesado, o dia está úmido e quente.
A espera ensina a gente.
Neurologia,
Eletroencefalografia,
Tudo isso, eu vi um dia.

domingo, outubro 22, 2006

Denuncia de um internauta

Caro delegado,

Quero fazer-lhe uma denuncia de desaparecimento.Meu amor sumiu. Nos víamos constantemente pelo MSN e no começo falávamos pelo teclado, até que evolui para voz e depois pela webcam.Ocorreu que um dia desse ela me falou - espere um pouco que vou ao banheiro - e nunca mais voltou.Desde o ocorrido tenho enviado mensagens através do MSN, entrado em salas de bate-papo e nada. O que terá ocorrido no momento que ela foi ao banheiro. Terá sido raptada por alguém?Terá apaixonado por outro internauta?Teria desistido do meu amor?O fato é que estou muito deprimido, pois nunca tinha-me apaixonado assim até então.Tive que recorrer a alguns Hackers que conseguiram detectar seu IP e perceberam que ela não está mais plugada.
Ante ao ocorrido, peço-lhe encarecidamente tua ajuda.

Desde já ,

Muito Obrigado.

By Hemerson

sexta-feira, outubro 20, 2006

Inquietudes do Jacareí Via Estrada Velha

Caros e caríssimas, tenho pensado muito sobre tudo ultimamente, no entanto os momentos que me restam para pensar e não agir-pensar são as viagens de ônibus, particularmente quando estou no Jacareí Via Estrada Velha, no adiantado da noite, no retorno para casa. Lá ninguém consegue ler, a qualidade do ônibus e da estrada não colaboram para tal aventura. As pessoas se amontoam e falam o tempo todo das intempéries da vida e do futuro incerto, sem levar em conta que a estrada que os leva ao destino citadino comum também é parte da vida. E como é!
Como disse nosso Rei da vela, os movimentos e pensamentos autômatos da vida quase não nos deixam ter alegria. Esta nos escapa pelos dedos todo o tempo, mesmo para nós que estamos diante das facilidades da vida e do modus operandi da vida muderrrna! Eu acho que o Erich Fromm fala sobre isso. Matamos o tempo usando a tecnologia como arma e não conseguimos nos encontrar, perseguindo uma ilusão de felicidade que jamais se torna realidade. A não ser que a gente pense e espiritualize tudo isso.
É isso que venho fazendo, quando a bordo do oblíquo Jacareí Via Estrada Velha a R$ 2,05. Tudo vem à tona. A paisagem desregulada através de meia janela aberta, a que horas vou chegar em casa no aconchego do lar, as cidades em expansão causam furor nos especuladores imobiliários, mas, indiferença aos olhos de quem quer ver mais verde e limpo o nosso vale. Para mim, pequenas distâncias entre estruturas do espaço e grandes saltos no existencialismo humano.
Quero as inquietudes do Jacareí Via Estrada Velha até quando ele não mais me servir materialmente entre um ponto e outro.
Samuel Farias

quinta-feira, outubro 19, 2006

Ontem, Hoje Amanhã e Sempre

“Nunca me esquecerei desse acontecimento na vida de minhas retinas tão fatigadas”. Carlos Drummond de Andrade
Vou falar mal do passado não, são apenas algumas comparações. Sou grato, porque foi o passado que nos deu o presente. Seria ingratidão falar mal dele. Também há tempo pra tudo. O que podemos fazer é uma refelxão de todo o aprendizado ao longo do tempo.
Meu primeiro ano de faculdade foi em 1988. Quatro anos estudando e trabalhando bravamente com alegria. Verdade, muita alegria eu tive no tempo em que cursei minha faculdade. Trabalhava durante o dia, alimentanto a expectativa de ir à noite estudar, como se fosse pra festa. Ao chegar na sala de aula, eu não tinha o menor problema com o pessoal. Circulava em todas as panelinhas que foram se formando e cristalizando. Hoje ainda resta algumas poucas amizades possíveis, que o tempo e as circunstâncias não deram conta de afastar.
Fiz meu curso com paixão, dedicação e sem tecnologia. Passei noites a fio lendo José de Alencar, Machado de Assis, João Cabral de Melo Neto, Euclides da Cunha, Edmundo Moniz, Eça de Queiroz e tantos outros. Procurava entender os períodos literários e relacioná-los à história de seu tempo. Os finais de semana eram reservados pra grupos de estudo. A leitura de “Os Sertões” me deu um novo alento e meus amigos do curso de História me davam maior força! Escrevia os textos para trabalho com antecipação. Consultava Alfredo Bosi e afins. Tinha boas fontes de consulta no concreto. Para mim, estava de bom tamanho. Quando me preparava para os seminários, procurava aplicar o que aprendia em Teoria da Literatura. Sentia que me aprofundava em todo aquele conhecimento e voava em minha imaginação sem recalques. Até aí, nada sabia do mundo virtual, exceto o amanhã e as formas verbais do modo subjuntivo.
Em meados da década de 80, lembro-me de quando vi pela primeira vez uma máquina de escrever elétrica na divisão, onde eu trabalhava. Encantadora! Deixava minha olivetti na chinela. Ainda não se falava muito em computador, apenas em setores de distribuição de informações. Montava-se um divisão de infomática pra depois informatizar os demais departamentos. Até aí, a vida continuava, algumas olivettis resistiam, embora as sedutoras elétricas se multiplicassem.
Tínhamos no trabalho umas leitoras barulhentas, onde inseríamos microfichas e líamos os dados. Final da década de 80, abriram alas e os computadoras chegaram. Incrível. O funcionário que era agraciado com um computador para o serviço, recebia também uma sub-mensagem: “ Seu emprego esta garantido”. As secretárias então, se sentiam as poderosas. Com dirieito a humilhar e tudo. Nas residências, não havia ainda aquisição de computadores em massa. Todavia, entramos na era imediata e tudo se transformou imediatamente. Exclusões à parte, hoje sabemos que o cenário é diferente, apesar das diferenças.
Concluí o curso em 1991, ainda com a sensação do “só sei que nada sei” e um mega medo de encarar uma sala de aula. Apavorava-me a idéia de não saber responder alguma pergunta dos alunos. Constatei adiante outra geração e lamentei, porque os alunos se bastavam com o que eu apresentava e não me questionavam. Lamentável!!
Acabou-se a década de 90, entrou o século XXI e o mundo não se acabou. Ufa! Até o Jornal “Primeira Mão”ficou eletrônico, e as relações se intesificaram pela Internet. Santa Internet! Tantos pós-modernos estão se casando a partir de vossa ajuda.
Alguns cursos de informática e afins me conduziram a necessidade de ter a sedutora máquina da onda.
Comprei meu computador em 2002 e logo fiz uma assinatura de uma banda larga, sem ao menos entender muito o que é uma banda larga, mas fiz. Embraquei tanto na idéia de navegar que fiquei viciado e quando chegava em casa do trabalho, ia direto pro computador e enquanto tirava as roupas e os sapatos, ligava a coisa. Fascinante a idéia de pesquisar, preparar aulas, fazer projetos e plano de curso, enviar e-mails, encontrar pessoas pela net... Parece até que o mundo se encolheu e meu quarto ficou poderoso. Comprei uma web cam!! Fiz estrago a valer. Nossa! Não podia mais ficar pelado na frente do computador!!Se meu avô tivesse vivo me diria: “ Meu filho, largue isso!Isso é do cão”! Lembro-me da sensação de ouvi uma gravação com a voz de Carlos Drummond de Andrade recitando “ No Meio do Caminho” revi tantos poemas! “José”, incrível. De repente me vi diante de algo parecido com “Macunaíma” e “Mil e Uma Noites”, onde tudo se transforma de de maneira mágica e fantástica.Ouvi os Lusíadas!!Nada disso tivera eu na ocasião do curso! Imaginei como seria se tivesse. Senti o peso da virtualidade!!E meu curso já se acabara!! Prometi a mim mesmo que releria as obras, claro consultando as disponíveis. Tenho feito até hoje. Todavia inesgotável, sempre mais e mais.
Organizar os escritos ficou mais fácil. Não precisa de papel, guarda-se no próprio arquivo virtual. No entanto, cuidado com a invasão de vírus. Já experimentei o prejuízo. Troquei o disco rígido e perdi tudo.
Hoje está tudo tão difuso. Muita gente já possui computador, conectado à net em suas casas. Fazem até cursos on line. Globalização? Globalizados? Acentuar de diferenças! Sim, os correios têm menos trabalho com cartas. Ainda resta sedex. As encomendas...Graças a Deus! Estamos em um mundo concreto afinal. Tem até exploração sexual pela net...Cuidado! A violência também está on line! Que horror!
Porém, temos de saber como lidar entre o bem e mal e fazer nossas escolhas. Ainda nos cabe escolher. Vamos ter de seguir com tudo isso e nossos filhos serão alfabetizados diante do computador. Cada geração nos aponta nova necessidade e aprendizado constante.

quarta-feira, outubro 18, 2006

Começou a chover

E nesse exato momento eu ia sair pra buscar o carro no lava rápido 3 meninos, pois daqui a pouco o Natã sai da escola, tenho que buscá-lo, é hora do almoço, e os eventos se suscedem. Mas começou a chover. E pensei que, não tendo escrito nada aqui para postar, pois não tive nenhum lampejo literário, não costumo ter, está chovendo, vou escrever isso, estou aqui, na frente do computador, não posso buscar meu carro no lava rápido 3 meninos ( eu tenho 3 filhos) então vou escrever. O quê? Isso, uma palavra puxa a outra? Não sei, hoje é quarta feira, e segundo o cronograma do manager (Manager!) hoje é meu dia de postar. Será que o carro já tá pronto? Poderia ligar lá e pedir pro cara trazer, acho que ele nem cobraria por isso, mas aí ele teria que voltar na chuva. Tá quase na hora do Natã sair, ainda tá chovendo, acho que vou buscar o carro com uma capa. Mas se não estiver pronto? não vou poder esperar, pois a escola não pode esperar com um aluno até um carro ficar limpo. É responsabilidade dos pais buscar os filhos no horário. O Samuel escreveu sobre tecnologia. Não há tecnologia que salve um dia de chuva. que se manifestem os paulistanos, moram na metrópole do país e são vitimizados por qualquer chuvinha. e agora? o que fazer? o que escrever?
Parou de chover! Ufa!

terça-feira, outubro 17, 2006

anos 80: nosso idílio

Anos 80: nosso idílio

Na metade da década de 80 enquanto caminhávamos sobre a ponte do rio Paraíba, para juntos escorregarmos na grama do Centro Comunitário, nas várias folhas das cadeiras (vermelhas), nossas mães desesperadas perguntava aos vizinhos, querendo saber onde estávamos.
Ora chovia, ora o sol era estonteante.
Nunca desistimos. Corríamos, pulávamos, íamos cantando fazendo firulas, comentários inocentes.
Agora pergunto,onde está nossa alegria?
Na corrida do dia-a-dia, para preenchermos nosso vazio.
Mandaremos flores por telefone, renunciaremos carne, comeremos bastante verduras, treparemos uma vez por semana, taparemos nossos desejos mais perversos, em prol de uma estadia eterna no dito paraíso.
Quando sou um bom cão, às vezes me jogam um osso.
É meu amigo, as tardes pareciam mais belas, formosas, as ruas tinham mais alegria.
Era taco, bandeirinha, pega-pega, pé na lata.
Sal na costa do sapo, amarrar besouro na linha, chacoalhar vara de pesca para atrair morcegos, roubar ameixas, esconder nos alpendres das casas obscuras, matar pombinhos, ...
Hoje, a ponte minas gerais e só um atalho que corta um rio, mudaram o rio, eu mudei, nós mudamos, ainda passamos por lá, não percebemos e nem somos percebidos.
Como dizia o Milton “o que foi feito amigo de tudo que a gente sonhou, o que foi feito da vida, o que foi feito do amor”

Abraços

Rei da Vela

Obs: ao chegarmos em casa, as varas de amora já estavam descascadas sob a mesa.
Adivinha, né?

segunda-feira, outubro 16, 2006

O Meu Vizinho Teve Uma Tele Visão


By Coronel Dentes


Antes de mais nada gostaria de dizer que, o que mais acho interessante nesse blog, além das pessoas que escrevem nele e do que escrevem nele, é algumas o fazerem fora do dia estipulado, assim como eu. Mas devo fazer a minha mea culpa dando a desculpinha de sofro um apartheid digital, e portanto não pude fazê-lo no Sábado como manda o figurino, até porque eu nem lembro mais a onde estava no sábado. Mas isso é bom, transigimos com os determinismo.
E por falar determinismo. Se não me engano, na ultima Sexta feira a tarde ele estava lá queimando hidrogênio e quarando as roupas no varal, o sol. O meu vizinho que também quarava as dele, disse-me que viu na TV ( acho que foi no Fantástico) que um dia esse nosso quarador iria embora. E eu, claro que não acreditei, como ele abandonaria seu habitat cósmico ou simplesmente deixaria tudo no varal gélido e duro. Há dois dias chovera a beça e foi um sacrifício secar as roupas! Sem contar que essa ausência poria de lado qualquer narrativa, qualquer verdade que um dia se pretendeu solar, até quarar todas nossas almas.
Veríamos então, a história como a tragédia da energia, mas isso ( se é que ocorrerá) está muito longe das necessidades prementes de nosso cotidiano. Sobretudo de algumas verdades que se pretenderam solar pela historia e hoje quaram a alma de muitos.
Poderia citar como uma dessas verdades, o ideal de emancipação da aleatoriedade da natureza contornando as adversidades do meio físico ( mas aí ao que me consta, não está o dia em que sol for embora), a emancipação moral e política e tudo do que dela decorre, como o conceito atual de liberdade, o que se convencionou chamar de democracia, a republica, o direito, a justiça, a natureza benévola do homem, o trabalho, o mercado, os impostos, a política de cargos e salários, as religiões, a família, o sexo seguro, a raça, a escola, a cultura, a comunicação, o que foi escrito nos muros, o sexo de pe´no portão, o que fumamos, os psicotrópicos, o que bebemos, o que cedemos caridosamente aos desvalidos, Eros, Psique, Tânatos, a igualdade, e por ultimo, um ícone da modernidade - o famigerado desenvolvimento da nossa sociedade. Este está tão cristalizado e objetivo que até convém afirmar que ele não é uma invenção humana e sim os humanos que são uma invenção do desenvolvimento.
Porém a reprodução em escala massiva e global de todas essas representações nos condicionou numa hiperrelidade. Onde não me surpreenderia, aqueles que outrora se quaravam de tal verdade, tentarem a fuga para as estrelas na ânsia de continuar em outro lugar o inexorável projeto desenvolvimentista fugindo das limitações de uma Terra moribunda, ou vissem esticada no varal, gélida e dura como as outras roupas, a alma fiadora de tal verdade, quando o quarador dessa história deixar seu habitat cósmico assim como meu vizinho viu na TV.
O que talvez não esteja muito distante, por que remoto mesmo para sua TeleVisão é só o seu (des)controle, segundo meu vizinho.

Nowseas

Santa Madalena
by Olhos Verdes

Quero ver o sinal da cruz em seu peito
Que a Santa Madalena venha lhe dar a mão
Para que o pai nosso tenha piedade
E os anjos ajudem a elevar sua alma.

Quando o silêncio dá nó na garganta
Dá vontade de cair no chão
De chorar
De largar a mão.

Quando a saudade aperta o coração
Dá vontade de sujar as mãos
De quebrar tudo
De virar cão.

Quando a dor é na alma
Dá vontade de calar
de tirar a roupa
De apertar o dedo até sangrar.

Quando a tristeza é nos olhos
Dá vontade de não enxergar
De fechar a porta
E se acabar.

Quando a palavra é pouco
Dá vontade de vomitar
De morrer
De voltar.

silêncio/chão/chorar/largar a mão/
saudade/quebrar tudo/sujar as mãos/
virar cão/dor/calar/dormir e não acordar/
apertar o dedo até sangrar/tristeza/
não enxergar/fechar a porta/se acabar/
palavra/vomitar/morrer/voltar.



Qualquer coisa
by Olhos Verdes

E volto pra casa vazia e com muitas interrogações.
No céu as estrelas revelam ao mundo suas aspirações.
E eu?
Na terra pisando em ovos estou
Enquanto o vento faz de mim uma folha morta
Arrasta-me pra lá e pra cá
Como se eu fosse fácil.
Não é bem assim.
Apenas me perdi no rumo.
O buraco aberto em meu peito dói muito,
Nem sei quanto
Só sei que não cabe outra dor
Sinto-me só.
Dirijo meu carro como se não houvesse
rua, semáforo, pedestre, sentimento,
como se nada mais fosse importante para mim.
Le feu vert c´est ouvert. Allons nous!
Mas para onde, pergunto-me.
Para qualquer lugar, qualquer esquina, qualquer sol,
qualquer lua, qualquer estrela, qualquer cheiro,
qualquer ombro, qualquer pele, qualquer colo,
qualquer outra carência, qualquer sorriso,
qualquer abraço, qualquer sexo, qualquer mentira,
qualquer ilusão, qualquer tesão.
Quero experimentar o deslumbre do qualquer coisa,
E amanhã terei novidade para contar.

domingo, outubro 15, 2006

Boa noite : Nelson D'avila

São 3 horas da manhã em São José
Putas, crianças, mães e bêbados se misturam na avenida Nelson D'avila
Um grupo de pessoas levam alimento para eles
Querem ter a consciência leve
Por isso, é preciso que seja dado bastante alimento
Entre eles está Euclides, cidadão de bem, católico fervoroso
Ele é chefe da área de seguros de roubos contra patrimônio privado
-Sabe como é ne minha senhora meu senhor é preciso manter a casa assegurada
Ladrões estão a solta na rua de São José
O que não falta é vagabundo!!!
Como gratidão do voto de confiança que os fudidos dão a ele de continuar na merda
E ele manter seu emprego respeitosamente
Euclides mantem seu bonito papel
Colocar seu kit dentro do seu carro e junto com seus amigos
Sujeitos de bom coração
Encher o bucho dos desgraçados
Pois, afinal há trabalhos que depende deles.

Máxima pregada na Idade Média: ainda bem que existe os ricos, o que seria dos pobres sem eles.

Piquitito



sábado, outubro 14, 2006

Tecnologia!!

Pois, é Samuel,
Você aborda um assunto super em pauta !!
Importante é sabermos como usar a tecnologia a nosso favor e pra melhorar nossa a vida e a vida em sociedade, porque isso é bom!!Eis ai a diferença entre a vida do passado e a do presente. Claro, que como você diz, não falo mal do passado, masmo porque grandes pensadores viveram no passado sem nada disso, não é? Imagne as invençoes do passado com o auxilio desta tecnologia que temos hoje?!!E fico fascinada quando penso que eles nada disso tivera!!Por isso eles ficam mairoes ainda no meu conceito.Mas agora estas facilidades nos encantam e nos seduzem!!Engraçado que estou produzindo uma crônica sobre este tema!!Você verá aqui!!O problema é que as desiguldades existem e temos de lutar contra isso!Sabe Deus como, mas insistimos neste ideal!!Um abraço e muita Paz. Jô

TECNOLOGIA PARA QUEM?

Tomando por base o que ouvi um dia desses de um amigo, perfiz um caminho doloroso para imaginar o que significa evolução da tecnologia e para quem esta sempre serviu. Quem sou para questionar o que está posto, visto que, a cada dia estamos ainda mais reféns desta, que dita desde as regras do mercado até a propagação e proliferação das diversas manifestações religiosas, e muito etc.
Eis o que tenho pensado.
O acesso às novas técnicas e uso físico para o bem estar humano é imprescindível. Porém, o que está diante de nossos olhos hoje é demasiado gritante. Usamos os aparatos da técnica para encurtar distâncias e aumentar desigualdades. A terceira pessoa aqui quase nunca se conjuga nas camadas de pobreza material. A estes lhes sobra o destino quase que massacrado pelo desconhecimento e pela impossibilidade em consumir tecnologia que podem diminuir o peso dos dias ou, aumentá-lo gradativamente.
Os incluídos nem sempre tem consciência da enorme quantidade de excluídos. Na maioria destes se verifica a futilidade dos conceitos e o enobrecimento das casualidades neo-consumistas que apregoam por aí. Para eles a tecnologia tem uso material, com a exaltação do ter sobre o ser como padrão único e imutável. É...meu shox comprei nos EUA quando estava a trabalho...meu Ipod comprei nos arredores da 25 mesmo, mas é Sony...e meu celular tira fotos mais nem uso, eu tenho uma câmera digital 9 mega... E esses absurdos pós-consumo são jogados ao vento e o pior é que têm sido valorizados inclusive pelas parcelas mais pobres quando estas os ouvem , sendo que, a maioria das pessoas que reproduzem isso nem entendam muito bem como e para quê a tecnologia se ergueu até este patamar na sociedade de consumo. A maioria dos consumistas de plantão nem sentem necessidade do que compram, o fazem simplesmente pelo fato do novo, do belo e do status que determina a sua posição dentro da mediocridade social em que vivemos.
O grande tema a partir disso é que não há recursos naturais disponíveis para que todos tenham acesso às benesses da técnica que impulsiona os mercados emergentes! Hoje os valores de consumo e de se dar bem consumindo sobressaem-se sobre os valores de comunidade, fraternidade e proximidade com as diversas realidades com as quais convivemos. Não importa os que estão à margem, inseridos serão sempre os escolhidos pela tecnologia e vice-versa. O que se precisa pensar é que todos pagam a conta das mudanças climáticas, dos tufões e tsunamis...
Samuel Farias

quinta-feira, outubro 12, 2006

Como se Aprende em Ėpoca de Eleições!!

Como se Aprende em Ėpoca de Eleições!!

Antes de tudo quero dizer que a opção que fiz pela vida é a de jogador e não a de telespectador. Por isso, gosto de ir e vir, de entrar e sair e de me expressar quando tenho de dizer alguma coisa. Também sei o momento de ficar calado, pois é também uma sabedoria, saber identificar os momentos de falar e de sislênciar!!
Entretanto, o momento agora é de falar, porque se não falarmos, as Pedras falarão!! A Bíblia tem uma linguagem maravilhosa!!Vamos ver quem são essas “Pedras”!!
Todavia, a hora é de política e não quero fugir do assunto!!
A partir da minha opção de jogador, eu Penso e fico no jogo da vida também a observar como jogo e como jogam comigo...Então observo as pessoas, os editores, os jornalistas, os inimigos, os camaradas, os colegas, os poderosos, a mídia. Concluo uma série de coisas a partir dessa observação: que há muitos manipuladores da ignorância do povo. Estes manipuladores se vestem de pele de cordeiro, mas por dentro não passam de “lobos vorazes” e “sangrentos”, que há muita gente manipulada e cega, que tem problema de identificação consigo mesmo, por isso não votam no candidato tal, porque ele não é aristocrata!!Pergunto: ______Ei, você, que não vota no “não-aristocrata” é um “aristocrata”? Não? Então você não vota em gente que lhe representa? Freud explica. Também não sabem o que é um aristocrata!!
Pode ser que estas pessoas sejam vítimas de um sistema, que é apto em reconstruir a miséria e reproduzir a ignorância. Os poderosos sabem fazer isso magistralmente e as vítimas nem percebem. Essas vítimas precisam ler e entender o poema de Vinicius de Moraes “O Operário em Construção”. O que fazer, para que essas pessoas acordem e vejam o que tem de ser visto!! Em nome da consequente ignorância, vêm as falas politicamente incorretas, carregadas de preconceito contra os humildes, contra os nordestinos, contra os negros, contra os homossexuais, contra as mulheres, enfim, contra os excluídos!!Vejam, até homossexual conhecido é contra seus próprios pares?!!Pode?!!Só mesmo Freud explica!! Vinicius adverte, que a classe dominante sabe estratificar os dominados perfeitamente, para que se dividam e sejam contrários entre si mesmos!!!
Parece até que os demais partidos nunca pecaram contra a Nação, porque agora todos atiram pedras e são como “pedras no caminho” da democracia e do povo brasileiro!!Se colocam como imaculados, incólumes, perfeitos e confiáveis. Coitados!!Esqueceram-se das privatizações, dos xingamentos de FHC conta os sem-terra, contra os professores, contra os aposentados!!Esqueceram-se de que o ex-presidente pediu que “esquecêssemos” dos textos de apelo social, do tempo em que ele era um professor de sociologia!!Esqueceram-se do destempero de ex-ministro Ricupero em direção ao brasileiros diante das câmeras e até dos escândalos de Jader , Arruda e ACM que trocando farpas, que foram exibidas pelo Jornal Nacional!!Até se esqueceram do pedido de Medonça de Barros ao Grupo Oportunity, que criasse uma ONG para financiar a campanha publicitária!!Mendonça de Barros foi fisgado pela boca!!A revista Veja mostrou isso na época!!Estão registrados todos estes escândalos da época de FHC!!Claro, os “Perfeitos” souberam colocar toda a sujeira em baixo do tapete vermelho!!Ninguém pode saber a podridão deles. Então me digam agora, se foi no Governo Lula que surgiu o Mensalão?
Então, por que Ricardo Sérgio de Oliveira, o homem dos fundos de pensão, ex-caixa do fundo de campanha do tucanato e a história dos 15 milhões pedidos ao consórcio que comprou a estatal Vale do Rio Doce e que dois ministros comprovaram a história? Quando mesmo que houve este episódio? Sim, foi publicado também pela revista Veja!! Vejam, pessoal!!Vejam!!
Esqueceram até de quem reinou na época da ditadura e hoje vem falar de ética, moral e justiça social. Meu Deus, que mundo é este?!!!
Em quatro anos, o Governo Lula tirou a sujeira de baixo do tapete, prendeu juízes corruptos, empresários sonegadores e corruptos, demitiiu políticos irregulares e promete fazer muito mais e ainda tem gente que não quer ver!!! Acabou com os escândalos das mega aposentadorias, os salários exorbitantes de pessoas que param de trabalhar e ficam a vida inteira roubando os cofres da Previdência Social, com seus salários escandalosamentes altos. Claro, só enxergam o Presidente Lula pelas lentes do preconceito dos partidos de direita: “Ah ele não tem um diploma, ele é um nordestino, não estudou, ele é metalúrgico, ele foi um excluído”!!
Sim, ele foi um excluído que se incluiu, graças a sua determinação e garra!! E isso incomoda a elite podre deste País!!!Eles queriam que o Luís Inácio da Silva fosse mais um nordestino apagado na multidão, ganhando um salário e subempregado até hoje. Sim, para eles é este o lugar dos nordestinos: na clandestinidade, no anonimato, na miséria!!Chega!!Chega!!Digam-me se ACM e sua turma podem falar de ética com o Presidente Lula? Este povo quer subestimar nossa memória e nossa inteligência? Quem mais investiu pra reproduzir a miséria na Bahia, ao longo de décadas, do que ACM?
Como diz Leonardo Boff, Lula deu corpo a um projeto de mudança no Brasil. Apesar dos vários constrangimentos encontrados, deixado pela política neo-liberal, buscou com sucesso fazer a transição de um estado elitista e privatista para um estado republicano e social. No entanto, quatro anos são insuficientes, pra se concluir um projeto social, neste País tão vasto e repleto de desigualdades. Tantos desiguais desde a época do Achamento do Brasil pelos europeus. A desigualdade que gereou e gera os integrantes do PCC, do Comando Vermelho e os demais que vivem à margem nos centros dos Brasis!!!Mas a elite não gosta deste assunto. A elite quer se perpetuar no poder de modo absoluto e faz tudo pra isso. Por isso corre e põe atriz de novela, pra dizer que está com medo etc!!Medo de quê? Medo de vir à tona a verdade ou medo de perderem o poder e não ter mais como estabelecerem suas riquezas? Medo de que os brasileiros saibam fazer suas escolhas por um candidato que represente o povo legitimamente!! Como são insanos e incesíveis os discursos das elites contra o Governo Lula!! Como são egoístas e querem a dignidade apenas pra eles e sua classe!! Mas pior comportamento é o da mídia, que se coloca insecrupulosamente à disposição dos poderosos, deixando claro sua opção manipuladora!! Eles falam de ética. Mas onde está a ética da mídia?
Meu desejo é que mais pessoas escrevam esta História com verdade, pois eu, de minha parte escrevo. Quero que daqui a algumas décadas os professores em sala de aula leiam para seus alunos a História de fato e não a história inventada do ponto de vista do egoísta colonizador explorador e sanguinário.

By Jô.

quarta-feira, outubro 11, 2006

"Capote" de 2005

comunapiraquara

Como Truman Capote está para o Jornalismo Literário

Caros leitores deste blog, no ano de 2002 (então na faculdade de comunicação social)tive aulas de Redação Jornalística com o Professor e Jornalista Júlio Ottoboni, sobre técnicas de reportagem, de como foram mudando as mais variadas formas de registro da realidade. Já no final da aula, o professor sugeriu que lêssemos "A Sangue frio", do escritor norte-americano Truman Capote, (livro-reportagem que narra um assassinato no estado do Kansa-EUA) segundo ele, o criador do conceito "New Jornalism" ou Jornalismo Literário - técnica que mescla investigação com o lirismo da literatura; fatos reais descritos de uma maneira mais profunda, sem o "objetivismo da imprensa diária".
O ambiente, os personagens, os dados são manipulados como se tivessem sendo tecidos numa ampla rede interligada, como se cada partícula contribuisse com o todo. No livro de Capote, nenhuma amarração escapa, nenhum nó de desfaz - o binômio espaço-tempo não sofre erosão.
Li duas vezes e recomendo. A crítica também elogiou a tradução de Ivan Lessa.
Aos leigos, saiu recentemente em DVD, "Capote" com Phillip Seymour Hoffman no papel principal - vencedor do Oscar- 2005 de melhor ator.
Dá para se ter uma idéia do que seja o livro e do que foi o famoso escritor e jornalista.
Mas lembrem-se: filmes passarão, livros passarinho...

Nilson Ares, poeta e jornalista.

Ronda pela Tolerância

No dia 28 de setembro,foi realizado no campus da Unicamp uma maratona de desenho chamda "Ronda Noturna". Apesar do evento ter sido de dia, o nome foi uma homenagem aos 400 anos do pintor holandês Rembrandt, tomando-lhe o nome de uma de suas telas. O evento consistiu na ação de alunos, professores, funcionários, convidados e quem mais quissesse participar, indo a diversos lugares do campus, e entrevistando/retratando funcionários, alunos, transeuntes, quem cruzasse o caminho. O tema da conversa era intolerância e preconceito, de qualquer tipo. Enquanto respondia a perguntas, o entrevistado era retratado em desenho.
Ao todo, eram 70 pessoas, em caminhos capilarizados pelo campus, ao mesmo momento, tendo aproximadamente a mesma atitude, conversando e desenhando. Reações diversas frente ao tema Preconceito e Intolerância, rostos das mais diversas expressões, conversas.
"Não, nunca vi preconceito aqui na Unicamp"
"Nossa, esse não parece comigo não"
"o preconceito por ser negro eu tiro de letra, mas tem muita colega que nunca vai ter promoção de cargo por ser lésbica"
O mérito, avalio eu, não foi nenhuma denúncia, nem dado estatístico ou quantitativo. A atitude de andar pelo campus, ouvir o Nelson, a Elizete, o Chaveiro, enquanto deixavam-se retratar, que coisa inusitada! construiu um evento especial. Estabeleceu uma relação de respeito, de carinho, de aproximação com o outro. Por algumas horas do dia 28 de setembro de 2006, no campus da Universidade Estadual de Campinas, diferentes pessoas toleraram-se, permitiram-se, conheceram-se, respeitaram-se. Há centenas de desenhos retratando-as.
Marcio Elias Santos (Cazuza? porra Hemersão, essa você desenterrou hein?)

segunda-feira, outubro 09, 2006

Xenofobia Paulistana

Xenofobia Paulistana II ( um comentário)

By Jô

Agora, diga-me meu Caro Hemerson,
Se vivemos em tempos de inclusão social, como pode alguém governar com espírito de exclusão!!Ainda mais alguém que foi escolhido pelo povo!!
Por que ele não disse isso antes das Eleições? Claro, a covardia e o caráter traiçoeiro não os permitiram!!Mas deveria parar de mentir e brincar com o País e com uma Cidade como São Paulo. Fico a me perguntar: será que político assim gosta mesmo de São Paulo ou gosta apenas do poder?
O tempo agora é de somarmos e de sermos plurais, pra tentar corrigirmos as desigualdades do passado, historicamente enraigadas na sociedade!!Por que eles não põem logo uma barreira, impedindo a entrada dos Nordestinos na capital? Claro que têm vontade, mas saibam que São Paulo é Brasil e é do do Povo do Brasil!!Os Nordestinos dignificam e integram esta Cidade!!

By Jô

Violência

Violência

Num sábado a noite no calor de uma discussão sobre a atual crise do governo brasileiro, cheguei a conclusão que sempre que vamos às urnas é para escolher nossos próximos agressores. Sinto como se os eleitos apontassem o dedo no meu nariz e dissessem: Toma sua lerda, seu dinheiro está tudo no meu bolso. Você tem dívidas? Bem feito, vai trabalhar mais sua besta!

Vocês me entendem? Confesso que após minhas conclusões chorei e percebi o quanto estão nos agredindo físico e emocionalmente. É tanto disparate que o consumo de medicamentos em farmácias de homeopatia aumentou significativamente – o rescue (um paleativo para "suportar" com mais suavidade todo e qualquer tipo de violência, tomar 4 x 10 gotas diluídas num copo cheio de fé) está no topo da lista segundo a estatística farmacêutica.

Somos violentados publicamente o tempo todo. É só olhar de olhos bem abertos para perceber que temos realidades e modelos de violência gratuitas entrando em nossas vidas através da mídia ou simplesmente vivendo-as no corre corre da vida.

O que é pior para você: A violência das guerras declaradas ou as subjetivas?
Tortura você, saber que, uma determinada violência se deu apenas pelo prazer de ser mau?

A violência acontece primeiramente dentro do coração das pessoas. Muitas vezes ela se mostra na crueldade de maltratar um filho ou algum familiar dentro de casa. Uma pessoa violenta é capaz de cometer crimes pelo instinto.

Dizem que a violência urbana é um determinante da sobrevivência, mas eu não concordo. Acho que se homens e mulheres, independentes da raça e credo usassem mais a dignidade como parâmetro para seguir em frente, talvez mobilizasse muito mais profundamente seus semelhantes.
Conheço famílias paupérrimas que jamais se deixaram contaminar pela violência para ter o que comer e vestir.

O ser humano tem fome de muitas coisas: educação, valorização, auto-estima, dignidade, trabalho, equilíbrio, informação, cultura, arte, filosofia, pensamento, reflexão, paz, inteligência, afeto, amizade, sabedoria, etc... e não é com violência que supre essa carência/deficiência. Pelo contrário, é necessário o desejo de ser uma pessoa melhor no mundo.

Os homens bomba agridem diretamente minha inteligência quando penso que poderiam estar vivendo para ajudar o planeta se livrar do ódio vazio que a humanidade está causando e produzindo a ela própria.

Acredito que nos perdemos (seres humanos).
A começar pela inversão de valores e a desvalorização da vida.
A violência contra a vida tem sido cada vez mais e gratuita.
Primeiro mata, depois vamos ver se ele tem algo pra gente roubar. Situação insustentável do ponto de vista O Sol nasceu pra todos.

Violência no trânsito também é em decorrência da insatisfação do homem. Queremos descarregar em alguém toda nossa insignificância naquele momento. E assim vai, xinga daqui, grita dali, mete bala na cabeça de um motorista nervoso, chuta um, bate no outro, etc...

Mas frente a tantas agressões e violência em geral eu acredito que a pior delas é violentar-se.

Só para terminar esse texto vou ilustrar aqui com algumas passagens do filme O Sétimo Selo de Ingmar Bergman no qual ele talvez tenha colocado todos os seus questionamentos e, alguns deles achei apropriados para esse tema partindo do ponto de vista de encontrar um motivo para tanta violência no mundo:
“O vazio é um espelho que reflete em meu rosto. Vejo minha própria imagem e sinto repugnância e medo”.
“Quero conhecimento, não fé ou presunção. A vida é um horror. Ninguém consegue conviver com a morte e na ignorância de tudo”.
“A fé é uma aflição dolorosa. É como amar alguém que está no escuro e não sai quando chama”.
“Somos pequenos e assustados em nossa ignorância”.
“As pessoas quando pensam ficam assustadas”.
“Se tudo é imperfeito neste mundo imperfeito então, o amor é perfeito... em sua imperfeição”.

Boa segunda à todos vocês!
Olhos Verdes.

domingo, outubro 08, 2006

Xenofobia Paulistana


Céu de São José dos Campos, parque Santos Dumont.


Xenofobia Paulistana.



Tive a oportunidade de ler e ouvir alguns comentários muito interessantes nesta semana que me levou a refletir sobre algumas questões.
José Serra, atual governador eleito de São Paulo, comentou que o baixo rendimento escolar de São Paulo se dá em função de imigrantes que moram no estado. Como o maior índice é de nordestino, poupo as palavras.
Outra coisa curiosa que ouvi também onde trabalho foi que Lula só recebeu os atuais votos porque os estados, novamente os nordestinos, não sabem votar e desconhecem esse grande homem: o Geraldinho, nosso menino.
Sejamos sinceros, quem reelege Paulo Maluf tem moral para quê?
O que acontece é que essa pseudoclasse média paulistana decadente ainda espera colocar este homem, atual presidente, de volta no seu lugar: na seca de onde ele nunca deveria ter saído.
Há de se fazer muitas críticas ao atual presidente, mas um pouco de seriedade em relação a questão eleitoral não faz mal a ninguém.

Nota: nada contra os paulistanos e paulistas.
By Hemerson.

sábado, outubro 07, 2006

Carona com Derrida e Benjamin

by Coronel Dentes
Nesta ultima semana, encontrei no centro da cidade um conhecido meu com quem trabalhei há alguns anos numa empresa, foi uma surpresa, pois ha muito já não via. Conversamos por um momento relembrando fatos do passado, cenas engraçadas e amenidades. Quando descobrimos que teríamos o mesmo destino ao sair de onde estávamos, aproveitando tal coincidência esse meu conhecido solicitamente me ofereceu uma carona.
Ao entrar no carro, antes mesmo da partida, este, da parte de vocês, ilustre desconhecido, faz uma revelação bombástica, disse-me que tinha feito uma belíssima aquisição naquela mesma semana. Havia instalado em seu carro o mais avançado aparelho de DVD do mercado, me dissera que eu nunca tinha visto nada igual, a qualidade da imagem e do som, e a incrível tela que girava entorno de seu próprio eixo sobre um pedestal, algo realmente, diria, assombroso!
Tão assombroso, que fiquei pensando qual a verdadeira necessidade de se ter um aparelho desse em seu carro, o caso me impactou de tal maneira que cheguei a pensar não ser mais possível dirigir sem assistir um DVD, ou o fato de assistir DVD seria melhor realizado dirigindo um carro. Parece um non sense, aparentemente não faz sentido algum, sem contar o problema que poderia ocasionar no transito.
No primeiro momento vem logo a mente a questão do feitichismo da mercadoria, a ostentação, o produto transcendendo seu valor de uso para significar muito mais do que o fim para que se destina.
Mas logo vi que não era tão somente isso, parecia que tudo aquilo era um texto que interpretávamos, era um discurso articulado sobre um determinado tema, assim como Roland Barthes identificou o discurso da relação amorosa em seu primoroso livro “Fragmentos De Um Discurso Amoroso”, é possível identificar um discurso sobre esse caso, que é o das necessidades ilimitadas e da ostentação.
Foi aí que lembrei do conceito de desconstrução de Derrida, que é a desconstrução textual da narrativa levando a outras significações do discurso, remodelando-os e inferindo novas formas para o meio. E é justamente o que ocorre, vamos arrancando pedaços de significantes e compondo um mosaico de discursos na sociedade de massa e consumo, dentro de um mesmo discurso vamos remodelando, trocando velhas necessidades por novas necessiadades e estas por novíssimas pseudo necessidades.
É um grande mosaico, uma realidade fragmentada e instável, e essa fragmentação do discurso e da linguagem leva à uma outra concepção de realidade e personalidade, sempre fundada pela vertigem da instabilidade. Essa desordem aparece para as pessoas em geral com uma ruptura na cadeia significativa de sentido gerando uma certa vertigem.
Temos então a vertigem como um agregado de significantes distintos não relacionados entre si. E isso no mais das vezes, como identificou Lacan nesses casos, se traduz numa esquizofrenia.
E um dos principais sintomas dessa esquizofrenia seria este presente perpétuo não relacionado no tempo, nos revelando como imperativo o caráter imediato dos eventos, trazendo a instantaneidade, a intensidade e o sensacionalismo dos espetáculos como a matéria prima de que nossa consciência é forjada atualmente.
Uma das figuras que conseguiram arquitetar um modelo de entendimento sobre essa consternação estão Derrida, Deleuze e Walter Benjamin, estes apresentam uma hipótese pós moderna de um relacionamento entre esquizofrenia e capitalismo, uma vez que dimensão simbólica e os significantes de nossa sociedade pos moderna (todos já devidamente alterados pelo desconstrutivismo de Derrida), estão ligados ao mesmo aparato técnico que reproduz o capitalismo, o seu processo de produção e a economia como um todo. Já que a técnica por si só já é uma portadora de significado humano e tem uma destinação histórica e cultural, conclui-se então que a sociedade produz esquizofrênicos na mesma escala com que produz shampoo, carros Ford ou DVD´s. Com a única diferença de que os esquizofrênicos não são “vendáveis”.
Por vezes, solícitos, nos deixam assistir DVD enquanto nos dão carona, ou vice versa.