segunda-feira, junho 30, 2008

Volta ao circo

Sábado. Manhã linda. Sol. Pássaros cantantes na janela. Jogo de futebol.
Fui assistir jogo de futebol, final da Copa Vanguarda, São José contra o Bragança Paulista.
Jogo lindo, a Águia começou colocando duas bolas na rede do Braga, a primeira de pênalti. Jogadas bonitas, passes bem feitos, chutes a gol vários, torcida com hino, criança gritando pedindo gol, juiz sendo xingado. Tudo que um jogo de futebol deve ter. No intervalo mais de 50 crianças em quadra num campeonato improvisado de embaixadinhas, crianças de todas as idades, numa desorganização divertida.
Segundo tempo, Braga volta com tudo e mete três gols na Águia. Torcida pasma, frio na barriga, chutões a gol, bolas desperdiçadas, passes não feitos, fominhas. Tudo estava perdido? Não, entra um tal de camisa 10 do São José e coloca ordem na casa, bate forte e colocado (CORONEL, et. al). São José faz mais dois gols e a partida fica 4x3. Calma, ainda faltam 5 minutos pro juiz apitar o final e como dizia Vicente Mateus, o jogo só acaba quando termina.
De repente, começa. Faltas de maldade. O camisa 7 do Braga enche a boca e fala na cara do jogador 10 do São José:
--Vai dar a bunda!
Repete isso, com cara de safado umas cinco vezes. Segue o lance, o juiz apita um escanteio pro São José e bum: porradaria generalizada. O banco de reserva do Braga invade o campo e começa a discutir/agredindo o camisa 10, o banco do São Jose levanta para defender, na seqüência os jogadores de linha adentram na pancadaria e por fim membros da torcida organizada invadem a quadra. São José estava em casa, nem precisa dizer que os jogadores do Bragança apanharam como criança. O 7 vai dar a bunda apanhou de quatro ao mesmo tempo, fugiu sem controle, entrou por uma portinhola e continuou apanhando, saiu depois de uns 10 minutos com cara de ovo, tomando água e fingindo nada. Nessa hora eu mesma quis ir dar uns sopapos na cara dele. Dar a bunda não se diz, amigo.
O goleiro do Braga teve nariz rachado por um gordinho faz-tudo do São José, mano a mano. Porém o mesmo gordinho, depois de tudo mais calmo, trouxe gelo e carregou a maca com o goleiro sangrando em cima.
Enquanto tudo isso acontecia, dois policias assistiam do canto VIP e nada fizeram. Depois de uns quinze minutos chegou o reforço, de bicicleta, e começou a olhar feio pra torcida. Os jogadores já estavam nos vestiários. O narrador pedia calma. Peça calma pra eles, eu fiquei sentada e nada fiz, bem que quis.
O Braga não quis voltar em quadra e terminar o jogo, faltavam três minutos e o São José com o placar de 4x3 foi declarado campeão.
Nem esperei a comemoração, fui comer espetinho de gato na porta do ginásio.
Não sou a favor de violência. Porém entendi a cabeçada do Zidane, entendi a porrada no camisa 7 e acho que posso dizer que meu Sábado foi completo: por R$ 2,00 assisti futebol, boxe e hipocrisia.

(Editado por Nelinho 10)

sexta-feira, junho 27, 2008

" Acabou Chorare e Ficou Tudo Lindo..."

Ainda pouco estive com uma amiga que me perguntou, que fotos eram aquelas de pessoas bebendo, conversando e tocando. Disse que era de uma reunião entre amigos na qual me diverti bastante e dei muita risada.

Ela me interpelou e disse enfaticamente: Isso é importante!! Isso o que, se divertir?? Rir, principalmente.

Ela transa uma idéia de Yoga, que trabalha com o riso, essa linha é de um indiano que não sei pronunciar o nome quanto menos escrever.

Fico imaginando essa coisa do riso, e o vejo como coisa séria, sendo o homem único animal que ri o riso também tem sua construção histórica. Por exemplo, para Platão o riso soava como falsidade, ironia, e afastava o homem do mundo supra sensível e da essência do belo e da perfeição platônica. O riso já tomou várias conotações durante a história e hoje apesar de todo avanço e emancipação moral e critica rimos muito pouco, se bem que já se riu menos no passado.

Se tomarmos a idade média existe certos conceitos sobre o riso que perduram até hoje, como por exemplo o fato de que Jesus possivelmente nunca tenha rido em vida, pelo menos não há registros bíblicos. Isso se explica por que o riso teria um tom profano, por que traria contigo o escárnio o qual não seria de bom tom Jesus estar ligado, pois o humor não combina com o sagrado. Já que parte da ação do humor é justamente a de contestar alguma situação.

Lembro-me de um livro lindo e tão complexo quanto, que li quando jovem, que trata justamente do riso na idade média, chama-se O Nome da Rosa, infinitamente superior ao filme. Umberto Eco, que é um semiólogo, escreveu um livro que fala sobre uma efeméride na idade média, que é uma série de assassinatos num mosteiro, escrito como se fosse um livro medieval, com uma sintaxe lógica que lembra muito a lógica Formal ou de Aristóteles.

O que não é pra menos, pois toda matriz de pensamento medieval era organizada pela igreja católica, que um dos seus grandes filósofos que hoje é santo, o São Tomaz de Aquino, foi quem reabilitou toda filosofia de Aristóteles para dar legitimidade a base epistemológica e todo pensamento medieval. Por tanto Eco utilizou da lógica formal aristotélica para escrever seu livro que trata de uma efeméride medieval. A lógica Formal pressupõem a criação do silogismo de dedução que se dá do geral para o particular, e o silogismo de indução que é a do particular para o geral, a mesma lógica que ainda é usada em certos casos na nossa ciência moderna.

Mas não é só isso, Aristóteles teria também escrito um livro em que, diferentemente de Platão, advoga o caráter benéfico do riso, próprio de espíritos livres e com aura artística. O que a idade média não poderia conceber, já que pela igreja temos que estar sempre contritos e nos penitenciando neste vale de lágrimas para alcançar o paraíso, e o riso não só depõem contra isso como nos faz perder o medo do inferno. Por tanto este livro de Aristóteles teria que ser extirpado da base filosófica que serviu à matriz aristotélica-tomista da idade média.

E não é que Eco magistralmente em O Nome da Rosa, escreveu uma ficção em que os Monges dentro de um mosteiro morriam tentando descobrir a onde estava, dentro de uma biblioteca infinita, o livro escrito por Aristóteles sobre o Riso.

Na historia da filosofia não há consenso de que este livro realmente tenha existido, hipótese mais provável é que o livro tenha se queimado em dos incêndios da biblioteca de Alexandria. Ou que a igreja tenha dado um sumiço nele.

Mas para se utilizar de uma máxima corrente na ciência moderna e que é pura lógica Formal aristotélica: “A ausência de evidência não se traduz necessariamente em evidência de ausência” . Ou seja, o fato de não ter sido encontrado não quer dizer que o livro não tenha existido ou que ainda exista, talvez deva estar em alguma biblioteca infinita de um mosteiro guardada por um monge cego chamado Jorge. Referência a Borges é pouca.

quinta-feira, junho 26, 2008

Velho Chico



Mais velho que qualquer chico

Mais velho que qualquer nome

Mais velho que dar nome às coisas





terça-feira, junho 24, 2008

Novos paradigmas do conhecimento

Tenho observado algumas mudanças na maneira de como as gerações futuras irão apreender o conhecimento e penso será totalmente diferente de nossa geração, aos menos em relação a minha. Por exemplo, no campo de atuação de meu conhecimento tenho vislumbrado com grandes idéias de alguns professores de filosofia que hoje gratuitamente e com boa qualidade transmite discussões pertinentes a área com vídeos disponíveis no youtube e criando um canal aberto onde é transmitido ao vivo de sua casa coms discussões de alto nivel, aqui falo do Professor Paulo Guirardelli que inclusive já comentei com alguns amigos.
Outro dia, estava a procurar algo sobre a filosofia na Idade média e encontro outro camarada, Tiago Menta, mandando bem com propriedade sobre Agostinho e Tomas de Aquino, coisa que não é tão simples para falar em frente a tela.
A universidade Unisinos tem um trabalho onde traz doutores em assuntos diversos em uma banca para discussões sobre arte , filosofia , política e outros assuntos.Aliás está banca estava sendo intermediada pela bela Márcia Tiburi.
Não quero dizer que o alunado dispensará o livro, mas não será talvez o principal acessório e muito menos a escola como conhecemos hoje.
Mas o bacana nisso tudo é que não precisamos mais ficar escravos de apenas alguns meios de comunicação, aliás, nos podemos ser o meio e interferir nele com propriedade, desde de que arregacemos as mangas.
Penso que o educador do futuro deverá ser aquele que indicará o caminho ao aluno. Ele tem propriedade de olhar na parafernália da net e indicar o relevante para o alunado chegar ao seu objetivo.
Abaixo coloco o endereço das pessoas citadas para que vocês, caso queiram, façam uma análise .

http://portal.filosofia.pro.br/ este é do Paulo Guirardelli

http://www.tiagomenta.blogspot.com/

http://www.humanas.unisinos.br/info/filoweb/


Hemerson

domingo, junho 22, 2008

"Tempo ao Tempo"


Neste domingo amargo
Pedi "tempo" ao tempo


Estendi minha mão
De sorriso guardado no silêncio


Pedi com fé
Com resignação...


Pedi para que ele passe
Agora, amanhã e depois


Pedi apenas que passe
Para que eu aceite
Para que eu veja
Para que eu entenda que foi bom...

Deixar de ser "dois".


Nilson Ares
Imagem: Persistência da Memória / Salvador Dalí

sábado, junho 21, 2008

II Congresso de Filosofia em São Thomé das Letras (MG)

Informativo:

II Congresso de Filosofia em São Thomé das Letras (MG)
Tema central: "Os caminhos da Ética na construção do humano: a utopia do encontro com o outro"
Dia 16 de julho (quarta-feira) abertura oficial do II Congresso de Filosofia em São Thomé das Letras
Horário: 19h00
Local: Gnomos Pizza Bar
Endereço: Plínio Pedro Martins, n° 26, centro.
Dias 17, 18, 19 e 20 de julho de 2008
Palestras, Comunicados e Eventos Culturais
Horário: a partir das 09h00
Local: Centro Múltiplo de Eventos da Prefeitura Municipal de São Thomé das Letras
endereço: Av. Intendente Tomé Mendes Peixoto, s/nº - Centro (entre a rodoviária e o estádio municipal)
Mais informações: www.filostl.com
Comunidade no orkut:http://www.orkut.com/community.aspx?cmm=17239072
Realização: Delphos - Centro de Estudos Filosóficos
delphosfilosofia@hotmail.com

quinta-feira, junho 19, 2008

Feliz Aniversário


Sei que esta no final do dia, mas não podia ter deixado essa data passar em branco;;,


E como disse o apresentador José Paulo de Andrade hoje cedinho no seu progama, o "pulo do gato" da Band...


"Tudo que é do Chico é bão..."


Endosso.


Foto: PubliFolha

quarta-feira, junho 18, 2008

O caso do cabelo

Começo com duas afirmações: todo mundo pode se transformar num psicopata, até você. Não existe livre arbítrio, existem reações hormonais.
Estou falando de amor, paixão, libido, sexo e afins.
Conheço pessoas extremamente normais, ou eram, acordavam e labutavam, conversavam, viviam num mundo socialmente aceito por todos. Até que...
D era uma menina linda, olhos vivos, cabelo que brilhavam a luz do sol e da lua, inteligente, fazia amigos com facilidade e tinha amigos que a adoravam. Até que um dia conversou até de madrugada com G, começou aí uma paixão louca. Eu não conseguia mais encontrar D, ela sempre estava trancada no quarto com G. Quando os dois estavam conosco, eram só deles, de mais ninguém, riam de suas próprias piadas e riam mais ainda das piadas um do outro, era exaustivo e um tanto quanto admirável. Eu queria ter aquilo, aquela ligação, invejava a troca de olhares e carícias, admirava o fato de ela, já bonita, ter ficado sem intervenções cirúrgicas maravilhosa!
Numa bela tarde de Domingo G entrou em casa e disse a todos, morávamos em 10: acabou! Simples e claro.
Bela tarde de Domingo era aquela.
Horas mais tarde, D me liga e diz que precisa conversar.
- Estou indo aí, respondi prontamente.
- Não precisa, estou aqui na frente.
Já saí com um pouco de medo, não sei bem de que, e lá estava ela, ou o que costumava ser ela. Agora ela estava sentada na sarjeta, sem figuras de linguagem, fumando um cigarro, com se fosse o último e descabelada.
Chorava copiosamente, não conseguia falar, assim que me viu, chorou mais, acho que meu olhar entregava que e já sabia da decisão de G.
Daquele momento em diante tudo passou muito rápido. Nesse dia mesmo ela entrou, eu abri a porta, o que fazer? (segundo G, eu deveria ter deixado a porta fechada). Foi até o quarto de G com uma faca e tentou se matar. Gritava do fundo da alma que iria tirar a própria vida ali mesmo. Eu não estava no quarto, estava na sala, escutando. Senti um alívio egoísta quando a gritaria cessou.
No outro dia o telefone não parava de tocar, ninguém atendeu a pedido de G, era ela na porta querendo entrar. Foi embora. Passados quinze minutos o telefone toca e um desconhecido chama por mim, me explica que tem uma moça na casa dele, acabará de bater o carro, foi reto numa curva, estava bem, mas pedia por mim. Fui até lá, em pânico, entrei na casa do desconhecido e lá estava ela, um trapo de gente, suja, sentada na cozinha de alguém que ela nunca virá, chorando, o rosto estava coberto pelos cabelos, numa pasta de lágrimas e catarro líquido, aquele que quem já chorou de amor conhece.
Noutro dia, voltando a pé pra casa, um carro, outro, não o mesmo, passa voando por uma ruazinha, mas a motorista era ela. Apertei o passo em direção a minha casa, sabia que ela iria pra lá e mais uma vez em pânico, corri, pensando em Roma.
Nesse dia ela conseguiu falar, ter uma dita linha de raciocínio, me explicou porque G tinha que voltar pra ela. Fiquei calada, escutando. Não tinha o que dizer, nada do que ela falava justificava tudo aquilo, mas eu entendi seu desespero, apenas lhe dei um rolo de papel higiênico e passava a mão nos cabelos dela, tão lindos um dia, hoje sujos e embaraçados.
D trancou a faculdade e mudou de cidade, foi embora não só da vida de G, mas de todos. Mas foi embora pra cidade natal de G, e alugou um apartamento no prédio do irmão de G. Muito tempo se passou e hoje G e D são amigos novamente, mas sempre me pergunto até quando ela conseguirá segurar a fera dentro dela.
Sempre que passei perto de ser uma psicopata, me lembro do cabelo de D, mas isso é outra história.

terça-feira, junho 17, 2008

Origâmi ou diálogo do término ou tu nãoapresta

Ela não me olha nos olhos
Serve de vários guardanapos
Diz que tem mágoa de mim
Formata um pássaro
Traga a taça de vinho
Diz não me reconhecer
Cria um avião. Joga na lixeira.
Outro guardanapo
Um trago d'agua
Que faço aqui ao seu lado?
Você não vale nada
Modela um coração
Joga na lixeira
- Esse é nosso ultimo encontro
Garçom a conta por favor,
Hoje você paga.

segunda-feira, junho 16, 2008

Aterro Sanitário em São José dos Campos – Uma decisão a ser contestada – Primeira Parte




Sei que já é batido mas quase que não consigo pensar em outra coisa nos últimos tempos. Toda unanimidade é burra! Essa paráfrase(sei lá se isso é válido) está bem atual em nossa piraquara e bucólica São José dos Campos. Aproveitando a “vibe”deixada aqui por nobre companheiro, vejo que somente podemos fazer do blog algo realmente válido se fluirmos entre os hiperlinks de nossos escritos com as coisas que nos circundam aqui por estas terras. E aqui está rolando uma unanimidade que já superou o partidarismo e está caindo para o absurdo. Em terra de cego quem tem um olho é caolho mesmo...na busca de elucidar um pouco mais sobre um dos principais assuntos daqui, decidi fazer um texto quase que jornalístico, coisa que não havia tentado até então. Pretensão esta vem de correr em meu sangue um pouco de jornalista. Levo meu nome Samuel, pois meu pai gostava muito de um jornalista gaúcho de sobrenome Wainer e minha carríssima hermana já está nessa profissionalmente há um bom tempo.

Nossos restos, nossos restos mortais estão bem embaladinhos em sacos plásticos de supermercado, assim como presentes bem guardados às gerações futuras aterrados abaixo de nossos olhos. Proceder com esta destinação tem sido a principal solução para os resíduos orgânicos em São José dos Campos e em outras cidades brasileiras. Como a vida útil do aterro sanitário joselito no bairro do Torrão de Ouro na divisa entre zona leste e sul vai até meados de Dezembro deste ano, uma nova concepção para nossos resíduos orgânicos é premente. Qual a estratégia e solução até então? Para eles a solução mais viável e que demandou menos esforços é a ampliação do aterro no Torrão, alegando que é a única desapropriação possível, tendo em vista que na cidade de São José não há áreas para desapropriação e que outro aterro sanitário fosse concebido, mesmo que hoje possa se lançar mão de soluções técnicas que mitigariam consideravelmente o impacto desses resíduos em nosso ambiente. É claro que existe local passível de desapropriação, mas o que não existe é vontade política para o desenvolvimento de alternativas sustentáveis defendidas por este aqui atrás da tela.
As alternativas tecnológicas para a destinação dos resíduos orgânicos são relativamente simples e deveriam ser analisadas com mais afinco e não com o desdém percebido, este típico dos soberbos que não discutem o que “podem” decidir entre eles mesmos. Somente como lembrança, o empreendedor que pleiteou ampliação neste caso do aterro é a Urbam, autarquia presidida pelo primo do prefeito. Até imagino a conversa se houvessem grampeado o telefone ou se eu fosse uma mosca (no kibe) : Está tudo em casa brima, vamos resolver ao nosso modo, dá um jeitinho naquela ralézinha lá, não tem mais lugar no Mariana? E o santa inês 3? Coloca eles numa fila de casa qualquer aí.... Aí a gente licita aquele outro amigão nosso para o EIA-RIMA, começa a ampliação e larga a bomba para quem for prefeito daqui há uns 18 anos....o único problema pode ser a audiência pública, essa aí pode melar o esquema e aí a gente vai ter que pensar e carregar o ônus para o nosso próximo mandato que já está arranjado...Entenderam? Não. Estive na audiência pública no dia 19 de maio e posso esclarecer o que significa melar neste caso.
No caso de obras com considerável impacto sobre nosso ambiente é necessário um prévio estudo das interrelações do empreedimento preterido com o ambiente sócio-político-espacial-cultural-ambiental, estudo esse contratado pelo empreendedor e que dá origem ao RIMA - relatório de impacto no meio ambiente. A parte mais delicada para a aprovação do projeto é a audiência pública, onde a participação da sociedade organizada e dos interessados é fundamental e pode inviabillizar a continuidade do projeto (melar) se houver alguma incompatibilidade e desconfiança no RIMA e nas discussões na audiência. Geralmente o ministério público ou o próprio representante do orgão licitador ( neste caso o estado) promove a interdição da audiência quando percebe a maracutaia privatista e cumpridora de tabela. Não saí de lá há tempo de acompanhar o desfecho, pois, lá se foi 4 horas e ainda parecia longe de se acabar a audiência. Aparentemente o promotor e o membro do Consema não proferiram que seria necessário outro estudo, porém, muitas coisas ficaram mal esclarecidas e foram empurradas goela abaixo pela tucanada presente. Quando falam de meio ambiente no censo comum, geralmente se esquecem de inserir as pessoas no contexto, o fator antrópico é decisivo para os recentes impactos e mudanças ambientais assistidos pelo mundo todo, assim como também as soluções e alternativas para driblarmos o problema.
As comunidades do Torrão de Ouro, Bosque, Portugal, Estoril que estavam presentes não engoliram. Era o povo que sente o fedor dos gases gerados do pulular das bactérias anaeróbias na deterioração da matéria orgânica e relegam a estes gases parte de seus problemas de saúde e o povo que será jogado em qualquer canto da zona leste ou norte longe dos olhos claros da classe favorecida pela unanimidade presente no poder de nossa cidade. Havia também docentes de renome, ongs, pelegos da urbam que ganharam hora extra para lotar a tribuna, líderes religiosos e comunitários, burgueses imobiliários, partidos e associações, políticos de várias frentes e eu.

Na contra-mão deste processo, uma das alternativas seria desapropriar outra área para análise de viabilidade do empreendimento em alguma das outras regiões de nossa cidade. Para esta nova área deveria ser repensado o fato de apenas enterrar os resíduos orgânicos e voltarem a utilizar a compostagem como método de deterioração da matéria orgânica. Além do mais, a área poderia ser destinada inteiramente para isso, de modo a se fazer captação direta dos gases gerados no processo (podendo ser direcionado para fins energéticos) alocaríamos mais recursos obtidos através da adicionalidade comprovada na mitigação de gases do efeito estufa através de projeto de MDL.
É claro que há pormenores para se escolher estas áreas. A zona norte, notória pelos mananciais que abastecem a cidade seria a alternativa mais trabalhosa, demandando estudos ambientais mais aprofundados, tendo em vista o risco em contaminar nossos lençóis freáticos, as várzeas do Paraíba e de seus principais afluentes, o acesso (sem ainda poder contar com a via norte) e sua localização longínqua com relação aos maiores fluxos de resíduos pela cidade. A outra parte da leste, está dedicada à esconder dos olhos as mazelas da população menos favorecida, que se amontoa nas adjacências da linha 204 – Novo Horizonte quando quer vir à “Cidade”. Na zona sul que se expandiu muito aquém do imaginado, praticamente sem planejamento urbano (como a leste) não há onde se pensar aterro sanitário longe das pessoas e na região das colinas/centro-oeste é impensável um empreendimento deste porte, sendo que eles, os amigos e os amigos dos amigos estão morando lá e em suas adjacências. Termino aqui a primeira parte...
Saudações.
Samuel Farias






quinta-feira, junho 12, 2008

Mais uma pisada do Frei Maynardi

Caros leitores,

desculpem-me, a culpa foi do Coronel e também minha de permitir sua volta, o que fazer.
Maynardi , você comentar com propriedade o futebol até é aceitável , mas você comentar com olhar de São Paulino este é o teu problema. Salivei para colocar algo debochando do São Paulo quando no finalzinho perderam para o fluminense do Rio , mas mantive a classe , afinal o blog não foi feito para isso, pelos menos esse. Você criou um blog de futebol, cadê ele? Lá é o lugar para você fazer seus comentários de segunda categoria.
O que você persegue no Felipe?Ele tem duas características que você odeia , apesar de não assumir: é preto e baiano e por isso você gosta de o chamar de negrolipe, coisa criada por você e por seu espírito etnicopaulistano.
Este blog é democrático, mas na democracia existe uma maioria que decide e por mim você tem passado dos limites do permissível com esse espírito de "Carecas do ABC".
Caros, peços-lhes que percam um pouco do precioso tempo e compare os textos futebolísticos escrito aqui por mim e pelo senhor Maynardi e vejam que não estou mentindo.Em meu texto trato de uma questão política no futebol , genérica , não como é feito pelo jornal O Lance semanalmente.
Frei Maynardi caso queira falar de futebol como você deseja volte com teu blog que colocarei o link aqui e quem quiser vai lá ver.
Sinceramente pensei que você fosse falar da questão do envolvimento da Nike dentro da escalação da seleção brasileira ou o por que do Dunga se temos tantos outros melhores e você vem com um textinho desse , me poupe companheiro.
Tem outra coisa fundamental a ser comentada , que futebol se faz de glórias e derrotas e devemos ensinar nosso filhos que isso é importante, caso contrário, eles pensarão naquela história de espírito empreendedor, educação empreendedora e acabarão lendo texto do Maynardi na veja e tendo como livro predileto o clássico " Quem mexeu no meu Queijo".

Hemerson

quarta-feira, junho 11, 2008

Coluna Extraordinaria - Copa do Brasil 2008


Texto retirado desse Blog a pedido de Fidel Ca...me desculpem, Hémerson Vieira , Presidente Biônico e Ditatorial do Espaço.
PS: Aos admiradores da minha escrita mantenho como homenagem a foto desse lamentavél atleta de futebol que ao zombar de seus companheiros de clube nos ultimos meses, engoliu do pior veneno possivel nessa semana, mostrando que um goleiro, nem que faça gols também além de defesas, nunca vai ganhar um titulo sem espiríto de grupo.
Atenciosamente.
Frei

Até que a filosofia de bar nos separe

Homens, o que dizer deles que não pareça feminista demais ou machista demais? A verdade.
Outro dia um velho amigo e eu sentamos num bar, papo solto, ele irá se casar em breve, dali uma semana, perguntei: mas você é feliz com ela? A resposta veio sem pensar:
- Depois de tanto tempo era o que tinha que ser feito.
Como assim? Ele me explicou que sente a idade, que o amor não existe, que não tem mais idade para baladas ou até mesmo para começar tudo de novo.
Outro amigo, vai se casar no final do ano. Já um pouco desiludida, repeti a pergunta. Respondeu-me com um sorriso que era não apenas feliz, mas muito feliz, está fazendo o correto para a felicidade própria, não se imagina em outro lugar senão ao lado da noiva. Fiquei mais que feliz, ainda existe felicidade a dois nesse mundo.
Porém, depois de algumas cervejas, uma morena dançava perto de nós. Aí a revelação da real natureza humana. Não aconteceu nada, mas na cabeça do meu amigo Kama Sutra foi revisto. Disse-me num tom tão cafajeste que me lembrou Nelson Rodrigues: queria come-la no meio da pista de dança. A futura esposa dele nem imagina quem ele é.
Antes desse dia, saí com outro amigo e sua esposa, casados há alguns anos, rimos muito, tomamos pouco, sintonia total. Lá pela madrugada a esposa embala num papo com uma fulana, meu amigo então chega perto de mim e confessa:
- Acho que vou largar minha mulher.
Como assim de novo? Por que? Vocês parecem tão felizes, aliais, no começo vocês brigavam tanto e de tempos pra cá é só felicidade. Ele me explicou que na verdade teve que viajar sozinho a trabalho e a sensação de ser sozinho, da liberdade tinha o deixado embriagado.
Resolvi escrever porque ontem tive a revelação final. Saí com outro amigo casado, feliz, com filhos e amando. Mas me confessou, não esqueceu uma antiga paixão e pra completar, o ciúme da mulher que antes não era ciumenta diminui cada vez mais à vontade de ser casado.
Cheguei na idade que antes eu lia a respeito e agora, sem ter noção, sem sentir, mas com essas histórias percebi que realmente cheguei. E com isso me pergunto se eu vou ter coragem de me casar e se existe casamento com amor. Casamento não a cerimônia, porque na cerimônia todos se amam, os dias seguintes que me intrigam.
Continuo com minhas investigações sobre a verdadeira natureza humana, mas de uma coisa eu já sei, tenho muito pra aprender sobre a vida, o universo e o casamento.
Maria, Simplesmente

terça-feira, junho 10, 2008

O fim do futebol ou uma mudança de paradigma


Nos idos dos anos 80 comenta-se que o Brasil teve a melhor seleção de futebol que não ganhou uma copa, aliás , treinada pelo genial Tele Santana que odiava que seus jogadores batessem em seus oponentes. Nesta época tinha 11 anos , entretanto, me lembro como se fosse ontem.
Outro fato que me recordo são os jogadores que eram referência em seus clubes, aqui não sei a data exata e meu amigo Frei que domina bem esse assunto , pode comentar e complementar em seus comentários ou num novo texto, mas vamos lá.
Do corinthians, meu time do coração, lembro de alguns : Vladimir , que até onde me lembro só jogou no corinthians; Valdir Perez grande goleiro do São Paulo e da seleção brasileira e do mesmo time o grande zagueiro Oscar. Do Palmeiras um tal de Jorginho que não ganhou título , entretanto , foi um grande craque , além do glorioso Luiz Pereira. Do Santos minha mémoria falha, mas me lembro do Serginho chulapa que deu ao Santos o último título até que viesse a era Robinho, apesar de ter jogado muito no São Paulo.
Bem, alguns talvez me perguntem, qual o motivo de tantas reminiscências. Me parece que os clubes perderam os jogadores de referência, aqueles que tinham paixão pelo clube e os representavam.
Nem mesmos os jogadores podem fazer a escolha de ficar, pois ele enquanto mercadoria precisam render finanças aos clubes de futebol e aos seus empresários e também a eles mesmos.
Há dois ídolos que representam bem suas torcidas hoje: o goleiro Rogério Ceni do São Paulo que orgulhosamente chegou a negar a seleção por alguns jogos importantes do São Paulo e isto confesso achei genial, apesar de lhe achar um "merchanceni"; outra figura mais importante ainda o goleiro Marcos que além de referência para o clube e a torcida do Palmeiras é também um sujeito amado até pelos adversários que vêem nele uma espécie de boleiro em extinção, tanto que recebeu muitas cartas de torcedores do grande rival Corinthians quando esteve hospitalizado.
Quanto tempo um jogador permanece em um clube hoje? Bem, o necessário para que ele ganhe representatividade , crie a imagem necessária e o negocie. Como uma mercadoria que precisa de propagandas , os jogadores sonham sair dos clubes sem expressão para ir para os chamados clubes grandes para ficarem na vitrina e depois serem negociados ao mercado europeu.
A referência do craque está na Europa. Ela não está mais nos clubes brasileiros e se estão é temporário, pois lugar de craque não é no Brasil, aqui no máximo é a preparação.

Hemerson.


segunda-feira, junho 02, 2008

Depois do Bi

Ontem 1º de junho comemorou o bi centenário da imprensa no Brasil, há exatamente duzentos anos logo após a chegada da corte portuguesa ao Brasil, deu-se inicio a primeira impressão de um veiculo de informação, que prestava a difusão dos despachos do paço joanino fazendo valer as publicações de leis.

Este primeiro jornal era impresso na Inglaterra, não só por que não existia nenhum parque tipográfico no Brasil, mas também pelos mesmos motivos óbvios que fizeram a esquadra da marinha inglesa promover a fuga da corte portuguesa para o Brasil.

Ao tomar conta deste fato fiquei mais uma vez intrigado com a construção histórica da veiculação da informação,e sobretudo da escrita. E qual o esforço do estado joanino no Brasil de torná-la universal, mas mantendo controle sobre essa universalidade.

Isso ocorreu não só com o estado, mas também com as religiões, se percebermos a maioria das religiões que se lançam na pretensa e obstinada tarefa da universalidade têm um livro revelado, que necessariamente no seus primórdios se apoiou na revolução gutenberguiana para que qualquer um que queira praticá-la possa estar na França, EUA ou Brasil, obviamente se valendo da tecnologia lingüística da tradução.

O que não ocorre se caso o meu prezado leitor quisesse praticar uma religião Tamoio ou Yanomami, pois essas religiões não se apóiam em textos escritos mas sim em manifestações contextuais e locais, obrigando o leitor a fazer uma imersão na cultura e na localidade em que se encontra. O que torna a cultura indígena especialmente frágil, e a universalização promovida pela escrita predatória. Isso eu disse em uma aula na semana passada, mas acho que meus alunos não entenderam muito bem.

Em sociedades tribais que não desenvolveram a escrita, as técnicas de memória estava relacionadas a oralidade, ao ritmo, a narrativa, na dança, na musica e no corpo. Mas a pretensa universalidade da escrita possibilitou uma emancipação critica do homem tendo sempre a mão objetividade e o arcabouço teórico universal.

E hoje que Gutenberg já se foi, a imprensa joanina é bicentenária, vejo o que temos feito da palavra escrita dentro de narrativas que não têm mais como suporte o ritmo e corpo da sociedades tribais e nem os tipos de Gutenberg, mas sim a hipertextualidade do ciberespaço.

Como já havia dito para o Farias, Pierre Lévy reconhece a cibercultura como um único espaço propicio para uma nova contra cultura, nos moldes de 68, que hoje faz 40 anos. De certo modo concordo com ele, o que fazemos aqui, neste blog, pode-se considerar contra cultura.

Entendo que isso deva servir de premissa para nossos escritos, e tomando o mote do maio francês, Sejamos incendiários sempre!!

domingo, junho 01, 2008

Alma Corsária

Não. Confesso que não foi muito difícil. Tive com os armadores, e quanto pude ver já havia ganhado o convés, o velame diáfano inflado, como véu fino tramado de cânhamo acelerava a luz, a nau ganhava os espaços, a luz, e sua aceleração inaudita parava na trama do cânhamo e caia sobre meu corpo deitado no convés fazendo a alma naval e corsária. Sentia uma sensação cálida, confortável de quem navega em baixas latitudes.

Em alguns momentos a luz rompia a trama do cânhamo e abria uns buracos no velame, cujas formas pareciam mapas que representavam territórios já vistos, mas os mapas são só uma representação, uma semiotização do espaço, por isso então a deliciosa sensação de desterro ainda continuava.

Essa sensação desapareceu quando desses mesmos buracos que a luz provocou no velame, vinham imagens e vozes de pessoas conhecidas; o meu quintal, o meu quarto a goiabeira. E de repente a sensação outrora cálida e confortável das baixas latitudes se transformou em gélida e desesperadora, típico dos que navegam nas altas latitudes.

Foi nesse momento que o buraco aberto no velame aumentou de súbito e assustadoramente, e pude ver por ele a janela do meu quarto aberta e batendo, deixando aquele ventinho dessa tarde de domingo pegar em meu peito, acordei e fechei a janela corrrendo!

Preciso dizer que não consigo ver os meus sonos dominicais sem sonhos, seria muita indiferença da minha parte. Sobretudo após um virado de vagem com miúdo de frango, três cervejas, quatro Jurubeba Leão do Norte respectivamente acrescentada com uma rasinha de Amélia, a bico azul.

Não, um sono sem sonhos é muita indiferença para mim!

A questão indígena no Brasil - Parte II

Depois do Reverso, do TCAS e da Pista sem Grooving...Arco e Flecha!


Essa Foto ai são de índios isolados no Acre que ao verem um "passáro gigante" sobrevoar a floresta, meteram flecha nele.
Na verdade era um monomotor da FUNAI identificando tribos sem contato algum(!) com pessoas civilizadas da cidade. Tudo isso talvez baseado na minha idéia da coluna ali de baixo onde espetacularmente dou as deixas governamentais aos orgãos cabíveis das atitudes para a socialização e integralização dos índios a sociedade e a seu direitos e obrigações.
Acredito que algum correligionario integrante daqui do espaço tenha passado isso a algum colega do governo ou mesmo da FUNAI. Acho que foi o Farinha ou o Sarsa.
Mas amigos, imagina se essa porra desse avião cai? Seria por causa das flechadas?
Pilotos Americanos voariam ali com seus 737-700 da United recheados de gringos?
Esqueçam Reverso,TCAS, Grooving, Hotel do maior dono de zona de São Paulo, esse avião seria derrubado por flechadas indigenas!
Então gente, vamos pensar com carinho o caso da socialização indigena, ou logo eles serão responsabilizados por tragédias maiores.
PS: Aguardo desde ja, colunas de colegas a respeito das condições dos indíos no Brasil.