terça-feira, março 06, 2007

Heráclito e Parmênides

Parece-me que volta à tona a questão do movimento como essência do mundo. Essa idéia do pré-socrático Heraclito encantou-me quando nas aulas de filosofia o movimento constante era arqué ( princípio de tudo), pois pela força dos contrários temos a vida e a morte, a semente e a arvoré, o quente e o frio o por aí vai.
Acontece que este movimento que ocorre na tecnologia assusta demais quando a antítese é tão rápida perante a tese que o movimento é quase imperceptível.
Vejamos a evolução pela qual passamos nos últimos 30 anos . Peguemos um objeto físico e sua aplicação na realidade: a tv.
A tv nos anos 70 nos foi apresentada de forma surpreendente aos podermos assistir a gloriosa seleção brasileira em cores.Hoje temos uma televisão que dá menos do que 10 cm de largura de forma gigantesca que é capaz de ser conectada a um computador e fazer conference call com o mundo, aos mesmo tempo em que somos o Ronaldinho gaúcho no gramado virtual do play 03, aqui tenho meu amigo André, que apesar de pouco correr no gramado, dissem que é um craque, mas deixemos as divagações para outro momento.
O que quero pensar e trazer para colocar pulgas para coçar nossas orelhas é que o movimento é tão rápido que nosso olho parece não captar, assim como nossa mente e voltemos a concepção Parmenediana ,que o movimento é ilusório, que é uma cópia do real. "O ser é . O não ser não é.O ser não pode ser e não ser ao mesmo tempo. Ou ele é , ou não".
A velocidade atual lembra-me quando criança quando olhava para o avião no céu e parecia quase imóvel, quando a velocidade na verdade era altíssima.O movimento excessivo para nos levar ao seu contrário, pelo menos no que tange ao pensamento .Sei lá.

Fui.

Hemerson.

Um comentário:

Anônimo disse...

Caro Hemerson,

"O movimento está para o repouso, assim como o repouso está para o movimento"
Cansei de fitar - também na infância - , aviões passarem devagarinho no céu, enquanto o tempo "móbile" e "furtivo" passava depressa, deixando hoje a inpressão de que o passado é uma projeção.E que talvez não tenha existido.

Boa!

Sarsa.