A partir de agora o sol tem outro sentido.
A lua traz também, não só seu fascínio místico, mas também sua clareza.
Os laços agora começam a ser desvendados.
As mãos buscam os bolsos à procura das chaves, que abrirão algumas portas.
O espelho distorce a imagem, mas não altera o verdadeiro rosto.
A expressão já não é mais de angústia e incerteza.
O café já foi passado, e a casa agora respira seu aroma.
O cachorro esquenta meu pé com sua cabeça pesada, porém meiga.
Mas há mais abismos entre o outro (pessoas, universo, etc) e minha pessoa, agora entendo o outro, e seu que ele não me pertence, e que em qualquer momento este ou aquele irá embora, e com ele tudo que fizemos juntos.
Aliás, o que me pertence? O que nos pertence?
O que existiu naquele momento foi nosso. Único, intenso, desesperador, angustiante, porém nosso.
O passado existiu, o futuro quem sabe existirá, mas existimos no presente momento, isso é o que importa.
Cada dia rompemos com o mundo e todos suas coisas, decretamos vários lutos dia após dia, para como a Fênix, ressurgir quem sabe das cinzas.
O ser que carrega (ou por algum motivo prorroga) a dor e a realidade, um dia prestará contas do Eu para seu próprio Eu.
Então, toda representação do Eu, o palco, as luzes, e as máscaras não representarão nada mais, e o espelho precisará ser quebrado, e lá na platéia alguém sentado, no meio do espetáculo, gritará pode descer, “pois espetáculo de Domingo quem paga é a segunda feira” Vanzolini
Bom fim de semana
Abraços
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