terça-feira, dezembro 18, 2007

Esqueça as lembranças!

Como se a gente nunca tivesse se encontrado, foi assim.
Passei meu cartão no leitor da roleta, agradeci ao cobrador e te avistei lá no fundo do ônibus vazio, disfarçando seu olhar para a janela, simulando o distanciamento de quem já tinha me visto.
Nem parecia você. Um tanto mais gorda (e eu também), um tanto mais séria, de cabelos um tanto mais pintados de um negro artificial que nem reluzia ante os raios de um sol escaldante daquela fatídica tarde.
Em questão de segundos, raciocinei: "também nem vou olhar". E fui em direção ao assento do ônibus, numa frieza siberiana, com uma naturalidade de paisagem de calendário; porém me aterrorizou o fato de eu não estar de óculos escuros, para que eu pudesse dar mais originalidade ao meu gesto.
Foi que então sentei um tanto atrás de você, e um tanto de lembranças me assaltaram por um momento, talvez como os fantasmas que te assombravam, quando ainda estávamos juntos - aquelas histórias mal resolvidas que as mulheres carregam adiante e às vezes, sempre...
Mas pensei comigo: deixa pra lá, esqueça as lembranças!

Nilson Ares

5 comentários:

Anônimo disse...

Gostei muito!!!
um tiro certeiro!

Anônimo disse...

Gostei muito!!!
um tiro certeiro!

Anônimo disse...

Nossa...de cagar em pé hein....acho que ta faltando oxigenio do cerebro dessa galera do comuna...

Anônimo disse...

Nossa...de cagar em pé hein....acho que ta faltando oxigenio do cerebro dessa galera do comuna...

Anônimo disse...

para quem já encontrou alguém dentro do busão assim saca...o ex-frei, ex-bauer, ex-petista não sabe o que é andar de ônibus...