sexta-feira, dezembro 28, 2007

nossos, nós todos e a janela

Vida noturna
Aldir Blanc

Acendo um cigarro molhado de chuva até os ossos
E alguém me pede fogo - é um dos nossos
Eu sigo na chuva de mão no bolso e sorrio
Eu estou de bem comigo e isto é difícil
Eu tenho no bolso uma cartaUma estúpida esponja de pó-de-arroz
E um retrato meu e dela
Que vale muito mais do que nós dois
Eu disse ao garçom que quero que ela morra
Olho as luas gêmeas dos faróisE assobio, somos todos sós
Mas hoje eu estou de bem comigo
E isso é difícilAh, vida noturnaEu sou a borboleta mais vadia
Na doce flor da tua hipocrisia

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