segunda-feira, julho 21, 2008

Etcétera


E a comida? Veio de moto! As flores pelo telefone, aquelas mesmas, que não murcharão ante o acaso de fatos sem narrativa postos no mundo numa profusão de simultaneidade. Como de um banqueiro que foi preso agora, de um ataque especulativo internacional neste exato momento, da cura de alguma doença a poucas horas, de uma ação terrorista ao vivo, de um tufão na Ásia nesta tarde, de reféns libertados, de ameaças de guerras, da ação a distancia, da colaboração de cada um realizando ações triviais, em repetições exaustivas, que quando se vê em nada têm de aterrador porém imprescindíveis para levar a cabo as atrocidades cotidianas que parecem não fazer sentido. Pois os movimentos são elementares, mas os resultados estão na proporção Giga ou Tera para a veiculação que difunde idéias de realidade e verdade.

O que outrora fora marcado por imagens de máquinas, agora, tem a marca indelével das máquinas de imagens. Em que se sucedem flash que a memória não retém, apenas deixa passar criando um universo imagético em que a comida sempre está quente e as flores não murcham, já que não há tempo para tanto. O Futurismo que parecia uma elucubração estética do início do século passado vaticinou na contemporaneidade a maquina, a velocidade e a violência. O Presente perpétuo, um porvir de tantas realidades e futuro, telégrafo, 14 Bis, Concorde, e o cone de Mach em que nossa dimensão simbólica passará quando passar o trem Bala por aqui.

Quando passar o cigano de Macondo trazendo suas novidades para os nossos Cem Anos de Solidão, para esse lugar sem onde, e essa história sem quando, onde a multidão é hostil, o privado é claustrofóbico e a ágorafobia mora no público, onde vento é de poupa, e julgam haver alguma lanterna na proa, onde o moto é perpétuo e as crianças hiperativas, onde o imperativo é a motricidade tresloucada dos ansiosos, onde a sintaxe é a pressa quando o signo é a velocidade. Etc..

5 comentários:

Maria Angélica Davi Costa disse...

Então, até queria ler tudo mas tenho que sair agora, pois tenho respostas que precisam ser dadas imediatamente. Tudo ao mesmo tempo agora, senão não quero.
O barulho do mar irrita porque é tão natural e calmo.

Nilson Ares disse...

Como disse Gil em Parabolicamará:

"De Jangada leva uma eternidade,
De Saveiro leva uma encarnação,
De Avião o tempo de uma saudade".

E sinto saudade do tempo que dava tempo de sentir saudade!

Grande tacada, Coronel!

Anônimo disse...

My friend the text is a great. The cigarette is doing very well to you. There are mixed of the ideas in the words.

Congratulations

Mister Piqui

Anônimo disse...

antes era o ter e o ser hoje é o ter e é agora! até as crianças já fazem assim...s.farias

el Samu disse...

Me dei conta disso tudo já faz um tempo, mas quando percebi que meu notebook novo já tá meio ultrapassado fiquei assustado. Esse mundo dualcore assusta, inda mais porque é sensoriado em 12 megapixels.

"O que outrora fora marcado por imagens de máquinas, agora, tem a marca indelével das máquinas de imagens."

Inté