quinta-feira, junho 18, 2009

O fast food da informação

A vastidão de informações da Internet causa a impossibilidade da reflexão com profundidade sobre um assunto.
Se pararmos para pensar é perceptível que até nos mesmos sofremos esse ataque. Diante de obras imensas a serem lidas, optamos pelo fast food da informação. Peguemos ,por exemplo ,quando tomamos a página da UOL , gostamos de um assunto e nele clicamos e logo veremos outros hiperlinks dentro desse texto que remete a outros hiperlinks.
Não teria aqui propriedade para entender o funcionamento dessa fastidão dessas informações em nosso cérebro, mas numa percepção prática, vê-se que como uma mesa cheia de alimentos onde ao tomarmos um pouquinho de cada coisa , depois não temos uma lembrança profunda, o que aqui eu chamaria de "fast food" da informação.
Agora, vamos um pouco mais longe. Levando em consideração que em nossa infância somos tomados por aquilo que vislumbra o sensitivo sempre optaremos pelas informações que mais produções estéticas venham ter, com hiperlinks que além de contéudos tenham imagens, aqui talvez entra a importância da semiótica nessa brincadeira.
Vamos tomar como exemplo nosso blog, imagine que amanhã amanheça cor de rosa , com chamadas de letras verdes , provavelmente surtiria os mais variados comentários, fato é que, não somente o texto é o produtor principal nesse meio de comunicação, há muitas variantes que precisamos considerar.
Então é preciso que pensemos o processo de produção de conhecimento de maneira mais vasta , fato que, pouco se tem comentado em relação ao conhecimento tradicional que é passado dentro das escolas. A maior parte dos educadores que aí estão não tem o preparo mínimo que deveria ter para o que estamos a falar , o que deveria ser causa de preocupação.
Recentemente acabei de escutar um livro do Charles Dickens narrado por Paulo Betti , também vários cafés filosóficos sobre alguns filósofos por grandes Doutores da área, além de várias poesias narradas pelo Manuel Bandeira de Dummond . Essa será uma nova realidade daqui para frente .
Recente a Amazon lancou um leitor de livro mais leve e fino que um livro comum que pode acessar jornais e baixar livros para ler. Está será uma nova realidade, não poderemos ficar no saudosismo.
Há muitas coisas a falar mais , acredito que temos muito a discutir a aprofundar sobre este assunto.

Hemerson

Nota: bem legal esse vídeo com narração do Paulo Autran sobre o poema A morte do leiteiro de Drummond:

http://www.youtube.com/watch?v=yO_OrS59p9Q

2 comentários:

Alê Marques disse...

Vejamos. Concordo que passamos por uma excessiva estetização do mundo cotidiano. E que surperficialidade da informação é diretamente porporcional a dilatação volumétrica que o signo assumiu em nossa era digital. Também considero o iminete salto epistemológico necessáro e inevitávelfrente a narrativas não-lineares para um conhecimento dentro do rizoma.
Mas o livro digital...não sei não. Seria bom para quem precisa sempre estar com um monte de livros em mãos.Já pensou vc na praia com uns quatro ou cinco livros,que precisa ler para o seu mestrado,e de repente vc precisa daquele artigo e pode baixar na hora ou um jornalista,advogado, sei lá..
aí sim.
Mas se for só pra ler um livro,com a profundidade e calma como vc fala em seu post,teria que ser o bom e velho gutenberguiano livro. Sem contar o prazer de pegá-lo, sentir sua materialidade dormir com ele em cima do rosto, é insuperável!

S. Farias disse...

embora credite aos livros grande importância, creio que o que está acontecendo com nosso acesso aos celulares e notebooks em relação à informação não deve parar e a cada dia nos retém mais tempo para se "filtrar" os conteúdos que nos interessam e são muitos...de que qualquer maneira esse lance de narrativa de grandes obras pode ser um grande difusor de delas...inté