terça-feira, junho 09, 2009

A POESIA INFINITA DOS POLENS


Réginaldo Poeta Gomes lança novo livro

Voltei para casa fecundo após o evento de lançamento do mais novo livro do nosso ilustre amigo Réginaldo Poeta Gomes, “O Encontro Mágico do Pólen”; a ponto de dar uma volta pelo dicionário e saborear o significado da palavra pólen e constatar que se trata de “espécie de fina poeira que esvoaça das anteras das plantas floríferas, e cuja função é fecundar os óvulos, representando, assim, o elemento masculino da sexualidade vegetal...” (Dic. Aurélio).
Descobri também que neste esvoaçar, o processo de polinização se dá de forma indiscriminada, ou seja, acontece também entre espécies de flores distintas, afastadas uma das outras, “sem se conhecerem”, pois o fenômeno acontece pelo vento, pela água ou pelos insetos que carregam esta ilustre poeira ao visitar outras flores em busca de néctar, ou por qualquer outro motivo que o pouco conhecimento que tenho das ciências naturais não foi capaz de me esclarecer.
O contato com o livro, com o poeta paraibano, corintiano (graças a Deus) e apaixonado pela vida, realmente se confunde com este fenômeno tão sutil, mágico e transformador que é a reprodução das flores via pólen. A obra de Réginaldo nos afeta de investigações acuradas sobre um cotidiano mágico em pequenos detalhes, carregadas de inspiração ímpar, porém generosa ao extremo, porque se revela como um presente para quem lê, dado de coração e feito com amor sem excluir ninguém. Legítimo intuito do autor.
A poesia de Réginaldo nos invade de tal maneira que, se paramos a leitura, talvez tenhamos interrompido um verdadeiro orgasmo; e tudo parece que ficou pela metade, mal feito, por dizer, indefinido. Como se o tempo perdesse a identidade, ou como qualquer coisa que possa ser contrária à vontade de suas palavras: nos tornar seres humanos melhores em tudo, conscientes do valor inestimável da vida.
Também pudera! Nosso poeta / patrimônio tem a Lua só para ele; privilégio que faz com que seus olhos nunca percam de vista o lirismo intrínseco e luminoso daquela que compartilha do mesmo brilho que lhe é ofertado e refletido, para ouvir a materialização sonora da sua verve literária, para ser sua musa, sua cúmplice, sua mulher e razão de sua vida, responsável pelos bilhões de polens que espalha por onde anda, em quem conversa, sem poupar-nos de sua oferenda infinda.
Como havia dito, voltei assim para casa. Com a certeza de que viver vale a pena, de que a poesia pode ser o remédio para a alma, para restaurar um “sorriso quebrado”, para recolher e colar os cacos da vida depois de uma paixão espatifada; ou para simplesmente observar a avenida agitada, aquelas pessoas apressadas que não se dão conta de que precisam de polens, os mesmos que numa simbiose perfeita se misturam e se originam da poesia deste ser humano lindo, deste menino iluminado: nosso Réginaldo Poeta Gomes!

Nilson Ares

6 comentários:

Alê Marques disse...

Concordo plenamente sem mesmo ter lido tal obra. Ando cada vez mais convecido da força libertária do belo, que na ausência do mesmo, só a putaria para proporcionar tal transcendência. Muitos são os anseios do coração do homem, mas alguns deixam prevalecer o propósito do Senhor que a mim me confiou, pela minha alma de artista, a possibilidade de não me salvar e deixar-me perder pela arte. E Por essa criatura, que faz de mim seu encosto, o seu cavalo - a putaria rococó, barroca, daquelas bem carregadas de detalhes. "Tenho alma de artista e tremores nas mãos" A arte é a minha liturgia, e de minhas criaturas também, que sussuram a noite a homilia daqueles fruem e usofruem tal encosto. Sim, vida pode fazer sentido. Salve Reginal e todos os poetas!!!

Marcio disse...

que beleza! pela verve do seu texto dá pra imaginar como o barato foi forte. mandou bem!

Anônimo disse...

Tenho vontade de conhecer melhor esta obra deste sujeito que minha amiga Jocenice , grande poeta também, sempre elogiou e também comentou como grande pessoa.
Colocarei logo que puder uma narração de uma cronica do Bandeira comentado sobre a poesia e sua profundidade.

Abraço a todos

Anônimo disse...

Mescalina, cacto mexicano e afins.

Realmente a luz é forte.

S. Farias disse...

salve sarsa e sua volta, inspirado pela poesia dos poucos que aqui nesta terra ainda permanece semeando palavras ao sabor dos ventos...

Anônimo disse...

cade a enxada?