ATIVISMO RELIGIOSO

A obra de William Blake retrata Deus com seu compasso, do céu, redesenhando o "mundo das religiões". (Pintura e Pensamento - Inglaterra - [1757 - 1827])

O desdobramento da religiosidade contemporânea sinaliza o crescimento de uma espécie de ativismo religioso, em que judeus fundamentalistas, nacionalistas hindus, evangélicos cristãos na América Latina e radicais muçulmanos militam por crenças fundamentalistas pautadas em mudanças na sociedade, a qual se contrapõe em seus sistemas de representações esgrimindo uma às outras com suas distinções maniqueístas.
O inflamar desse embate ideológico leva as religiões a um conflito social, primeiramente de ordem local, podendo então ressonar em grandes cruzadas.
Diante da barbárie social e política, o ativismo religioso insere no centro da sua retórica propostas de ascensão social legitimadas na manutenção do status quo; formando redes de relações de trabalho, incluindo os grupos mais pobres e os racialmente excluídos, criando assim uma mutualidade grupal, contudo, não sincrética.
O Islamismo é a religião que mais cresce no planeta, com mais de 1,3 bilhão de fiéis possui também um adepto para cada cinco pessoas no mundo, e 70% dos intelectuais que se convertem a uma crença, escolhem o islamismo.
Ao que se deve essa expansão mágica Maometana?
Esse crescimento se dá devido ao sentimento que perpassa qualquer distinção de raça e cultura, ou seja, a nação Islã permite que seu adepto não sucumba sua própria identidade, ligando-o a um espírito pertencente de uma só comunidade universal.
A variante que indica maior preocupação com a expansão do Islamismo, é a sua ortodoxia difundida em algumas regiões do globo.
Segundo a CIA, daqui a uma década, o Islamismo radical poderá causar no mundo conflitos entre grupos étnicos e nacionais diferentes, redesenhando o mundo hegemônico das religiões. A propósito, esse vulto religioso revisita a história com o objetivo de sedimentar poderes transfronteiriços, disseminando uma crença ativista tomada por um sentimento coletivo, deixando vestígios de que a pretensão do mundo muçulmano é estar novamente integrado à economia mundial.

por Fabiano Baldi