segunda-feira, agosto 17, 2009

Política Cultural Moderna

Surgiu ou emergiu nos tempos em que alguns teóricos por razões intelectuais, culturais e ideológicas, que não se pretende aqui discutir, a denominação da linha temporal de pós-moderna, ou seja, de pós-modernidade, que acopla em si, uma força capaz de subverter ou enfraquecer todo um enlace cultural, emanador de concepções, posicionamentos e que tem efeito, principalmente na ação de construção de uma realidade objetiva, cujo ressonar abala profundamente a subjetividade de um grupo. Dito isto em virtude d’uma prática cultural, intitulada desta maneira arbitrariamente, em razão do seu teor altamente nocivo para a confecção do Narciso Socioespacial. Observada essa elucidação prévia, cabe pensar alguns efeitos interessantes da Política Cultural do Estacionamento.
Alguns teóricos tem defendido a ideia de que vivemos um período, cujo maior dos seus símbolos está justamente em não ter signos, símbolos ou característica alguma, o que significa dizer que o elemento principal, capaz de fazer um grupo distinguível encontra-se suspenso no teor de fruição, territorializado na virtualidade. Tal posicionamento não causa a “ninguém” espanto, muito pelo contrário, provoca a mais interessante ideia de liberdade, o que conduz a uma indagação, talvez até pertinente, de que tipo de liberdade algumas pessoas estão fazendo uso? _Já que cabe lembrar, que se vive hoje, um sequestro constante da subjetividade alheia. Diante dessas considerações arroladas, encontra-se a ideia central, cuja ligação é direta com a analogia que se vai fazendo com a concepção de Política Cultural do Estacionamento.
Na história das civilizações, das cidades é evidenciado que absolutamente nada é indelével ou perene, o que torna a prática cultural, ou da cultura, devendo esta ser entendida como algo passível de culto, de ser cultuada e principalmente cultivada, alguma coisa próxima da realidade mística, para que dessa forma ao menos se tente manter uma subjetividade coletiva “íntegra”, funcionando ou agindo como argamassa nas relações estabelecidas entre indivíduos de um mesmo grupo, o que se revela altamente incompatível com a Política Cultural do Estacionamento. Para que fique claro, tal política se baseia na demolição de qualquer prédio, ato, ou ação histórica, considerando ideologicamente que não há patrimônio cultural maior do que estacionamentos para veículos diversos, centro de compras ou ação financeira. Frente a esse olhar arrasador dos elementos que se propõem a esfacelar os traços culturais de um grupo e o germe responsável pela manutenção da subjetividade, cabe indagar; _ que tipo de humanidade, civilização está em processo de confecção?
Os processos estão aí, acontecendo, e a respeito disso muito pouco se pode fazer, mas ainda assim, há uma postura que pode e se deve adotar, bastando cada um, cada indivíduo, lembrando que todos são seres políticos, grupo escolher a sua e lidar da melhor maneira possível, para que se mantenha se não de toda intocada, mas ao menos, o mínimo possível fragmentada a subjetividade de cada um.

Written by Anselmo

Um comentário:

Anônimo disse...

Grande Anselmo!

Sim de fato há um sequestro, ou pior, várias alienações da subjetividade,porém, se entendi, os pos modernistas são culpados?
Pelo fato de analisarem por uma ótica mais objetiva, deixando as representações e praticas culturais de lado?

Acredito que só a tecnica nos une. Já mantemos nossas subjetividades "integras" (uma soma de verticalidades), embora às vezes somos roubados por outras cadeias de técnicas.

Todos abrem uma caixa de leite da mesma maneira no mundo?
Será que minhas praticas culturais não foram formadas por esse conjunto de técnicas, que por mais que eu pense em uma subjetividade integra, ela já foi corrompida?


Belo texto

abraços

Prata