quinta-feira, setembro 24, 2009

A sina de Genésio

Genésio ainda continua com aquele maldito habito de cuspir no chão quando fuma o maldito cigarro. Eu achava que era em função do Belmont, mas um dia lhe dei um Free, não adiantou nada. Bem, pelos menos agora, ele cospe fora do bar. O Serra lhe cortou o barato.
Ele sempre foi rudimentar. Quando criança tinha aquilo que Freud chamava prazer infantil, se melecava e delicia com a própria merda. Sua mãe, dentro da inocência que lhe cabia, comprou remédio para ver se curava tal desgosto, mas só passou quando ele tinha 06 anos e os meninos ficaram sabendo por intermédio de seu irmão que ele era um degustador de bosta e então resolveu parar.
Outra prazer infantil que ainda carrega é dar aquela cutuda no nariz e levar a boca, este prazer ele ainda não conseguiu se livrar. Não é a toa que alguns amigos ainda lhe chamam de Genésio ranhento.
Mais como tudo tem a lei da compensação, não seria Genésio um quebrador das regras. Ele sempre foi uma unanimidade na arte da construção, apesar da baixa escolaridade e trabalhava o dia inteiro para atender as necessidades de Margareth, sua bela esposa.
É difícil entender porque Margareth foi apaixonar pelo ranhento com seus hábitos peculiares, dizia ela que Genésio tinha um jeito diferente de ser. Realmente tinha e já foi dito, mas além dessas era um amante a moda antiga do tipo que ainda manda flores, como dizia na canção do Roberto.
Mas qual era então o grande dilema. Margareth tinha o calor voraz do sexo que Genésio que não dava conta. Todos que conhecem o trabalho na construção civil, a cachaça no fim do dia e tabaco, saberá como seria difícil apagar o fogo dessa fêmea.
Numa manhã, dessas de calor radiante que bate a casa dos 32 graus, Genésio saiu cedo para construção de uma obra na cidade vizinha. Margareth estendia a roupa com sua saia ala Gabriela. A garotada da rua gostava de olhá-la por entre os buracos que ficam entre vãos de blocos maus tampados, casa de ferreiro o espeto é deu pau.
João, um daqueles pentelhos que metia o olho no buraco, resolveu comprar um pastel e levar para Margareth. “Minha senhora, aqui está o pastelzinho que minha mãe pediu para lhe enviar”, e a danada respondeu, “obrigado menino, vamos entrar um pouco”.
“Filha da puta do Joãozinho”, gritava a criançada pelas arestas vazias do muro. Não é que o desgraçado vai traçar a mulher do ranhento. Eles ficaram ali parados durante meia hora e nada do Joãozinho sair de dentro.”Eu que queria estar deitado com a Margareth, levantar aqueles vestidos, tirar.....”, disse um dos moleques.
Depois de uma hora, o Joãozinho sai pela porta todo feliz olhando para o muro e dando risadas. Pensava o maldito na sua cabeça. “O melhor não é ter comido a Margareth, mas poder contar a todos, comi a mulher do pedreiro”.

Hemerson

2 comentários:

Alê Marques disse...

É, sua narrativa foi bem na linha "A Vida Como Ela È". Isso aconteceu na rua da minha casa, só que ao contrario!
O Pedreiro comeu a mulher do Pedrinho. Quando Pedrinho chegou pegou o pedreiro só no Chapisco!
É meu rapaz, como dizia Vinícius: São demais os perigos desta vida para quem tem paixão!

Nilson Ares disse...

Me lembrou um pouco Cidade de Deus não sei por quê. Imaginei o pedreiro enfurecido enterrando a mulher ao saber do adultério.