sexta-feira, janeiro 15, 2010

O Haiti é aqui



Lendo o post do comuna Samuel abaixo é impossivél esquecer por segundos que seja a dor, sofrimento e miséria que os haitianos estão passando.
Dizia o popular na rua:
-Deus é brasileiro!! Aqui não tem furacão, maremoto e nem terremoto.
-Graças a Deus!!!
Ficando nessa sexta-feira em casa, assistindo ao JN, presenciei um resgaste feito por um soldado brasileiro a uma enfermeira soterrada a mais de 50 horas. Ela apertava com força a mão do soldado e respondia suas perguntas com calma, Demonstrando como uma brava sua total perspicacia a tudo que aconteceu e uma vontade de viver tirada de não sei onde.

Tudo filmado e documentado por uma vibrante jornalista que naquele momento dignificafa todo e qualquer colega de profissão. Uma pena eu não lembrar seu nome e nem me lembrar da ultima vez que havia visto uma reportagem com os olhos molhados, o respiro embargado e uma estranha vontade de não mexer um dedo sequer do corpo tamanha diferença entre o que via e o que vivo me fazia.
Nunca fui ao Haiti. Tenho alguns conhecidos, a maioria de vista que trabalham lá. Ao que sei todos estão bem.
Lá não tem cachaça e carnaval tão famosos, mas um povo muito carente, com muita fome, miseravél mas com esperança e fé além do esquentar banco de igreja.
Lamenta-se a perda de brasileiros nessa tragédia. Não só de Zilda Arns e seu fantastico trabalho com as crianças , mas também dos bem jovens militares vale-paraibanos que construim casas, cozinhavam, lecionavam e ajudavam a dignificar cada vez mais aquele povo.
É mais um povo que assim como o de São Luiz(seria injusto dizer muito mais) precisa da nossa ajuda.
Qualquer colaboração ou iniciativa de colaboração que venha a ser iniciada pelo blog(seja de leitor, comentarista, colaborador ou o que seja), Peço que seja imediatamente comunicada, pois eu por conta propria irei a São Luiz essa semana entregar pessoalmente e desde ja aceito a colaboração de algum colega para estar lá comigo.
No caso do Haiti vou consultar conhecidos do exército de Caçapava para saber o que e como poderemos enviar pra lá.
Ja que não conseguimos organizar uma festa dos proprios comunas pelo blog, Vamos tentar nos solidarizar com esses irmãos que tiveram sua vida, casa e familia ceifadas pela catastrofe.
Termino dizendo ao popular do começo do texto que acho que Deus existe sim , mas o diabo também. E ele ta dando trabalho.
E lembro as palavras de Gil...
"Pense no Haiti, Reze pelo Haiti"
Foto : Terra

8 comentários:

PIK disse...

André,

concordo plenamente com você , mais não de haver necessidade de falar para pessoas que devem , ou pelos menos deveriam, saber o que preciso fazer mesmo dentro do anonimato.
Não penso que há necessidade do blog fazer uma chamada, vc já a fez pelo seu texto.
O que mais assusta é vivermos num mundo que se gasta um rio de dinheiro na construção de Dubai para um número reduzido de pessoas e mesmo sabendo da miséria que assola o Haiti antes mesmo da trágedia e outros países , dentre eles , nos mesmos.
Fato é que a miséria é escondida dos olhos, porque desta forma finge-se que ela não exista. Isto é um grande problema. Ninguém gosta da feiura e a miséria é feia: tem fome, sede, tristeza, choro.Há que se fazer algo de concreto e enquanto meia dúzia de pangaré é indicado ao prêmio nobel, como foi o atual presidente dos EUA, nossa falecida nos escombros no Haiti foi indicada várias vezes, não que isso fizesse diferença para ela, mas faria para o mundo conhecer pessoas que realmente trabalham no anonimato, o que é o mais bacana.
Do exercito brasileiro lá não posso falar muito, não tenho know how para isso, entretanto, de nossa Arns , essa sim sabia o que estava fazendo lá.Mas veja o acaso, se ela não viesse a falecer nem saberíamos de sua missão no Haiti. Isto que realmente é louvável e uma aula de humanismo daquele que acredito que deva ser seguido e ninguém precisa saber e para ela que era uma religiosa somente o Deus no qual ela acreditava.
Um abraço
PIK

S. Farias disse...

frase de voluntária que trabalhou 25 anos com Zilda Arns... Para se dedicar ao trabalho voluntário é necessário vocação humanista, caridade cristã e formação contínua.

Anônimo disse...

Perfeito comentário Piqui,

Se aqui no Brasil mesmo a indiferença, inclusive de nós paulistas , nos discrimina da diferente realidade do País imagine lá. Desafio qualquer um a dizer o nome de uma cidade que não Porto Principe no Haiti mesmo com 4dias de evidencia em todos telejornais.

Para encurtar:

- o premio nobel é assim como o Oscar hoje apenas uma grife.
- Conheço meninos de caçapava que ficaram 2 lá..os relatos são chocantes e extraordinários.
- e concordo que se Zilda Arns tivesse morrido de idade daqui a uns 20 anos pouco se falaria

Insisto em usarmos o comuna para um SOS Paraitinga/Haiti. Samuel conto com vc para irmos em Paraitinga durante a semana!!

Abraços

André

Anônimo disse...

Queria entender o gatilho que desencadeia essa comoção geral quase imposta.

O bicho mais egoísta se torna, por instantes, parte integrante daquilo que ele nem dava bola.

Será um agradecimento por ter ficado de fora?

Acho que é meio como adrenalina. Quando bate não existe mais cérebro, só mecânica.

É foda.

Iaz

Anônimo disse...

Bom usar codinome anonimo nesses comentários é medo de ser atingido em um debate ideológico ou na propria cara pela falta dele.

Continuo aguardando colaboradores.

André

Iaz disse...

Não é codinome não, amigo. É nome mesmo.

Debate ideológico? Como assim? Achei que tivesse falando de comportamento.

Só pra esclarecer: não é uma crítica pessoal é uma crítica à raça.

Mas a sua resposta só atesta a minha idéia. Se perdesse minha casa num incêndio você substituiria esse sentimento (raiva) por outro (compaixão).

Qual é o gatilho?

Iaz

Marcio disse...

se você olhar pelo viés da complacêncica consigo mesmo, o "gatilho" é a empatia, é o fato de pensar que você poderia estar no lugar daquela pessoa. Mas podem ser outras coisas, culpa talvez. Não vejo essas reações com tanto ceticismo assim, uma vez que elas se tranformam em ações concretas, isso é que importa. è uma atestado de que somos capazes de prestar solidariedade a alguém, não importa quem seja, e por mais que pareça o contrário, talvez ainda somos dignos de habitar esse troço.

el Samu disse...

é andrezão. o capeta tá na área...

sou a favor da ajuda, seja o que quer que façam me avisem.

valeu!