segunda-feira, julho 12, 2010

Ode ao Poetinha e aos meus amigos.

"que me desculpem as feias, mas beleza é fundamental."
vinicius de moraes
Escrever seja lá o que for, bem, com qualidade comprovada não é tarefa fácil, muito pelo contrário, tanto que se mal pesadas as medidas, o sujeito passa de poeta a esteta numa fração de segundos. Mas quando o indivíduo encontra o ponto certo entre uma especiaria e outra, entra quase que imediatamente para o hall dos grandes, dos mestres da letra e da palavra, que usam a pena como lança de São Jorge. Defendendo ideias em idas e vindas, com ferocidade e doçura.
Nesse mês de julho, um dos grandes poetas da humanidade faz trinta anos de morte. Dia fatídico aquele dia 09 de julho de 1980, que levou e calou a voz amalgamada composta por samba, macumba, jazz, poesia e bossa. Deixando órfãos milhares de filhos que amam o bom e velho cachorro engarrafado , nas suas várias formas, que apreciam as boas e belas companhias, que sentem acalento quando do abraço fraterno e honesto de um velho-novo amigo. Órfãos, quantos o são por aí, sentados às mesas de bares, nas rodas, falando alto disso e daquilo. Esse talvez seja um dos frutos deixados pelo Poetinha, filho de linhagem direta de Xangô, mas há outros também, frutos tão perenes e indeléveis quantos os mencionados. Sendo o maior deles o gosto pela vida e pela existência feminina.
Savará e obrigado, é o que deve ser dito em sua memória, agradecimentos à sua obra escrita entre tercetos e quartetos, repleta de rima rica, de musicalidade, de genialidade. Obrigado Poetinha, por mostrar que é possível escrever maravilhosamente bem, dentro do espaço reduzido, "amarrado" a estrutura e divisão poética silábica.
Vinicius de Moraes, Poetinha, diplomata da boa vida, das paixões fulminantes, obrigado pelo samba macumba, pelos ensinamentos que vão além da música e da poesia, que estão mais próximos a uma filosofia de vida, uma nova proposta estética do ser. A bênção e Saravá Poetinha!!!

5 comentários:

Anônimo disse...

Alê Marques, Fabi Baldi, esse texto é pra vc´s, e para todos do comuna, que gostam do vinicius e do que ele gostava. Abraços.

Alê Marques disse...

Das poucas coisas que lembro dos meus seis anos, foi o comentário de um primo com um irmão meu a respeito da morte do Poetinha. A partir de então, comecei a escutar os discos, mais tarde li todos os seus sonetos...só depois de tudo isso que veio a cachaça. Vinicius de Moraes é base de minha formação , da minha pseudo ilustração juvenil, e de minha filiação ao verso. Pensei em escrever algo em homenagem ao aniversário de sua morte, ainda bem que vc o fez, de maneira justa e tocante.
É meu velho a” Vida só se dá pra quem se deu!!”

Anônimo disse...

fico de cara na simplicidade da composição. funde a mente de quem um dia pensou em escrever qualquer coisa; que já tenha tentado dizer algo profundo de maneira simples. como os amantes se entendem no olhar. João Cabral disse que se Vinicius tivesse sua disciplina, ou que ele tivesse o talento de Vinicius o brasil, enfim, teria um grande poeta. todo mundo aqui deve conhecer essa frase. mas deu vontade de escrever assim mesmo.

SM

Anônimo disse...

fico de cara na simplicidade da composição. funde a mente de quem um dia pensou em escrever qualquer coisa; que já tenha tentado dizer algo profundo de maneira simples. como os amantes se entendem no olhar. João Cabral disse que se Vinicius tivesse sua disciplina, ou que ele tivesse o talento de Vinicius o brasil, enfim, teria um grande poeta. todo mundo aqui deve conhecer essa frase. mas deu vontade de escrever assim mesmo.

SM

Anônimo disse...

Singela lembrança.Vinicius foi trilha sonora de alguns romances que vivi, acho que de muitos aqui.
Chama a atenção por ser um espírito desregrado e ao mesmo tempo versátil;poeta, diplomata, compositor etc..
Se é possível difini-lo numa frase do samba da benção, eu diria que Vinicius pôs um pouco de amor numa cadência.
Fabiano Baldi