
Tenho gastado um pouco de energia sentado tomando cerveja e em um dos meus devaneios foi pensar porque temos uma crise no consumo da leitura, principalmente dos clássicos na escola. Se retomarmos o período da Idade Média veremos que eram poucas pessoas que tinham acesso à leitura e mesmo pessoas que conhecemos que narraram algumas coisas, o escriba era o meio para transmitir sua idéia. Assim, a escrita era para uma classe limitada. Com a reprodução das obras e não precisando mais dos manuscritos dos escribas o homem pode tomar contato maior com a leitura e sem dúvida com seu poder transformador e alienante, não que ela o seja, mais o que possa significar como meio a ser usado para alienação.
É sabido que o primeiro grande livro de reprodução em massa é a bíblia que traz melhorias quando criaram além dos capítulos , os versículos para que se permitissem que em qualquer edição poderia ser lido por qualquer pessoa. Veja que isso é traz em si uma inovação.
Tem-se uma coisa que as classes mais abastadas tinham e que a população em geral desejava com ardor era conhecer a leitura, pois ela desvendava (tirava o véu) de tudo aquilo que muitos falaram e realmente não estava escrito. Talvez esse era o grande medo do catolicismo medieval em relação da população tomar contato com a leitura.
Com a modernidade e a preocupação de ter um homem mais “culto” nos moldes da exigência da mão-de-obra a educação passa ser algo fundamental e as cidades, principalmente as maiores, vão permitindo que a população tome contato com a leitura e o conhecimento em geral.
O que ocorre é que há pessoas que estão muitos à frente e irão através do conhecimento acumulado criar novos meios de conhecer que irão além da leitura e serão muito mais atraentes do que ela: a imagem e a palavra acoplada a ela: o cinema. Mais saltarei do cinema para ir direto a televisão, essa sim será superará e trará um novo paradigma que remove do homem a busca que era seu maior sonho, a leitura, para receber o conhecimento enlatado para seu paladar de vontades de conhecer.
Quem foi criança um dia sabe do que estou falando. O imaginário da criança em vez de ter como personagem a figura do herói do livresco passa a tê-lo nos heróis dos desenhos americanos que tornaram nossas referências infantis.
Alguns falaram: “e o rádio?” Este também foi importante, inclusive substituiu o leitor da família que fazia as mulheres chorar, pelo locutor de voz poderosa, narrador de novelas e jogos futebolísticos, mas a tv, sem dúvida, mudou o paradigma de maneira mais poderosa.
Mais se alguns ainda mantinha o contato forte com o livro, virá a devastação com a Internet e sua maneira de tratar as noticias e informações e suas interações. Ela permitirá unir leitura, rádio, telefone, tv e o que há por vir.
Creio que a leitura como conhecemos através dos livros com cheiro de pó da estante está com seus dias contados e caberá em um Ipad principalmente para novas gerações. E as obras clássicas terão seu número de leitura reduzido a resumos e a números de pessoas restritas que o lerão por inteiro. O homem moderno é apressado a comer e consumir fast food até mesmo nas informações.
As pessoas continuaram a ler? Creio que sim, mais lerão o mundo de uma maneira mais ampla com imagens em 3D, com poesias narradas com flores passando por trás das imagens, com contos narrados por atores, com audiobooks em Ipod´s.