quinta-feira, março 03, 2011

Quando acordo não sinto vontade de acordar
Quero me esgueirar no colchão mal cheiroso e mofado
Me enfiar nele como quando era adolescente
Sinto o sol ardente dos trópicos ao qual fui confinado
Ouço os palavrões da vizinhança
Cheiro o alho e a cebola que me ressuscitam

Apresentação

Queria agradecer ao pik, multiastuto, ao coronel, erutitíssimus est, ao gigante André, mestre do pathos da filia, e especialmente, ao meu primo Samuel, mega-entusiasta, pela opurtunidade de escrever pela primeira vez no comunapiraquara, depois de anos de cadeira, de mesa e de bar. Não que escrever seja difícil ou inacessível, Walter Benjamim já previa esta democracia literária, na qual ídolos não existem. Escrevo, pela prima nocte, com um nome em homenagem a Bukowisky, porém sem tantos anos entregando carta. (Gosto de pensar nos meus amigos como super-heróis, na qual, liga da justiça, cada um tem um poder, um talento único e necessário).
Comuna, comunidade, comum, koinonia, koinonia politiké, intercomunicação, non sense. É o que é comum, fumar no portão, brigar na rua, regar as plantas, o que você disse? Ah, passar café.
“Hoje percebi que venho me apegando as coisas, materiais, que me dão prazer...” O que é isso baby? você é o que você ganha? Quem ganha pouco perde muito. Agora babe, troque de faixa, rápido! que se foda.
Sartre escreveu um livro que se chama “que é a literatura” na qual se questiona o porquê de escrever e porquê, enfim, de toda arte literária. Escrever pra quê? Aristóteles disse que o ser humano é um animal político. A sua finalidade é o pleno exercício da razão, sua máxima potencialidade. Ser feliz é exercer seu devir, aquilo que deves ser, se não se perderes nos caminhos da desmesura. Escrever é então o ato político intencional de passar mensagens para outrem. Não concordo plenamente com Brecht ou Sartre, que submetem a arte a uma ideologia marxista. Não acho que minha escrita tenha que simplesmente ser um instrumento da luta de classe. Sou neto de pedreiro e filho de operário. Minha arte pode ser chamada de elitista? Uma coisa é clara, escrevemos para alguém, mesmo que seja para nós mesmos, quer dizer, quem escreve diário, sempre pensa na possibilidade de alguém poder Le-lo. Então há a preocupação com a estética e a glória. “sorvo rápido a vida”.

3 comentários:

PIK disse...

seja bemvindo my friend.Agora vai.

Anônimo disse...

Young Buk? putamerda... Acho que o Chinaski iria querer partir pra porrada.

SM

S. Farias disse...

agora sim...valeu pelo início