Em uma das cenas mais famosas do filme "2001 – Uma odisséia no espaço" (1968), do diretor inglês Stanley Kubrick, o macaco – nosso ancestral evolutivo – grita e lança ao ar um osso, e esse osso, numa seqüência épica, se transforma numa espaçonave a vagar...
O que a cena nos mostra é justamente um salto evolutivo de milhões de anos. O osso é o signo da primeira tecnologia, é pelo osso que o "macaco" vai interferir na natureza e transformá-la para que consiga sobreviver, se adaptar, e com isso melhorar paulatinamente suas condições de sobrevivência.
Mas o que houve entre a descoberta da primeira ferramenta e a exploração do espaço? Como o homem alcançou este estágio? Constatamos aí um contínuo aperfeiçoamento do que chamamos de tecnologia. Mas o surgimento e aprimoramento da tecnologia só foram possíveis graças à constituição de um código em comum – o que denominamos linguagem.
Imagens pictóricas, gestos, letras, números, a partir do momento em que o ser humano passou a usar estes signos para se relacionar em grupo, a sua evolução jamais foi obstruída. Imagens e gestos podem se perder no tempo, desaparecer. Porém quando o homem passa a "escrever" a sua experiência, gera registros os quais, mesmos os mais primitivos nos trazem informações preciosas de como poderia haver sido o seu passado longínquo.
\nA escrita é a nossa primeira tecnologia. E a linguagem vem com o intuito de organizar sistematicamente a forma de como a escrita deve se portar. Estabelecida uma linguagem em comum, a comunicação se torna eficaz, o conhecimento é compartilhado e o saber ampliado. \n\nGuerras, conquistas espaciais, revolução industrial, revolução da informação só foram possíveis por intermédio da linguagem. A linguagem é uma ciência – a primeira, e é só pelo fazer científico que nos encontramos neste atual estágio – no limiar de existir digitalmente em outro mundo, o ciberespaço, uma arquitetura baseada em milhões e milhões de combinações entre os algarismos 0 e 1 – a linguagem binária. \n\nO homem poderá em pouco tempo não só transformar (como já o fez), mas criar outro mundo com o uso da linguagem, modificar sua relação com a natureza, com o outro e consigo mesmo. \n",1]
Nilson Ares
O que a cena nos mostra é justamente um salto evolutivo de milhões de anos. O osso é o signo da primeira tecnologia, é pelo osso que o "macaco" vai interferir na natureza e transformá-la para que consiga sobreviver, se adaptar, e com isso melhorar paulatinamente suas condições de sobrevivência.
Mas o que houve entre a descoberta da primeira ferramenta e a exploração do espaço? Como o homem alcançou este estágio? Constatamos aí um contínuo aperfeiçoamento do que chamamos de tecnologia. Mas o surgimento e aprimoramento da tecnologia só foram possíveis graças à constituição de um código em comum – o que denominamos linguagem.
Imagens pictóricas, gestos, letras, números, a partir do momento em que o ser humano passou a usar estes signos para se relacionar em grupo, a sua evolução jamais foi obstruída. Imagens e gestos podem se perder no tempo, desaparecer. Porém quando o homem passa a "escrever" a sua experiência, gera registros os quais, mesmos os mais primitivos nos trazem informações preciosas de como poderia haver sido o seu passado longínquo.
\nA escrita é a nossa primeira tecnologia. E a linguagem vem com o intuito de organizar sistematicamente a forma de como a escrita deve se portar. Estabelecida uma linguagem em comum, a comunicação se torna eficaz, o conhecimento é compartilhado e o saber ampliado. \n\nGuerras, conquistas espaciais, revolução industrial, revolução da informação só foram possíveis por intermédio da linguagem. A linguagem é uma ciência – a primeira, e é só pelo fazer científico que nos encontramos neste atual estágio – no limiar de existir digitalmente em outro mundo, o ciberespaço, uma arquitetura baseada em milhões e milhões de combinações entre os algarismos 0 e 1 – a linguagem binária. \n\nO homem poderá em pouco tempo não só transformar (como já o fez), mas criar outro mundo com o uso da linguagem, modificar sua relação com a natureza, com o outro e consigo mesmo. \n",1]
Nilson Ares