terça-feira, dezembro 02, 2008

A ÉTICA, A POLÍTICA E O DESENVOLVIMENTO HUMANO

Diante da política neoliberal que orienta o comportamento social em consonância com a lógica do mercado, buscando o tempo todo valorizar nas pessoas, características utilitárias classificando o ser humano pelo seu mérito produtivo em detrimento da sua plenitude humana; podemos observar que esse quadro retarda o desenvolvimento psicológico em algumas etapas da vida do homem.
O desenvolvimento psicológico e social de um indivíduo sofre intensas variações quando ele está diretamente ligado a um mundo repleto de diferenças sociais, políticas, econômicas e religiosas. E conseqüentemente, a marginalidade explicíta choca a humanidade com seus crimes bárbaros. A realidade mencionada fere profundamente as fases de crescimento do ser humano no caminho de se tornar um adulto transformador de seu meio; mas diante de tal contexto, por ter seu desenvolvimento psicológico abalado, como num "efeito dominó", as crianças e os adolescentes dão continuidade ao legado (negativo) deixado por seus pais.
Os adultos são responsáveis pelo bem-estar físico e psicológico de seus filhos, mas como proporcionar tais necessidades se o responsável por elas é atingido diretamente pela pobreza? Este fator muda a rotina de muitas crianças e adolescentes que infelizmente são obrigados a pular certas etapas para se tornarem prematuramente adultos que trabalham pelo sustento da família. São crianças que não têm tempo para brincar ou estudar; e compartilham com seus pais a condição de vítimas, imposta pela classe dominante.
A lógica capitalista embute a necessidade de se ganhar dinheiro como sinônimo de inclusão social, de exercer a cidadania por intermédio do consumo. Esta capacidade de consumir é o que leva uma fatia abastada da sociedade a colocar seus filhos nas escolas, diversificando suas atividades entre a educação formal e a não-formal, como sinônimo de proteção contra a marginalidade e os perigos do cotidiano. Será que esse invólucro que dura da infância à adolescência substitui momentos ou mesmo instantes de uma relação afetiva diária?
Enfim, aqueles que estão minimamente preocupados com o desenvolvimento social, cultural e psicológico dos indivíduos, sabem que a construção de uma base concreta da sociedade depende do desempenho social de cada membro dentro de seu contexto específico. Considerando também como fatores de transformação, o desenvolvimento físico na fase de adolescência ligados ao comportamento rebelde, ao desejo de independência, etc; características do processo natural da vida que tendem a desaparecer à medida que se atinge a maturidade.
Portanto, duas questões cruciais devem ser levadas em consideração: o poder que o indivíduo tem de buscar a transformação do seu próprio meio; e o respeito pelas fases naturais do seu desenvolvimento físico (e do outro), amparados por uma ética que reflita e questione sobre esta realidade neoliberal.

Nilson Ares, José Alencar, Flaviane Oliveira, Talita Sampaio

3 comentários:

Anônimo disse...

O consumo no capitalismo é como uma drogada em que estamos viciados, num primeiro momento é o grande barato, com o tempo você não vive sem e o grande lance nem será o que você compra, mas a necessidade de preencher o vazio existencial com a compra. Mas o objeto comprado, assim como qualquer droga satisfará provisoriamente, até que uma nova compra venha. Aí fudeu.......O fundo do poço tá perto.

Hemerson

Alê Marques disse...

Lembrei daquele fato das pessoas fazendo fila em frente as lojas, dormindo na madrugada pra não perder seu lugar, para que na primeira hora em que as portas fossem abertas elas invadam correndo a loja ávidas, histéricas e sedentas pelo seu IPhone!Depois o maluco é a gente!
Gilles Deleuze tem um estudoo sobre isso aí, o capitalismo como mola mestra da esquizofrenia moderna, da nossa sociopatia, do hedonismo a qualquer preço mesmo que esse preço represente o fim da qaulidade ambiental, social e psiquica.
O liberalismo veio justamente para cindir a ética do capitalismo,pois este não precisa de leis éticas, ele tem suas próprias leis naturais, as de mercado, a mão invisível segundo Smith, que auto se gere sem a interferencia externa.
e para os individuos resta se purgarem no feitiche da mercadoria, exercendo sua cidadania pelo consumo de carro novo e outros artefatos que tentam escorar a ssua psique!
Ou velam o nada emergencial da existência

Marcio disse...

POIS é, por isso que eu acho uma hipocrisia a criminalização do uso de substâncias tóxicas, o ser humano é cappaz de se viciar e se tornar dependente de qualquer coisa, é um bicho incontrolável.