Um dia desse após uma reunião de Pais, uma feroz mãe com seu corpo armado e seu rosto raivoso, se aproximou de mim e perguntou se eu era o Professor Tal.
- Pois não. Respondi a ela.
Direta ao assunto, mostrando seus dentes amarelados e seu olhar vingativo, perguntou se eu acreditava em Deus ou se era Ateu.
Deixei passar a pergunta, olhei no fundo dos seus olhos, mantive silêncio por um tempo, (que gerou uma impaciência pela mesma), e respondi que sim, e que Deus é bom.
Logo em seguida ela perguntou porque então eu estava levando meus alunos a não acreditar em Deus. Fiquei surpreso por tal afirmativa, até porque sou cristão e nunca neguei tal fato.
Como? Perguntei eu a ela.
É isso sim, e não adianta negar, a minha filha falou que o Senhor disse para a sala que como é possível acreditar numa coisa que não vemos.
Ah sim! Respondi a mãe. Que de fato levei meus alunos a questionarem, (esta ação me faz muito feliz quanto tenho êxito em tal proposta) e que a aula em questão era sobre igreja medieval X racionalismo, ou seja, sobre fé e ciência.
Para evita milongas resolvi então dar um golpe, e convidei a Sra Mãe a assistir minha aula, pois aleguei que ela estava fora de contexto. (quebrei a Dona).
Educadamente me despedi, e ainda me desculpei se a sua filha se sentiu constrangida com tal abordagem.
E me veio um pensamento à cabeça:
Ora, dizem que Deus é onipresente.
Não o vejo.
E tem uma coisa que é ubíqua e concreta, e que além de estar em todos os lugares, assume diversas formas e diversas maneiras de ser usadas e ninguém questiona o poder desse negócio, pois precisa dele.
É o contrário?
O espinhudo?
O mal?
O cão tinhoso?
É pior que ele.
Quem ganha?
Deus X Dinheiro?
abraços
4 comentários:
Tudo isso pra mim é um pouco de mais!!
O ensino sendo público, tem a obrigação de ser laico.
Acho que é por isso que a coisa não se resolve, confundir publico com o privado, e agora Estado e religião?
Por que vc não mandou ela ler "Deus e Estado" do Bakunin. Acho que aí ela atearia fogo as vestes! Deixa queimar.
Marcinho, tu és um cara de pau. Bakunin, que jeito rapaz. Presenteia ela com um cd pirata do padre Marcelo e será feliz.
Tito
Eu não sou o Marcinho.
Eu também não sou esse tal de Marcinho ai!rs.
Muito bacana o texto prata.O grande problema é q as pessoas ainda vivem o medievalismo contemporâneo, q Guimarães Rosa me perdoe o neologismo léxico, mais é isso!
Um abraço, Ismael luz de vela.
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