sexta-feira, julho 31, 2009
All Preseident`s Men(2)
All Preseident`s Men
Uma pausa angustiante de semibreve tendo como um único plano o fundo branco do papel na tela, que é quebrado subitamente pelos disparos e na seqüência o estouro dos tipos da máquina de escrever no papel, como se cada letra datilografada fosse um tiro. Assim começa Todos os Homens do Presidente, usando de uma metáfora cinematográfica em que a palavra impressa é uma arma e as letras os disparos, que no caso derrubou o presidente norte americano Richard Nixon.
Ganhadores do premio Pulitzer de 1973 os jornalistas Bob Woodward e Carl Bernstein, se notabilizaram por este feito quando em 1970 cobriram pelo Washington Post um suposto assalto feito na sede do partido Democrata norte americano localizado no complexo de edifícios Watergate.
Por essa ocasião, esses dois repórteres investigativos do Washington Post, descobriram que não se tratava de um simples assalto, mas sim de uma intrincada ação de espionagem em que envolvia a CIA e alto escalão da Casa Branca a mando do partido Republicano.
Durante anos de investigação, Bob Woodward e Carl Bernstein, conseguiram aliar o rigor do jornalismo investigativo checando fontes, que por motivos óbvios preferiram não se identificar, ao jornalismo literário. Dentre essas fontes existe uma principal, que levou merecidamente o apelido de Deep Throat, que só em 2005 teve a sua identidade revelada e confirmada por Bob Woodward.
A peça de cobertura jornalística, utilizando de sua ênfase no gênero literário, se transformou em livro e posteriormente no longa metragem chamado Todos os Homens do Presidente de 1976, ótimo filme não só pelas suas ações espionagens, pelo suspense que nos causa mesmo sabendo historicamente como termina o caso, mas também por nos mostrar os áureos tempos da máquina de escrever nas redações e do jornalismo literário.
quinta-feira, julho 30, 2009
Aurora Boreal
A mão é única
Só temos garfo/faca, nem colher, nem sobremesa
Não havia nada que impedisse
Éramos ... somente vinho em copo de plástico
Novamente a solidez de nosso amor, foi a causa do seu fim
Ficou mórbido, pesado, imóvel.
Do céu azul das tardes de maio , restaram trovões, faíscas, nebulosidades, mas ainda havia brilho e muitas cores
Ali seu amor entrou , oportunista como sempre
Alterou tudo.
A ordem das coisas.
As coisas.
As coisas de dentro.
As coisas de fora.
O lençol ainda está sobre o espelho.
Há tempo não me vejo.
Aquele, acham que nunca fui eu.
Hoje mudaria seu nome para probabilidade
Porém falta atitude e coragem
Você podia ao menos ter chegado e trazido cores mais calmas e mares suaves
Para esse batom borrado nesses lábios finos.
Abraços
Prata
domingo, julho 26, 2009
Delírio alcoólico
Hemerson
sexta-feira, julho 24, 2009
O Aleph
O Aleph é uma letra do alfabeto hebraico que tem como um dos significados a noção de começo, início; tem o seu correspondente no grego o alfa, ou a letra a em nosso alfabeto. Mas o Aleph neste caso, é nome de um conto de Jorge Luis Borges.
Depois da Biblioteca de Babel e os contos da História Universal da Infâmia, em que o autor nos apresenta através de seu realismo mágico a natureza de uma biblioteca infinita e a semiotização do espaço que um colégio de cartógrafos criou, a ponto da representação deste ser tão fidedigna que as pessoas poderiam morar no mapa, construir casa e viadutos, e dota-lo de uma relação sócio-espacial que em muitos lugares não se tem, criando uma tensão em que a representação assume uma hiperealidade frente à coisa representada.
A conotação do homem tardo-moderno(que muitos preferem chamar de pós-moderno) nesses contos é patente e perplexa, o que não é diferente em o Aleph. No conto, o Aleph, é um ponto dentro do porão de uma casa que está preste a ser demolida, por este ponto que fica escondido na casa é possível ver todos os pontos do universo ao mesmo tempo, característica típica do realismo mágico que coloca o espaço como uma natureza plástica que se deforma frente ao tempo, típico de nossa modernidade tardia.
Posto dessa maneira, quem ainda acredita que todo o real é racional, ou vice-versa? Ou que a racionalidade abarque a totalidade da natureza, ou mesmo que a realidade seja um ente de razão? E como o espaço, tido pela modernidade como uma entidade real, objetiva e empírica é entendido frente à racionalização da modernidade tardia?
Isso traz a baila um outro aspecto do espaço – a paisagem. A modernidade construiu e institui a noção de paisagem-objeto, considerada superior por ter um tom cientificista que a denominava de território, deram-lhe uma projeção sobre o meio físico, de raiz ilustrada e cuja distância e ausência de comunicação e sentido para com observador era ainda mais evidente – o território é sempre o meio físico visto de um ponto de vista superior, em planta, sob a vista de pássaro, suficientemente longe para poder abstraí-lo, tornando-o silencioso, mudo, para poder utilizá-lo para interesses alheios.
"O meu lugar é onde não estou", já dizia Pessoa, essa tensão de se buscar outros lugares é utópica, que coincidentemente, a etimologia da palavra utopia é a negação do lugar, desterro e afastamento. Isso cabe na análise da paisagem, por que ela nunca está em primeiro plano, pois ela é o que se vê de longe, precisamos nos distanciar para observa-la, a paisagem é o lugar onde não estamos.
É preciso que se mude essa visão que se tem de paisagem, como se fosse apenas objeto, pois ela nos constrói, nos escuta e nos vê. Estamos dentro da paisagem e somos também ela própria; carregamo-la dentro de nós pela topofilia. Topos = lugar Filia = amor.
Precisamos dar o salto fenomenológico para superar a cisão, a dicotomia entre sujeito e objeto, entre o homem e seu meio físico, e enxerga-los como apenas um. A fenomenologia através da Gestalt poderá integrar na forma, o homem e a paisagem, pois a percepção de um altera o valor do outro.
Precisamos é de mais Vale do Pati – Guiné, mas também de Borges, e alegorias de Aleph para compreendermos melhor a condição“ liquida” do espaço dentro de nossa modernidade tardia.
Foto: Robô Spirit em Marte manipulando uma rocha
segunda-feira, julho 20, 2009
RESPOSTAS DO ONÍRICO
Um sonho então revelou
Você para mim desmistificada
Sentimento que não era amor.
Como se fosse algo plástico
Manufaturado, de brinquedo
Como relógios lindos, coloridos
Brincando de marcar o tempo.
E você de amante
Passou a ser a mãe que eu buscava em vão
Mas presa ao seu cotidiano
Jamais me daria proteção.
Sentia-me no frio, sozinho
Cambaleando em solo liso
Até que o chão ficou firme
E o caminhar se tornou preciso.
E como uma resposta
Um desfecho lá do íntimo
Do céu choveu suave
E pra cima olhei sorrindo.
Era um aviso
Para eu viver o momento
Do relógio que não para, cada segundo
Amar a vida insaciávelmente mais profundo.
Nilson Ares
Este post tem a finalidade de denunciar minha indignação perante o post "Ata extra-ordinária da última reunião de 17/07/2009, lavrada pelo Sr. Nilson Ares, o qual convencionou-se chamar de membro co-fundador, pois este difama minha imagem quando explicita minha situação de pendência junto ao comuna. Gostaria de salientar que estive vetado pelo departamento médico e por esse motivo não pude comparecer as reuniões tampouco exercitar a verve em novas publicações. Segue abaixo uma cópia do laudo médico que comprova os motivos de minha ausência.
Exijo retratação pública ao Sr. Nilson Ares. Caso contrário serão acionados os meios legais para dar cabo da situação.
Data: 21/07/2009 Controle Interno no: 3529 01
Local do Exame: ESTÂNCIA CLIMÁTICA PIRAQUARA
Nome da Unidade Credenciada pela Secretaria Estadual de Saúde
CENTRO DE TREINAMENTO ATLÉTICO CLUBE QUINZE DE CATORZE, filiado ao COMUNA PIRAQUARA FUTEBOL CLUBE
IDENTIFICAÇÃO DO USUÁRIO
Nome: NELINHO 10 Nascimento: 03/01/1984 RG:CORINTHIANO
Filiação Pai: SR. MARINELO (CORINTHIANÍSSIMO)
Mãe: BEBEL DA FIEL (ALVI-NEGRA MESMO)
Documentos Apresentados: Identidade (X) Sim ( )Não
CONCLUSÃO
Após afastamento da comuna por problemas clínicos ocorridos após sua contusão, o usuário Sr. NELINHO 10 passou por tratamento intensivo de recuperação e está apto a freqüentar as dependências do clube COMUNAPIRAQUARA já que goza de PERFEITO VIGOS FÍSICO, o que de certa forma é aceitável, uma vez que se trata de um JOGADÔÔÔR FEDERADO.
Sem mais, Dr. Paulo de Faria.