domingo, setembro 27, 2009

O SOBERANO DA ALEGORIA


É de outrora que travesti de um gozar ininterrupto
Conforme minha desregrada natureza deleitei-me ao bel prazer
Chantagiei a realidade e suspendi minhas misérias
Mergulhei na magia do folclore onde fui protagonista.

Como protagonista, sempre simulei um novo episódio onde buscava retardar o final da saga
Meus espectros se refugiavam no sustento da paixão e na pálida nostalgia
Atalhos de fuga prorrogavam e amorteciam o próximo instante
Viciosamente divagava na inércia, como num circulo enquadrado.

Cristalizei metáforas enfermas e me tornei refém patológico da vida
O acúmulo de realidades suspensas elevou o fatídico déficit moral
O assalto esperado veio à galope carregado de realismo
Mãos ao alto! Devido ao extravio da realidade sua ficção está em cheque.

O juiz sentenciou! Foi dado o veredicto, as contas estão na mesa
Cai por terra toda flutuação, e se instala o cataclismo da realidade
Inflamados estigmas foram o que restou da paliativa alegoria
E agora? Repensar, refazer, resignificar, renascer ou a eutanásia.

Por Fabiano Baldi

2 comentários:

Anônimo disse...

Nossa excelente!!!
Conssegui enxergar sua alma pelas suas palavras.
Agora segue um trecho do livro do Padre Fábio que acho que se encaixa perfeitamente no seu texto
"Alguém
Alguém me levou de min
Alguém que eu não sei dizer
Alguém me levou daqui
Alguém esse nome estranho
Alguém que eu não vi chegar
Alguem que eu nao vi partir
Alguem que se alguem encontrar
Recomende que me devolva a min"

O sequestro da subjetividade

D.R

Anônimo disse...

Me traz uma, que esta esquentou!



Diógenes