terça-feira, setembro 08, 2009

Teatro do Trincante


..., sim, vamos novamente neste oficio, mesmo com a pecha de palavroso, exercê-lo sem o pudor que me é de direito de não tê-lo. Exercício este que anda contingenciado pelo tempo, que não tem um início e nem um fim, pelo menos, não nele mesmo. Gastei boa parte deste tempo ontem, observando as nervuras de uma folha caída perto da cachoeira, a nervura da folha se subdividia num reticulado de maneira infinita e totalmente aleatória, porém guardando um padrão dentro desta aleatoriedade. Lembrei de minhas aulas de cosmologia e de Benoit Mandelbrot, matemático descobridor da geometria fractal ou não euclidiana. Seguindo o conceito dos fractais a folha da cachoeira se comportava de maneira igual, apresentando uma aleatoriedade no sentido em que tomava suas nervuras, mas ao mesmo tempo reproduzindo um padrão, como se houvesse uma organicidade dentro deste caos. Hoje sabemos que a natureza é por definição caótica, a condição inicial deste fenômeno não serve de base para prever sua condição final. Esses padrões se reproduzem nas formas das nuvens, dos flocos de gelo, no relevo das montanhas, nos afluentes de rios, e também para o comportamento da atmosfera, que por definição também é caótico, necessitando de super computadores para gerar seus modelos, ou mesmo em tantas outras estruturas geométricas da natureza. Porém de acordo com escala que se observa a natureza podemos ver reproduzir o padrão aleatório da figura, que por sua vez não segue nenhum padrão identificado pela geometria tradicional (euclidiana) , é como se fosse algo disforme, mas que quando visto dentro deste contexto assume forma e sentido. Daí o porque de se ater algum tempo em uma folha de arvore. O tempo exíguo do Big Bang, o mesmo tempo que a velocidade e a matéria o deformam, o tempo dado a elaboração de formas, espaços e geometrias intrincadas da natureza. Toda vez que entro na cachoeira do Souza experimento dimensões não euclidianas, é como se o vapor e a queda d'água e fossem um Gate do universo paralelo:

10 comentários:

Anônimo disse...

Caro Coronel,

É muito interessante levar em consideração que tal estudo é muito observado pela ciência para seu uso em desenvolvimentos. Desta observação se aproveita para vários fins. Recentemente li sobre a perspicácia do bagre que quando determinada lagoa seca ele é capaz de rastejar grande espaço em busca de um novo lago e estudos observaram uma pequenas, chamarei vulgarmente aqui de pontos , que permitem que ele se locomova rapidamente sem que se queime e diminua o arrasto. Tal fator está sendo estudado para colocar na estrutura abaixo do automóvel.
Converseva com um amigo que gostava de levar da superaçaõ da teoria Euclideana, que confesso, nunca entendi muito.
Mas deixa uma ponta dessa para mim também seu viadinho.

Piquitito

Alê Marques disse...

Caro Piqui

A ponta eu deixei lá, pro São Marley! Se vocẽ tivesse me dito antes... Dá próxima faremos uma imersão (literal) na cachoeira e vocẽ verá, não esse bagre fajuto, que mostra que mais uma vez vocẽ não entendeu nada.
Mas as portas da percepção se abrirão e vocẽ terá os fractais girando num carrocel em sua cabeça. Se existe uma quinta dimensão o gate dela tá lá!
Mas não se avexe não. Ainda há como acessar o vertice não euclideano. Tenho um alecrim dourado lá em casa que te põe em contato direto com Mandelbrolt.
Aí já era meu irmão, vc vai até dar tchau pra Descartes, o seu cogito vai lhe mandar chamar mas vc não vai voltar.

Anônimo disse...

Temperos,especiarias, condimentos.

Alecrim Egipcio, Açafrão Indiano, cuminho Somalês, ...

tá bunito isso aqui!

Gates, pinguelas, afluentes, ponte Minas Gerais,...

Sertão, deserto e mata atlântica.

A parada é o Almoço Nú do Burroughs, e os Sermões do Vieira, mas a máquina é outra, é o discurso também.


abraços


Prata

Marcio disse...

Descartes para Hemerson:
-Eu ia lhe chamar / enquanto corria a barca...

As vezes a geometria fractal parece aquelas coisas que é tão natural que parece óbvia. Mais simples que trigonometria analítica. Parece. Mas eu ainda acho o triângulo retângulo uma coisa linda demais. Eu tava até achando que o triângulo retângulo é um dos pilares da cultura ocidental. não é à tôa que o esquadro é um dos símbolos da maçonaria.

Passeios pela Fractolândia é com o Coronel, o seu agente de viagens!

Alê Marques disse...

É Gurdura! Você continua o mesmo canalha!
Mas o triangulo também está no fractal. Escondidinho mais está!

Anônimo disse...

eu vi mamae ogum na cachoeira

Marcio disse...

Está, com certeza!

Marcio disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Isso aqui tá parecendo a DIP, ou COI- CODI.

Só falta o Herzog pendurado na corda!

Direito de falar!

onde?

Marcio disse...

quê?

que chilique, se for sobre o comentário excluído acima, eu excluí o meu próprio comentário que postei duas vezes.
censura só no Frei.