Houve um tempo em que os estudos sobre as cidades e seu planejamento eram feitos por áreas distintas, assim como exemplo, a habitação não interligava ao meio ambiente.
Nos últimos 20 anos, ao contrário, os estudos tem se direcionado no sentido de melhorar a vida dos cidadãos, dessa forma integrando as várias áreas de pesquisa.
Os grandes problemas hoje da cidade, como falta de planejamento da habitação, da coleta de lixo, da falta de esgoto, fora outros, são resultados dessa desunião, que não via a cidade como um todo, e sim fragmentada, como se a rua não fizesse parte da vida das pessoas, e somente dos carros. Seria um urbanismo, porém sem urbanidade, conforme Jurado Jurado.
Mediante isso, o que se percebe como resultado, e que as novas gerações não reconhecem mais sua cidade, ou seja, nasceram em uma e hoje são totalmente outra, com valores, símbolos, sentidos, muito ao contrário do que era. Não há um diálogo entre a cidade “antiga” e a nova.
Pelo lado físico da cidade é ainda mais visível a diferença, pois o que antes era algo, uma referencia para muitos, hoje é estacionamentos para carros. “A força da grana que ergue e destrói cosas belas”, como nos lembra Caetano Veloso.
Na visão do espaço imaterial, é ainda mais complexo, pois a destruição de lugares, de obras arquitetônicas, cria um sentimento de vazio identitário, o que leva alguns, a uma série crise existencial, pois a pessoa não se reconhece mais, uma vez, como por exemplo, que a igreja X que ela freqüentava há 30 anos foi derrubada por uma enchente, ou por um acionista da Volvo.
O que não podemos esquecer, é que vivemos dentro de uma mesma história, de um mesmo tempo, não estamos num mundo paralelo, (exceto alguns religiosos, como eles mesmos acreditam). Porém olhar a cidade como um todo é extremamente importante e preciso, dando a cada setor a autonomia para inferir mudanças necessárias, no caminho da melhor qualidade de vida para os seus cidadãos.
Lembrando que o todo é a soma das partes.
Abraços