domingo, janeiro 10, 2010

Minha história sobre o fim e o rock


O fim vem logo antes do começo. Quem descobrir de quem é essa frase ganha um torresmo no Savema.
Apesar disso, todo fim doí. Todo fim, para mim, causa dor, inclusive física. Ando passando por vários fins, mas .. o fim vem logo antes do começo.
É preciso refletir sobre o fim antes de começar para não repetir os mesmos erros e nem os mesmos acertos, senão não é fim, é continuação e quase toda continuação não é boa.
Como sou uma moça do rock, coloquei um rock para escutar ontem a noite e comecei a pensar sobre minha história com o rock. Apesar de ser bombardeada quando pequena por Pink Floyd, Beach Boys, Camisa de Vênus, Beatles, David Bowie, Led, The Police, Supertramp, Ultraje a Rigor pelos meus pais, a minha relação com o rock começou numa tarde de inverno na casa de um amigo meu, em 1994. Estávamos na sala dele, tomando cerveja e falando besteiras e ele colocou um CD do Pixies. Amor a primeira vista.
Peguei o CD empretado e levei para casa, mostrei para minha mãe que foi na loja de cds do shopping Centro e comprou meu primeiro CD do Pixies, Dolittle. Eu já tinha Nirvana, Ramones, mas tudo isso era obrigação ou herança cultural. Minha primeira emergida foi Pixies.
Todo fim me dá a impressão que eu estou respirando pela primeira vez depois de um longo tempo sem ar, sair de dentro da água. Essa analogia vem do fato que eu amo tomar vaca na praia e gosto da sensação de respirar novamente depois da privação de ar dentro da máquina de lavar que é onda.
Depois veio a batelada, sem esquecer dos clássicos. Quase todos comprados pela minha mãe: Pulse do Pink Floyd, todos do os outros do Pixies, Faith No More, Bad Religion, Pearl Jam, Beastie Boys, Blur, Weezer, New Order, Iggy Pop, No Dout, Elvis Costelo, Placebo, Chico Science, The Cure, Green Day, Sex Pistols, Garotos Podres, Inocentes, Replicantes, RAIMUNDOS...
Daí veio a internet com Strokes, Yeah Yeah Yeahs, Artic Monkeys, The Ponys, Interpol, Wolfmother, Bloc Party, Franz Ferdinand ...
No meu carro agora tem mp3 e fico até perdida com o que vou escutar, vou do passado perdido e morto para o presente indiepoprockundergroundmainstream apesar que faz uns três meses que Beastie Boys acústico até saí, mas parece que volta sozinho para dento do som.
Mas a questão é, no ano que eu descobri do que eu gostava e era Pixies, o Pixies acabou. O fim vem logo antes do começo. O fim deles foi o meu começo.
O fim de ontem foi meu começo de hoje e confesso que saber isso me ajudou a abrir os olhos e não me lamentar e sim ir atrás da ponta do nó.
Sobre meu amigo, o dono do CD, é meu amigo até hoje, não só ele, como todos que estavam naquela sala. E temos histórias... um dia conto aqui.

Recomendações para escutar lendo esse texto: New Order, 60 miles an hour; Raimundos, Oliver's Army; The Ponys, She's Broken; Pixies, Where is my Mind; The Cure, In Between Days; Supertramp, Dreamer; Sex Pistols, Who Killed Bambi.

4 comentários:

Anônimo disse...

Sabe Maria que minha vida começou também com o rock quando nos idos de 87 eu ouvia tudo que não era da época. Hendrix, Joplin,Doors,Beatles,Stones,Mamas and Papas e muitos outros desta época, entretanto, nunca gostei de rock nacional,exceto o Raul porque parecia mais com a batida dos anos 50 e 60 dos USA.
P q abandonei, simplesmente pq não entendia de ingles, agora pelo menos consigo ler.Decidi não ouvir mais até que entendesse,eis que desisti e caí na MPB ,também de muitos anos atrás começando com os mais famosos.
Agora um que vc comentou e que gostava demais era o Pistol e o Ramones, com seu primeiro disco, que pena, se tivesse caído no conhecimento do inglês talvez teriado dado salto maior. Me recordo que comecei a enojar-me do inglês por questão ideologia, Marxista misturada a nacionalismo .
Quem bom que um dia a gente acorda. Agora , prefiro o jazz americano, que para mim é uma das coisas mais lindas que já vi. Para mim, o auge da música.
Sds,
PIK

Nilson Ares disse...

Maria,

Até hoje gosto muito do Hard Rock que conheci ouvindo Led, AC/DC, Deep Purple e discípulos como Gn´R, Whitesnake,Van Halem, Poison, etc.
Para mim o HR é o mais bem tocado e cantado dos estilos e ainda consegue resgatar velhas influências como o Country, o Folk e o R&B que algumas bandas como o Gn´R por exemplo misturaram nos "Use Your Illusion I e II" de 1991.

Abração.

Anônimo disse...

UAu..Bem legal esse seu lado rock metafísico,essa estória de começos que terminam começando.rs.
Um abraço Magé...
GOD save the queen..
Luz de vela.

Maria Angélica Davi Costa disse...

Ah, que bom saber q vcs gostaram do meu post!! Nem só de política e debates vive-se.
Mas é isso aí...vamo q vamo.
O punkrock não morreu e eu continou aqui como Chech e Chong.
Mamãe, que foi a grande homenageada do meu texto amou, mas ninguém posta comentários...confesso q gosto de confetes e críticas...