terça-feira, maio 25, 2010

Há outras moradas na casa de meu Pai

Muito se diz das cidades globais, criadas e alimentadas a partir da racionalidade técnica nas construções dos espaços, que acabam pasteurizando lugares e culturas.
O que dizer de espaços que de alguma forma ainda carregam certas rugosidades, como se fosse fruto de camadas geológicas.
Num primeiro momento parece até o sobrenatural exercendo sua função. Mas o que dizer da sensação de quando entramos nas grutas ou minas de extração de Ouro em Mariana – MG, ou mesmo de estar diante das pirâmides da antiga capital Maia.
Será que todas as cidades seguirão um padrão na construção dos espaços dentro dessa ordem Global?
O desenvolvimento de uma cidade histórica não obedece necessariamente o desenvolvimento de uma cidade global.
Isso parece óbvio!
Não imagino no lugar da Igreja da 3ª Ordem de Salvador, um edifício à la Empire States.
Há um tempo-espaço global que não consegue se inserir no tempo de algumas cidades que ainda carregam um tempo local. Não que esses espaços-tempos não sofram intervenções externas, mas suas mudanças não precisam de uma quantidade elevada de instrumentos e técnicas, o que faz com que esses espaços-tempos, mude muito lentamente, quase imperceptíveis, e que para muitos esse tempo, significa o estancamento, o atrasado, o tempo irreal.

2 comentários:

Marcio disse...

Eu acho que mesmo com toda a pressão no sentido da homogeinização, ou "pasteurização" como disseste Prata, as cidades ainda têm uma resistência natural e orgânica a manter os elementos que constróem ou referenciam as suas identidades. Essa resistência às vezes pode ser até muda, silenciosa, invisível, mas me parece uma força sempre presente. claro que isso pode ser apenas uma impressão muito subjetiva minha.

Alê Marques disse...

Não é impressão não Gurdura!Existe um vetor de sentido contrário sim!