segunda-feira, dezembro 13, 2010

Âmago, onde?


Procuro o copo d’água no criado mudo

Para os lábios secos ansiosos

Meus ouvidos captam um ruído ao fundo

Algo me lembra minha infância

Será o guarda noturno?

Sinto o ofegar da minha respiração

O suporte da alma, agora inerte sobre a cama.

Quem é este?

A pestanejar por entre confusões mentais e delírios

Serei útil a alguém?

A dor do próximo não me afaga o rosto, nem acaricia minhas mãos.

Quanto à palavra, seu som não reverbera.

Quanto à luz, sua explosão é branca e pálida.

Do outro lado, dizem, é um breu total.

Extremos, ou melhor, intensidades.

Um vazio que é preenchido com impossibilidades

De sorrisos, de caminhos, de amores.

Porque é assim?

Ao Fúlvio Fernandes.

2 comentários:

PIK disse...

mandou bem caro,muito bem: será que o guarda noturno. Rapaz isto trouxe reminiscências a minha alma.

Um abraço Piquitito.

Nilson Ares disse...

Grande Prata, por que tem que ser assim? Me vi meio que longe de mim mesmo...

Abs.