quinta-feira, março 03, 2011

Meu Nome Não é Johnny, e nem Bukowisky

Well come to the machine, Bukowisky! Sempre fui enfático ao administrador deste blog para que abrisse as portas deste para que outras pessoas escrevessem, ou para pessoas que, pelo menos, escreve. Qualquer coisa, principalmente.
Tenho-o na mais alta conta da palavra, essa matéria prima da literatura, da letra, unidade básica da linguagem escrita, essa mesma que perdura pelos tempos, desde os pré-socráticos e sua relação intrínseca com a natureza e o mito, até Aristóteles, e a razão incorporada à sua metafisica e a literatura. Tomando essa analogia, sinto que é esta a substancia a qual estamos imersos, a linguagem, a representação. Barthes chegou a nos recomendar, que trapaceássemos com essa substância fazendo literatura.
Não há na literatura uma razão em si, seja política, ideológica ou mesmo estética, é sim tudo isso ao mesmo tempo, na realidade para mim, a literatura é a nossa cota de humanidade, a ação que humaniza o mundo e naturaliza o homem, a literatura em si demanda mais vida, é isso.
Desde que a razão cindiu homem e natureza, nos afastou da representação mítica da realidade trazendo-nos o desencanto e a não poesia, vejo a necessidade imperativa de trapacearmos dentro da representação escrita e criarmos a literatura, é ela que nos religará com a nossa natureza, em sua etimologia, religare, a literatura é a minha religião. Não escrevemos só para alguém, escrevemos antes de tudo para recriarmos a realidade.
Sede bem vindos!

4 comentários:

Anônimo disse...

Há tempos uma junta de cientistas especulou sobre o surgimento da língua falada. Acalorou-se. Partiram para o que julgavam os primórdios dos nossos mais antigos, a gênese - o continente negro. Após uma pequena (e discreta) seleção descobriram o núcleo familiar (ou falimentar?) onde observariam a experiência. Um casal, com idade na faixa dos trinta anos e sem filhos seria a usina. O experimento?, bem... algo simples porém moroso: o casal manteria sua rotina, devendo apenas - para fazer jus a contribuição dada pela Junta - procriar e não se comunicar com o rebento. Acordadas as partes teve inicio o CERN vocal. Pulemos a gestação. Nascida a cobaia seguiram-se muitas apostas: falará Latim, Grego, Aramaico, Zulu?... Nada disso: o protótipo não passava da tenra idade. Falecia minguado, sem força. Trocaram-se os casais, a localidade, as primaveras... e o resultado era sempre o mesmo. Virou questão resolvida: sem língua não há vida.
O que é isso senão o que acontece com esse blog na parte baixa do ciclo? Sem fala ele sai do mapa, vive com a ajuda de seu dono. E não é coincidência, volta à tona com vozes novas.

SM

Anônimo disse...

Atenção: degraus!

O trabalho em uma boa prosa tem três graus: um musical, em que é composta, um arquitetônico, em que ela é construída,e, enfim, um textil, em que ela é tecida.

Walter Benjamim -

Rua de Mão Única



O suporte é ecumênico!

abs


Prata

PIK disse...

SM,

vive com a ajuda do seu dono? Que dono....Não serei um demagogo humildade pois realmente fui o idealizador e quiz trazer pessoas para que fizesse uma história com isto. Vc verá que há pessoas que foram ,outras que ficaram e nada escreve e eu estou aqui porque ainda me sinto orgulhoso de sua existência. sofri e sofro críticas pela estética do blog , pela falta de texto...Mas não sou máquina de fabricação de textos e nem vivo disso. Tenho um deleite pessoal na existência dele pela oportunidade de ter amigos que aqui escrevem e me alegram.
O Coronel te incluíra : seja bem vindo e não te pouparei e nem me poupe das críticas.

Anônimo disse...

Pik, acho que você não entendeu.

O que eu disse é que com a falta de fala (textos) o blog sai do radar, e vive somente com sua ajuda (que é, ao que parece, o carinho que você tem com ele).

Quando deixei uma nota na caixa de mensagens - do lado direito do blog - dizendo que o blog estava um horror não era sobre a aparência (eu gostei!) que me referia e sim a falta de textos. Não quis explicar porque fiquei com preguiça, mas faço agora.

Por vezes já te critiquei, Pik, mas agora era elogio mesmo.

SM