sexta-feira, novembro 24, 2006

O Sorriso da Puruba

No último final de semana, para sair fora e fugir desta merda dessa cidade, fui em busca de refúgio com minha família até a praia de Puruba, em Ubatuba. Coisa de pequeno burguês mesmo, porém, eu a Joseane e meu pisque Heitor ficamos muito bem em minha Delta para 3 pessoas com chuva pela madrugada afora.
Quando nos dispomos a interferir em uma comunidade de convívios não urbanos devemos observar a sutileza com que as pessoas convivem. Os homens pouco são vistos, estão a trabalho. As mulheres e crianças autênticas, por todos os cantos estão misturadas aos animais dos mais diversos. Nunca mais esquecerei do sorriso de uma menina quando viu meu filho, tipo, seja bem vindo! Mas não uma saudação programada, foi sorriso de criança sem simulação, humildade e pobreza material traduzida em Felicidade, pelo menos para as crianças isso existe.
É lá que a gente conhece pessoas como Dona Ana, sêo Zé Roberto e São Jorge ( foi São mesmo) , que se diz proprietário da área onde acampávamos.
Enquanto arrumávamos as coisas que sempre estão uma zona nesses lugares, as pessoas na vila se preparavam para um casamento religioso. Mas não na capela, pois, estávamos na vila dos Crentes e lá também tem um templo da igreja Deus é Amor, ministério de sei lá quem. Era um tal de flor pra lá, mesas pra cá, chama não sei quem de acolá, que parecia até algo que não estava acontecendo conosco, tal a dose de realidade. No meio da vila ainda tinha o caminhão, que leva a feira livre até a vila, de cima do caminhão o matuto vende hortifrutigrangeiro para quem não produz no próprio quintal. Pensei no mascate do García Márquez, perambulando em Macondo. Mesmo após aquela dose, tomei outro baque, quando eu e os meus já estávamos descansando e observando a chuvinha, começou o casamento...foi aí que pensei nesta história....e para a entrada dos noivos iniciou-se uma série de música clássica européia tocadas somente com um trompete, deu vontade de observar as pessoas no templo, mais já estávamos interferindo demais e preferi esquecer e continuar a curtir a Puruba.
Samuel Farias

Um comentário:

Anônimo disse...

uma criança, um sorriso.
quando há choro, a barriga reclama, a chupeta ausente, mal percebe sua eficácia, pelo menos por alguns instantes

passagens e lugares

valeu meu irmão

Obs: Samuel fiquei com inveja, pois faz tempo que não acampo, e os irmãos (crentes) estão em todos os lugares. "Pequenas igrejas, grandes negócios"

Rei da Vela