domingo, junho 24, 2007

A inteligência e a genialidade


Creio que a inteligência está extramente distante da genialidade. Algumas pessoas sentarão nas cadeiras escolares , tirarão nota 10, entretanto, não serão gênios.
A genialidade é quase uma escolha do desconhecido, que recai sobre algumas pessoas e essas tornam-se excessões. O fato de uma pessoa tocar todas as músicas do Villas Lobos, reproduzir quadros de Van Gogh, não o tornará um gênio. Esse será escolhido, mesmo não reconhendo-se como tal, pelo público .
A genialidade não é um Dom , é uma escolha de um oráculho, que escolheu Sócrates, e todos que aí estão, onde o mais cético, ateu, reconhece esse fato paragmático.
Sempre tive medo da morte, e confesso que ainda tenho, mais não consigo imaginar a existência do céu, entretanto o nada me assusta. Vinicius trouxe uma fala no leito de morte que somente aos gênios cabe nos aliviar e expor o que realmente eu sintia, perguntaram-lhe:
- Vinicius, você está com medo da morte.
- Não, de modo algum, estou com saudade da vida.
Creio que espelhamos em algumas genialidades pois as palavras, a musicalidade, a atitude, a genorosidade, nos tranqüiliza.
Ontem, estava eu a assistir um programa com o genial arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer, quando ele disse que o mais importante na vida era os amigos, a beleza da vida, a amizade e falava que este pó que somos deveria nos levar a repensar nossa conduta como pessoas.

Um abraço a todos.

Andarilho

Foto: museu da arte comtemporânea - Niterói - RJ

9 comentários:

André Luiz Rozaboni disse...

POR ISSO O ÉMERSON NOGUEIRA NUNCA SERA UM GENIO,MAS QUANTO AO PLANO DA MORTE ,ME IMAGINO EU E A DRI ANDANDO DESCALÇO EM UM BELO GRAMADO EM DIA DE SOL ,COMO NAQUELA NOVELA "A VIAGEM" ESTRELADA PELO ANTONIO FAGUNDES E PELA CRISTIANE TORLONI,ONDE ELES,CASAL DA NOVELA,FAZIAM O MESMO.

Nilson Ares disse...

Ignore as alucinações midiáticas do Frei...
Com certeza, também terei saudade da vida e da honra de ter sido amigo de vocês!

Um abração!

S. Farias disse...

se a gente imaginar que o momento presente é o único...realmente o depois da morte me parece estranho. Por experiência recente, digo a vocês que o importante é não se arrepender por coisas que poderia ter feito e sim de coisas que fez. Quero a lucidez ou a translucidez para viver e pensar as coisas da vida. Valeu.
S. Farias

Alê Marques disse...

Não vejo o homem em essência, mas já parafraseando Sartre, é a existencia humana que prescede a sua suposta essência. Nós não somos homens, nós nos fazemos homens!
O resto e o que estiver fora disso, é o nada, que particulaemente me soa como um absurdo emergencial para nossas vidas, e que nos faz viver atraz de respostas, como a morte ou o fim da existencia. Respostas essas que no mais das vezes tendem a ser absolutas, monolíticas e que abarque toda a realidade humana e a condensse numa imagem como o céu, deus e o inferno.
O homem está angustiadamente condenado à liberdade, e quem toma conta para si desse fato, é que desenvolve potencialmete sua genialidade, pois ela não é um dom até por que não existe dons, talvez seja a acariação da subjetividade na realidade cambiante da natureza humana, daí a condenação à liberdade do homem, que a priori não é, mas sim existe.
E existe criando toda uma dimensão simbólica para explicar e dar sustentação para aquilo que sua racionalidade não pode abarcar e tão pouco o emancipará, para aquilo que acha genial, que acha que existe pós morte e que deus seja feito a sua imagem e semelhança. Quer criação mais humana e genial que essa?
Coronel dentes

Anônimo disse...

Caro Alexandre,

ainda que todos tomassem a idéia de Sartre, nem todos se fariam gênios, e o fato de ter alguns que acreditam, não deixaram de ser geniais por isso.
Toda citação é simbólica, e vc sabe disso, assim volto a citá-la para clarear-nos as idéias:
"A genialidade não é um Dom , é uma escolha de um oráculho, que escolheu Sócrates, e todos que aí estão, onde o mais cético, ateu, reconhece esse fato paragmático."

Anônimo disse...

caríssimo anônimo,
Em nenhum momento no meu comentário quis dizer que basta tomar a idéia de Sartre para que se fizessem genios. O que quis dizer é que o existencialismo que é uma matriz filosofica, e o qual Sartre é um baluarte, nos apresenta parametros de analise muito mais satisfatórios para entender o que se convencionou chamar de genialidade.
Mais satisfatórios do que a frase acima que tenta vaticinar a genialidade como algo idealizado, supra sensível, substancial que poucos escolhidos libertos da caverna fruirão. O que pra mim não existe e não faz sentido nenhum, como todo vaticínio.
A genialidade do homem para mim é outra, ela é coletiva, existencial, se faz junto com que o homem faz do que fizeram dele, assim como o homem a priori não é, o genial ainda está pra ser.
Eu já acho muita pretensão alguém ser médico, cantor,engenheiro, metalurgico quanto mais genial.
Ser é pesado demais para mim.
A ontologia do genial escapa a minha metafisica, pois como dizia Pessoa, "já há metafisica demais nas pedras e nas árvores"

Anônimo disse...

Dentis,

Todas as pessoas são capazes , todas podem ser especias, mas a genialidade que aqui falo não é metafisica, o oráculo que citei não é metafísico, novamente, é simbólico.
O ser não se repete , e alguns seres são geniais não porque eu vc ou ele queira, é uma escolha intrinsicamente humana.

Tito, o Frei

S. Farias disse...

o bicho tá pegando...

Anônimo disse...

Esse Sócrates acima é o "Doutor"?
Frei