terça-feira, novembro 17, 2009

33 minutos e 27 segundos



Quem teve oportunidade de assistir 33 minutos e 27 segundos poderá acompanhar uma entrevista do Kfouri que ele confessa que apesar de toda sua glória como comentarista e escritor, ele a trocaria por ser Basílio em 1977.
Basílio até hoje é lembrando como uma lenda pela torcida corinthiana por ter quebrado um tabu difícil para uma torcida tão apaixonada. Todos jogaram e tiveram a devida importância, entretanto, a maneira como a bola entrou e ouvir a narração de Osmar Santos é de arrepiar.
Há uma fala do Basílio que ele confessa que Brandão lhe falou: amanhã negão vamos ganhar de 1 a 0 e gol será seu, como acabou ocorrendo.
Uma das partes do filme mostra a semifinal de 1976 quando o Corinthians jogou contra o Fluminense no Maracanã. Este espetáculo é narrado também na voz do grande Osmar Santos, falando do Maracanã que se partiu em dois territórios de duas maravilhosas torcidas. Noutra parte mostra a Presidente Dutra lotada de peruas com bandeiras Corinthianas . Sem dúvida o maior êxodo de uma torcida para outro estado.
A esposa de Vicente Matheus conta que ele ficou três dias trancado no quarto porque dizia estar morrendo de vergonha depois do primeiro jogo que o Corinthians acabou perdendo e sabendo que precisaria ganhar a segunda partida. Passava em sua cabeça a possibilidade de mais uma vez chegar e tornar-se um vice campeão.
O que sempre me deixou intrigado e é um fato para uma análise sociológica é: como a torcida Corinthiana mesmo tanto tempo sem ganhar títulos pode continuar crescendo e continuar mais apaixonada pelo time. Sócrates afirma que não há no Brasil torcida mais apaixonada que a Corinthiana e qualquer comentárista futebolístico sério não negará tal fato. A torcida Corinthiana quando vai ao estádio ela curte a si própria.


PSI, caso queiram tenho comigo, é cópia mano.

Hemerson

11 comentários:

André disse...

Muito bom texto Hémerson!!Acho que isso prova que não tem mau nenhum misturarmos varios assuntos de ordem cultural sim, no mesmo espaço;;;

Torcidas de massa como a do Corinthians, Atlético-MG e Flamengo, cresceram muito principalmente no fim dos anos 70!

O Flamengo usou o fenomeno da TV a seu favor. Nessa época o aparelho se popularizou nas regiões mais pobres do país como Norte e Sul.

Jogos do Campeonato Carioca eram os únicos transmitidos pra lá e o efeito Zico, junto com os titulos nacionais de 80,82 e 83, contribuiram muito para seu crescimento.

Atlético e Corinthians tiveram o efeito de identificação na população mais desfavorecida em termos trabalhistas, culturais e sociais.

Hoje o nivél de competição que a sociedade e nossos filhos são expostos elevam São Paulo e Cruzeiro, maiores campeões nos ultimos 19 anos.O crescimento destes é espantoso e maior do que os clubes de massa, sendo o clube paulista a terceira maior torcida, com planos de daqui a 10 anos usar sua grande estrutura para ser a maior, enquanto a da Raposa ja passou e por muito a do galo.

Não sou comentarista esportivo, mas em questão de amor pelo time e suas cores, nada se compara a Atlético-MG e Corinthians. O comportamento dessas torcidas em seus dominios é algo que impressiona. Ja estive em jogos do Corinthians e não a como comparar.

Talvez o crescimento mercantil permanente do estado de SP não tenta derretido aquela frieza tipica de paulistas e da maior torcida de um clube no estado.

PS: gostaria de ver o filme, leve no escritório na sexta!!

André disse...

Errata:

Desculpem...

Não sou comentarista esportivo, mas em questão de amor pelo time e suas cores, nada se compara a Atlético-MG e Flamengo. O comportamento dessas torcidas em seus dominios é algo que impressiona. Ja estive em jogos do Corinthians e não a como comparar.

Talvez o crescimento mercantil permanente do estado de SP não tenta derretido aquela frieza tipica de paulistas e da maior torcida de um clube no estado.

PS: gostaria de ver o filme, leve no escritório na sexta!!

Anônimo disse...

uma outra história dessa data em 1977 aconteceu aqui em sjosé e ouvi de um palmeirense que apareceu por lá e não acreditou...a rua XV nunca havia tido tanta gente e estimou mais ou menos em 15 mil...imagina...gostaria de trocar alguma coisa por alguns minutos nessa festa...s.farias

Anônimo disse...

Ganhei esse filme de presente. E realmente foi um presente.

Assisti com minúcia, tentando viver o que não me foi dado o prazer. Fui sim às lágrimas.

Se alguma resposta existe para o crescimento da torcida, quero eu arriscar a minha:

Empatia. Se projetar numa escala maior onde as vivências são as mesmas, porém multiplicadas milhares de vezes. Esforço, derrota. Esforço, atingir uma nova etapa, derrota. Esforço, atingir um novo patamar e gozar a vitória. Acho que é isso. Se fosse teatro seria grande. Estão ali todos as questões humanas.

Me alonguei. Desculpe. É o amor.

S. Maia

Anônimo disse...

André, você já esteve em jogos do Galo no Mineirão e do Flamengo no Maracanã?

S. Maia

André disse...

Maia, estive em Atlético X Cruzeiro em jan/2004 e vi o Flamengo jogar contra o São José aqui na nossa cidade em DEz/90.

Abraços

Anônimo disse...

Sei lá. Esse negócio de discutir que torcida é mais apaixonada é complicado. Mas assisti jogos e treinos do Flamengo é não vi diferença em relação à torcida do Corinthians. Já a do Galo nunca presenciei.

S. Maia

Anônimo disse...

Só pra constar.

O nome é "23 anos em 7 segundos".

S. Maia

Hemerson disse...

Agora você me pegou.Mas vamos falar do contexto paixão. De fato a torcida corinthiana é diferenciada e isto é comentado por jogadores que jogaram em outros times.
O André que é um São Paulino de verdade e conhece bastante de futebo pode falar com mais propriedade do que eu, aliás, sempre me chamou de torcedor de sofá, entretanto, se morasse em São Paulo iria ver o timão, desta forma, me conformo em ver O São José.
Vejamos o ocorrido no evento da libertadores. Conheci um cara que quando o Corinthians caiu ficou simplesmente 03 dias sem ir a GM. Não sei se é mito mais comenta-se que na própria GM o pessoal trabalha com menor rendimento quando o corinthians perde, assim como aquele que perde a namorada e fica a pensar.
Inté

S.Farias disse...

na verdade caro piquis, existiu um estudo no início da déc. 1980(democracia) no abc para averiguar o que ocorria quando havia picos de produtividade...o famoso morros e vales (corporativo)...chegaram a conclusão que quando o coringão ia mal a produção também e quando ganhava os jogos a produção aumentava exponencialmente, ou seja, como diz nosso camarada sarsa sobre o del Picchia em 22, o Corinthians é um fenômeno social a ser estudado...salve

Marcio disse...

balela...