terça-feira, dezembro 29, 2009

Desabafo de final de ano

A beleza de entender a diversidade da vida é incrível.
Há um tempo atrás assisti ao filme Wall-E e saí do cinema chocada e feliz. Como que algo numa linguagem tão simples pode dizer tanto?
O filme, para os infelizes que não assistiram, não tem diálogos por mais de meia hora. O tema do filme é meio ambiente e a falta de resursos naturais. Um robo que compacta lixo esta sozinho no planeta Terra, onde só há lixo e os seres humanos estão numa nave espacial cruzeiro esperando a Terra ficar pronta para a volta deles. Só que muitos anos se passam, muitos mesmo e os humanos ainda estão lá, viajando pelo universo esperando, só esperando.
Copenhague que me ensinou que nós ainda estamos esperando. Fazemos comparativos e mais nada. Em 2002 na Rodovia dos Tamoios, depois de Paraibuna, tem um charco que estava completamente seco. Hoje o charco esta quase que lago, então por que a preocupação com a escassez da água?
As pessoas não entedem que só porque há água hoje, não haverá amanhã. Que diversidade é bom, mas picos de bom e ruim demonstram que algo está errado.
A população não para de crescer, as cidades ficam casa vez maiores, os produtos são cada vez mais descartáveis, as pessoas são casa vez mais volúveis e eu aqui, vendo tudo isso e não estou fazendo nada.
Uma doutora em Educação Ambiental me disse que essa lado da Biologia é como uma árvore de grande porte. Você irá jogar as sementes, não verá quase nenhuma árvore crescer e dificilmente colherá algum fruto. Frustrante e sem estrutura emocional fica difícil não abandonar o barco.
Mas aqui estamos nós, caros comunas, tentando fazer algo, mesmo que apenas filosofar infinitamente sobre esse tema. Mesmo que para dizer as coisas que todos já sabemos e não fazemos. As vezes me sinto como uma criança que faz as coisas porque é preciso e não porque realmente saca o que estou fazendo.
Cansei de discutir se desmatar esta certo ou errado, estou procurando entender a compensação de carbono e seus benefícios $$. Não argumento mais enfaticamente com quem joga latinha ou papel de bala pela janela do carro, eu não jogo e recolho de quem joda. Na faculdade nunca fui ecochata, minha amiga que era esta nesse momento num návio do Greenpeace perseguindo caçadores de baleias. Esse era o perfil dela e morro de orgulho de tê-la conhecido. Mas eu, eu sou só uma biologa procurando onde colocar em prática tanta teoria, misturado com serpemtes e alunos.
Mais um promessa para o próximo ano: me incomodar menos e fazer mais, por mim, pelo meio ambiente e por você.

PS: texto dedicado a Alê e ao Alê (não o Coronel). Os dois estão me ajudando a entender a diversidade humana. Lembrando que de todas as espécies, a descartável para mim era a humana.

3 comentários:

Alê Marques disse...

Caríssima Magé,
Também assisti a animação em questão e achei bem interessante.
Mas acho que é "filosofando" também que tensionaremos alguma mudança.
Não querendo ser repetitivo, mas precisamos de uma outra epistemologia da natureza para reordenar nossa relação com a mesma, e o faremos, dentre outros meios, através da filosofia.
Muito embora isso não traga nenhum efeito prático a curto prazo, assim como a educação ambiental, mais ambos são importantes.
Talvez o que fazemos aqui seja um exercício de interpretação de nosso espaço natural ou mesmo construido.O que acho salutar, muito embora eu, assim como você, também prefira botar a mão na massa. Tenho feito isso em meus projetos, e vejo que você também.
Sucesso em seus empreendimentos neste novo ano!

Anônimo disse...

Bravo, bravo, bravíssimo!
Um abraço MARIA, Ismael Luz de vela, simplesmente...

Maria Angélica Davi Costa disse...

Alê, não desprezo a filosofia, mas as vezes quero ver...mas vc, mais uma vez, esta coberto de razão!
Ismael, é vc? Ismael Luz de Vela? Pq?
Vc não ia escrever aqui tbém?