segunda-feira, abril 11, 2011

A crise da cana

O canavial reproduz um cheiro forte do bagaço da cana
Há uma mistura entre o doce cheiro com o fedor humano
A paz reina entre as moscas e abelhas
As primeiras em busca do suor humano
As outras em busca do mel do corte do facão

Mais tarde quando for as 7:00 (estamos em horário de verão)
Eles deixarão a mata e se amontoarão sobre os caminhões
Chegarão em suas residências, pobres casebres, tomaram um gole de cana ardente
Comerão, dormiram e sonharão com paraíso

Homens na cidade reclamam que o álcool já não compensa
A produção é baixa para tanto consumo alcoólico
Os carros estão brutamente ébrios
E se cruzam no barulho insano da cidade

E lá no campo: homens, mulheres e crianças
Pulam sonolentos sobre caminhões
Que levarão para um novo dia
Onde a tecnologia do corte ainda não pode dar conta

PIK


2 comentários:

Alê Marques disse...

Bravo!!

Anônimo disse...

É piqui,

O líquido e suas formas.

Belo!


abs


Prata