Tomado pela inspiração dos dois textos. Sendo o primeiro cosmologia e metafísica, e o segundo, cosmologia e a physis dos estimados Paroquianos Hemerson e Alexandre.
Aproveito a carona para fazer uma acareação com a cosmologia mítica, e seu sistema de representação elementar de natureza religiosa.
A Mitopoese, palavra derivada do grego Mytos, fábula, narrativa, conto. E Poieses, criação. Designa a capacidade espontânea da psique construir mitos nos seus mais variados contextos.
Partindo desse étimo, sabe-se que o homem primitivo adquiriu o seu primeiro construto arquetípico através de manifestações coletivas de origem religiosa, e que, as aspirações primais mais genuínas de nosso ser tem relação intrínseca com elementos da natureza correlacionados a divindade.
As formas de expressões religiosas da pré história encontradas em culturas ágrafas, apresenta características da crença animista, que propõe a interação do homem com as forças naturais, personificada na terra, água, tempestade, vento, arco-íris, trovão, fogo etc.
Cunhado pelo antropólogo inglês Edward B. Tylor, o termo animismo provém do radical latino animus, "alma" "espírito", isto é , vida as coisas inanimadas e consciência aos fenômenos naturais.
De acordo com todas as tradições cosmogonicas, a versão mais antiga da criação tem origem no caos, onde consequentemente se estabelece o cosmos; espaço em que reina ordem e harmonia das coisas naturais, que tem como matriz do universo, o oceano. Contudo, a dual causalidade do cosmos implica em variações dos diversos segmentos de representação cosmogonica e teogonica.
Pois bem, na difícil tarefa de se aproximar de uma fidedigna definição de metafísica, haja visto, as interpolações que a mesma sofreu na história através da interminável perspectiva dialética, denotando sentido ontológico, teológico, psicológico e cosmológico.
Estou em consonância com os senhores ao identificar que a perene natureza da metafísica brota na natureza das coisas, e passa pelo menor orifício da percepção.
Ao meu ver, a luz da caverna de Platão só pode ser desvelada nas interações da consciência do homem com o mundo que o cerca.
Posso eu dizer que, diante do avanço técnico- cientifico- informacional nosso destino será a fatalidade?
Nota-se que ao longo do tempo, a técnica massivicada vem causando detrimento no desenvolvimento da moral, em contrapartida, as novas tecnologias reestruturam os meios de produção e serviços, viabiliza a integração social, e entre outras, abre horizontes de possibilidades inesgotáveis, que caberá a ser discutido em momento oportuno.
Com o crescimento da Internet e as interfaces que a cibercultura nos proporciona, segundo Pierre Lévi, pode e deve ser encarado de uma perspectiva mais humanista.
O que a natureza humana cria em si, e para si, não está dissociada do todo, ela pois, legitima e contempla o todo.
Me parece que a ótica é paradigmática, ou seja, tem uma outra lógica de ressignificação.
Diferente disso, estaríamos no paleolítico se relacionando com a natureza In- natura, engessados no tempo, a mercê de uma existência inviável.
Por Fabiano Baldi